#TBTArkade – As notícias da Ação Games de abril de 1992

5 de setembro de 2019
#TBTArkade - As notícias da Ação Games de abril de 1992

Em 1992, o mundo do videogame já vivia os primeiros capítulos da briga entre Sega x Nintendo. Além disso, novidades tecnológicas de todo tipo, além de expectativas sobre a chegada oficial dos games mais aguardados pelos jogadores no Brasil, faziam a maioria das manchetes das revistas da época.

E a Ação Games #12, de abril de 1992, não foge à regra. Em uma capa que trazia as Tartarugas Ninja, em sua terceira aventura, sua seção de notícias trazia, além da guerra entre Mega Drive x Super Nintendo, o novo sistema anti-pirataria da Sega, acessórios para portáteis, e anúncio da Sharp distribuindo Nintendo no país. Vamos relembrar?

Sega e a sua nova arma contra a pirataria

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A revista conta que a Sega havia lançado uma nova versão do Mega Drive (Apenas uma versão revisada do primeiro modelo. O console com o novo design chegaria em 1993), com proteção extra contra a pirataria. Chamado de “Genesis-Sonic“, por ser o console que acompanharia Sonic como o jogo na caixa, um circuito de proteção prometia que o game só rodasse games licenciados pela Sega.

Também foi esclarecido sobre as versões de Sega CD. A revista explicou a seus leitores que cada versão do console tinha restrição de região. Assim, Mega CD dos EUA só funcionaria em Mega Drive de lá, valendo o mesmo para sistemas europeus e japoneses. E o mesmo valeria para os CDs. Tal prática foi utilizada pela indústria por anos, para controlar a distribuição regional de seus produtos. Mas hoje em dia, até a conservadora Nintendo não usa tal bloqueio em seu Switch.

E, na prática, todas estas questões anti-pirataria não funcionaram muito bem. Basta lembrar, se você viveu a era das locadoras nos anos 90, que a grande maioria dos cartuchos alugados eram piratas. E, quanto ao Mega CD, tal bloqueio limitou de fato o hardware. Mas emuladores e iniciativas como o cartucho que simula o periférico, “desbloquearam” o acesso, garantindo maior alcance de seus games.

Mega Drive largando na frente na guerra contra o Super Nintendo

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Os primeiros passos da Guerra Sega x Nintendo já começavam a ser registrados. Em nota, a revista explica que, no natal de 1991, Mega Drive e Super Nintendo brigaram juntos, pela primeira vez, pela preferência dos consumidores. A Sega vendeu 1,6 milhão de consoles em 1991, reafirmando a liderança. E chegando a uma base de 3,2 milhões de videogames instalados por todos os EUA.

Já a Nintendo argumentava que havia vendido 1,2 milhão de consoles em quatro meses (o Super NES chegou nos EUA em setembro deste ano). E, por chegar depois que o Mega, que já tinha seus dois anos de estrada, prometia games mais bonitos e de apelo popular. Além de ter o ano de 1992 inteiro para promover seu novo sistema. As metas eram vender 6 milhões de Super Nintendo nos EUA durante o ano.

Já no fim da era 16-bits, a Nintendo diz que vendeu 20 milhões de Super NES nos EUA. E a Sega afirmou que vendeu 18 milhões de unidades do seu Mega Drive. Uma briga bem apertada que respondeu a uma aposta feita pela revista: “nós é que vamos lucrar com essa competição. Podemos esperar muitas outras batalhas ainda, uma mais quente do que a outra, e jogos cada vez mais radicais”.

Jogo de Os Simpsons para o Mega Drive

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Os Simpsons já faziam sucesso em 1992 no Brasil. Os primeiros episódios eram exibidos pela Globo, e os games de NES haviam conquistado popularidade por aqui. A Flying Edge, da Acclaim, cuidou de levar um game com os personagens para o Mega. Game este que seria o Bart’s Nightmare.

Foi mencionado aqui que vários estúdios, antes exclusivos da Nintendo, produziriam também para o Mega Drive. O sucesso da Sega nos EUA garantiu que a Nintendo perdesse a preferência exclusiva. A qual a empresa muito ostentou durante os anos 80. E veria seu concorrente oferecendo os mesmos games. Com as já conhecidas diferenças entre ambos os sistemas.

O Mega Drive teria 29 estúdios produzindo jogos para si. O que ajudou e muito na guerra. Pois, desta vez, a Nintendo não teria mais a exclusividade de praticamente todos os estúdios. Enquanto a Sega forneceria um leque maior de opções. E tudo isso motivou a Nintendo a se aproximar ainda mais de estúdios mais chegados. Como a Rare, que entregaria ao console, anos mais tarde, Donkey Kong Country e Killer Instinct.

Adeus às pilhas

Se hoje temos baterias recarregáveis de todos os tipos, e ficamos sem bateria em nossos Switchs apenas por uma série de fatores de azar, em 1992, a situação era mais complicada. Pilhas e mais pilhas eram consumidas, para alimentar o Game Boy, com suas oito horas de jogatina, e as infames seis pilhas, que garantiam quatro miseráveis horas no Game Gear.

Mas havia sim alguma solução. A Dynacom, que sempre lançou acessórios, e até clones de NES, havia anunciado a chegada de suas fontes alimentadoras para ambos os sistemas portáteis. Custando “o equivalente a meia dúzia de pilhas alcalinas”, as fontes tinham chave seletora 110/220V e era uma boa solução para se jogar em casa. Onde encontrar? Na Fotoptica (hoje Fototica), Cinótica (ainda existe?), e na onipresente Santa Ifigênia, em São Paulo.

Sharp distribuindo Nintendo no Brasil?

E a última notícia da revista era ótima para os jogadores brasileiros. A Tec Toy já representava há alguns anos a Sega no país, fabricando e vendendo Master System, Mega Drive e Game Gear. Mas a Nintendo nunca havia chegado oficialmente com seus produtos no país, dando lugar primeiro aos clones, e depois à importação.

Na revista, era anunciado que a Sharp traria o Super Nintendo ao Brasil. Ainda não se sabia se a empresa importaria os consoles, ou fabricaria na sua fábrica na Zona Franca de Manaus. Mas era certo que a parceria aconteceria, após anúncio da C. Itoh, que representou a Nintendo no país na época. Shigeki Tsutsui, presidente da empresa representante, avisou que, como meta, a Nintendo queria vender até 50 mil consoles no Brasil durante 1992.

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A Sharp não foi a representante da Nintendo no Brasil, mas lançou no Japão essa TV com Super Famicom embutido.

A Sharp, de acordo com a matéria, já tinha experiências com games. A empresa fabricou por aqui o Intellivision da Mattel em 1983. Além do MSX. E mantinha boa amizade com a Nintendo. No Japão, a empresa chegou a fazer sua própria versão do Famicom, o Sharp Twin Famicom. Além de, posteriormente, lançar uma TV com Super Nintendo embutido.

Mas, como todos sabemos, quem representou a Nintendo no Brasil nos anos seguintes foi a Playtronic. Empresa que nasceu com a união de esforços entre Gradiente e Estrela, trouxe o Super Nintendo, NES e Game Boy. Assim como muitos games, que chegavam com manual em português. Anos mais tarde, a Gradiente ficou sozinha na produção, e seguiu com a Nintendo até 2003, logo após lançar o GameCube oficialmente no Brasil.

3 Respostas para “#TBTArkade – As notícias da Ação Games de abril de 1992”

  • 5 de setembro de 2019 às 23:14 -

    Helinux

  • Bons tempos da briga Sega VS Nintendo!!!! Se não fosse os clones do Nes pela a Dynacom, CCE e gradiente muitas pessoas não teriam um ¨autêntico¨ nes em casa, naquela época muitas pessoas compravam vídeo games na mão do Capitão Gancho e importadoras. Infelizmente os produtos da Tec Toy, Gradiente e CCE eram muito caros, lembro. Tive um Top game vg 9000 de segunda mão e a fase 16 bits da vida jogava mesmo em casa de amigos, locadoras e outros. As locadoras e fliperamas eram a salvação para quem não tinha um vídeo game atual e dependia dos pais. Os anos 90 me fez perceber que naquela época eu era feliz e não sabia. cada uma tem a sua geração e nem sempre Gráficos reais, tecnologia de ponta tem o carisma de antigamente, bons tempos de antigamente!!!! valeu

    • 6 de setembro de 2019 às 09:40 -

      Nicola

    • Faço minhas as suas palavras. “Tive” um TopGame,que ficou emprestado pra mim enquanto meu amigo jogava seu Mega Drive. O Top game era o pior de todos, plástico de péssima qualidade, cheio de rebarbas, uma lástima, mas tinha entrada para cartucho americano e japonês, e isso era um trunfo kkkk. A época que mais me diverti com vídeo games foi a era 8 16 bits, mais simples, difícil e divertido. Mó galera em casa, cada um esperando o outro morrer pra chegar sua vez. Às vezes vinha moleques lá da PQP que a gente nem conhecia, que era amigo do amigo e encostava lá com a galera pra jogar. Época boa demais.

      • 7 de setembro de 2019 às 21:41 -

        Helinux

      • Bons tempos mesmo!!!! Valeu pelo o comentário!!!! Naquele tempo vc via mais a galera…hoje em dia tá todo mundo conectado e muitos conversam na sua frente usando celular…bons tempos de antigamente!!!!

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