A Ubisoft tem novos problemas com mulheres em seus jogos – agora é a vez de Far Cry 4

17 de junho de 2014

A Ubisoft tem novos problemas com mulheres em seus jogos – agora é a vez de Far Cry 4

A Ubisoft está (mais uma vez) no meio da discussão de protagonistas femininas em games: depois de Assasin’s Creed Unity, o alvo agora é Far Cry 4. Entenda um pouco mais, incluindo todos os argumentos, a favor e contra,na sequência

Durante uma entrevista ao site Polygon, Alex Hutchinson, um dos diretores criativos de Far Cry 4, explicou que estava “centímetros perto” de ter personagens femininas jogáveis para o modo cooperativo do jogo. Porém, parece que a adição de personagens femininas não rolou (novamente) pela carga imensa de trabalho em cima deste desenvolvimento, relacionado às animações e pela leitura de uma personagem feminina. Alex afirmou que seria bizarro termos uma mulher andando, falando e pulando como um homem, logo, a ideia foi descartada por completo.

Hutchinson continuou dizendo que futuramente este problema não irá acontecer graças à tecnologia, que poderá simplificar o problema com a criação de personagens femininos, facilitando o trabalho para a animação e captura de movimentos para ambos os sexos.

A Ubisoft tem novos problemas com mulheres em seus jogos – agora é a vez de Far Cry 4

Mas tem um problema, nós não vimos uma resposta similar sobre este mesmo assunto com Assassin’s Creed: Unity?

Eis que temos o problema: dois jogos grandes e altamente antecipados por milhares de fãs sendo alvos do mesmo assunto controverso: Por que não temos mais mulheres estrelando, ou pelo menos participando de alguma forma, nos jogos atuais?

Até aí tudo bem, afinal, Ubisoft é uma empresa que preza pela diversidade, tanto que os desenvolvedores já colocaram uma assassina negra como protagonista em Assassin’s Creed: Liberation, além de vários outros jogos, como Beyond Good & Evil e o recente Child of Light. Até o próprio Far Cry 3 tem coadjuvantes femininas muito bem apresentadas.

Porém, duvidas começaram a surgir quando Jonathan Cooper da Naughty Dog, que trabalha atualmente como animador em Uncharted 4 e ainda chegou a trabalhar como diretor de animação em Assassin’s Creed III, decidiu comentar no Twitter sobre este assunto.

A Ubisoft tem novos problemas com mulheres em seus jogos – agora é a vez de Far Cry 4

Jonathan Cooper começou informando que fazer o trabalho de animação em Assassin’s Creed: Unity seria basicamente “um ou dois dias de trabalho”, ou seja, nada do trabalho homérico que a Ubisoft sugeriu. Em um segundo tweet , Cooper ainda afirmou que as animações de Aveline compartilha mais animações com Connor Kenway que seu próprio pai, Edward Kenway, em Assassin’s Creed IV: Black Flag.

Outros desenvolvedores e fãs entraram na discussão criticando as resposta da Ubisoft diante este tema, especialmente desta forma, deixando a culpa por “falta de tempo”. O que é na verdade uma desculpa parcialmente válida quando vemos a forma que Ubisoft trata Assassin’s Creed, como uma franquia anual.

Porém, ainda temos esta pela falta de protagonistas femininas, ao olhar nos dois lados da moeda, vemos da seguinte forma: existem as pessoas que olham para este tipo de discussão como desnecessária, afinal, quem deve dar a última fala é o criador e mais ninguém. Se o diretor criativo viu que este projeto iria se sair melhor com um protagonista masculino então que seja. Obviamente nós podemos discordar de sua escolha, mas cabe somente a ele avaliar se a opinião alheia é válida o bastante para mudar seu projeto original.

A Ubisoft tem novos problemas com mulheres em seus jogos – agora é a vez de Far Cry 4

Sem falar das várias protagonistas femininas que fazem parte do cenário gamer de uma forma esplêndida, como Faith, Elizabeth, Ellie, Lara Croft, Alyx Vance, Claire Redfield e a já mencionada, Aveline de Grandpré, para falar somente de algumas que receberam o desenvolvimento correto para se tornarem uma personagem de verdade em suas respectivas histórias.

No entanto o leque oposto também é amplo, e o caso é preocupante quando lembramos que Bioshock: Infinite, The Last of Us e até Remember Me tiveram problemas ao apresentar suas protagonistas para os executivos e ao público não-gamer.

Eis que o lado oposto se apresenta, se vermos de uma forma mais ampla acaba sendo fácil encontrar problemas relacionados a misoginia e sexismo na indústria dos videogames, como a ausência de um personagem feminino no jogo ou a falta de cuidado ao coloca-la na história, criando um personagem estereotipado sem nenhuma criatividade ou personalidade para demonstrar.

A Ubisoft tem novos problemas com mulheres em seus jogos – agora é a vez de Far Cry 4

E voltamos para os dois jogos em questão, Assassin’s Creed: Unity e Far Cry 4, ambos jogos que serão imensos para a Ubisoft e para a nossa indústria em geral, mas sofrendo das mesmas questões que são feitas a respeito de vários jogos durante estes últimos anos. E o pior de tudo, ainda não temos uma resposta definitiva que irá responder este questionamento.

Mas o que você acha? Os desenvolvedores da Ubisoft realmente estavam sem tempo para trabalhar em personagens femininas ou Jonathan Cooper está correto com seus argumentos a respeito de animação? E qual é a sua opinião sobre está discussão de sexismo em nossa indústria? Responda nos comentários!

10 Respostas para “A Ubisoft tem novos problemas com mulheres em seus jogos – agora é a vez de Far Cry 4”

  • 17 de junho de 2014 às 11:10 -

    Fabio da Silva

  • Não concordo com a Ubisoft querer lançar um game por ano da franquia Assassin’s Creed. Se o problema para inovar é falta de tempo, aposto que muitos fãs concordariam que, se a evolução fosse significativa, não haveria problemas com o prolongamento da data de laçamento.

    • 18 de junho de 2014 às 02:38 -

      Henrique Gonçalves

    • Também acho o mesmo, deixar a franquia anual é o primeiro caminho pra deixar a série cansativo e repetitiva. Tudo bem que no caso de Assassin’s Creed eles podem fazer milhares de coisas para deixar no minimo o ambiente/historia nova, mas uma hora ou outra todo mundo vai se cansar que nem rolou com Call of Duty e somente os fãs mais apaixonados com a série é que vão se importar com o jogo. Não muda o fato que a Ubisoft vai continuar ganhando dinheiro (assim como a Activision ganha com Call of Duty), mas em algum momento a fonte de ideias vai secar e será o fim de uma franquia extremamente importante para todos nós.

  • 17 de junho de 2014 às 11:35 -

    Kubrick Stare Nun

  • Como se a Ubi fosse a única. lol

  • 17 de junho de 2014 às 11:51 -

    wade

  • O preconceito ou a preguiçanão me importava quando jogava 007 no Nintendo64 com a personagem no multiplayersrealmente para a mecânica de hoje mais complexa a diferença seria monstra 

  • 17 de junho de 2014 às 13:28 -

    leandro leon belmont alves

  • continuou dizendo que futuramente este problema não irá acontecer graças à tecnologia, que poderá simplificar o problema com a criação de personagens femininos, facilitando o trabalho para a animação e captura de movimentos para ambos os sexos.quer dizer que a Ubisoft que vive montada em dinheiro, não tem grana para contratar uma dublê que pode fazer os mesmo movimentos que um homem é capaz de fazer, ou até melhor?para mim é machismo mesmo, eles tem grana para isso, não tem desculpa

  • 17 de junho de 2014 às 17:33 -

    Danielwarfare

  • Sabe o que eles deveriam fazer? criar vergonha na cara e arrumar o sistema de combate porco que o Assassin’s Creed tem DESDE O PRIMEIRO antes de querer “inovar” em algo.

  • 17 de junho de 2014 às 18:15 -

    Diana Cabral

  • Eu não entendi sobre a comparação feita entre Aveline, Connor e Edward. Quer dizer que os movimentos do Connor têm mais a ver com os da Aveline? 

    E falando da Aveline, mesmo que tenha sido feito pra uma plataforma diferente (e já tem a versão em HD para Xbox360 e PS3 também), alguém que jogou sabe dizer se a movimentação dela é notavelmente “não natural”? 

    Pergunto isso porque, bom, realmente não sei se é possível, mas os movimentos dela não poderiam ser aproveitados para uma nova assassin? A não ser que não tenha sido feita nenhuma captura de movimentos de mulher.

    Só que tem muita dublê, cara. Lutadoras de primeira aí. Tira o escorpião do bolso, galera. Lol

    • 18 de junho de 2014 às 02:35 -

      Henrique Gonçalves

    • A comparação que o Jonathan Cooper fez é relacionado aos números de animações continuas que cada protagonista tem, o motivo que Aveline e Connor tem animações similares é mais pelos dois terem sido feitos tão perto um do outro, então a possibilidade mais plausível é que o estúdio que trabalhou em Liberation (quando ele tinha saído primeiramente para o PS Vita) reutilizou quase toda a movimentação de Connor, deixando poucas mudanças, como a sua agilidade ao se mover e movimentos mais leves no lugar do estilo mais troglodita que Connor tem em seus movimentos e golpes. Várias mudanças devem ter ocorrido durante a transição do AC III e AC IV, o que fez eles gastarem mais ainda em assets para animações com Edward.

      A comparação mostra como na verdade o trabalho todo de colocar a protagonista feminina no jogo não é tão grande quanto os desenvolvedores falaram, sendo que não seria por falta de dinheiro porque a Ubisoft é grande o bastante para gastar uma graninha em dois dos seus maiores blockbusters, e tempo também não é tão plausível pelos inúmeros estúdios que a Ubisoft coloca para fazer AC uma série anual. Ai vem aquela pergunta, então por que não tem uma protagonista feminina? Porque até agora tudo que eles falaram não são respostas plausiveis.

  • 23 de junho de 2014 às 14:24 -

    Souvlaki

  • Ou seja, ele só quis dizer que não tinha tempo para criar as personagens femininas de forma perfeita. É claro. todo ano se lança um jogo de uma franquia da Ubisoft que elas nem podem mais respirar.

  • 24 de junho de 2014 às 16:20 -

    Eddie Hunter

  • Bons tempos que a galera discutia sobre a diversão e qualidades técnicas dos jogos….

Deixar um comentário (ver regras)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *