Análise Arkade: Embers of Mirrim vai te surpreender (e dar um nó no seu cérebro)

27 de maio de 2017

Análise Arkade: Embers of Mirrim vai te surpreender (e dar um nó no seu cérebro)

Em mais um exemplo de “jogos que a gente mal ouviu falar mas que são surpreendentemente bons”, esta semana a Reverb Inc. lançou Embers of Mirrim, game que mistura plataforma 2.5D com mecânicas que vão dar um nó no seu cérebro!

Uma história sem palavras

Embers of Mirrim se passa em um mundo de fantasia que está sendo corrompido por uma escuridão sinistra, que é capaz de “se hospedar” em seres vivos e torná-los maus. Neste panorama, assumimos inicialmente o controle de duas criaturas distintas — que parecem uma mistura de felinos com grifos — que devem tentar expurgar a escuridão para salvarem sua raça e seu mundo.

Análise Arkade: Embers of Mirrim vai te surpreender (e dar um nó no seu cérebro)

Esta curiosa raça de criaturas pseudo-felinas parece ser dividida em 2 facções: as de cor clara e as de cor escura. Porém, após um incidente misterioso, as duas criaturas que controlamos se fundem em apenas uma: claro e escuro dividindo um só corpo e compartilhando suas habilidades. Uma destas habilidades é a capacidade de se dividir em pontos luminosos, que são controlados separadamente.

O vídeo abaixo mostra os 17 minutos iniciais de gameplay, e dá uma pincelada na parte inicial da história e nas mecânicas de gameplay (se quiser ver a divisão da criatura nos pontos luminosos, confira dos 15 minutos em diante):

Nossa missão então é guiar esta criatura híbrida através de cavernas, montanhas e florestas, salvado criaturas corrompidas, enfrentando chefes gigantes, superando trechos insanos de plataforma e environmental puzzles que vão testar os limites da nossa coordenação motora.

Plataforma e coordenação motora

O gameplay de Embers of Mirrim se divide em dois momentos bem distintos: temos os trechos de plataforma comum, onde podemos correr, saltar (e planar) com o personagem em sua forma normal, e temos os trechos onde ele precisa se dividir para prosseguir. Neste caso, controlamos dois pontos luminosos que devem traçar caminhos distintos, evitando espinhos e outras armadilhas.

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Parece fácil, né? E nesse comecinho realmente é. A questão é que o jogo vai se tornando gradativamente mais difícil, e da metade para frente temos alguns desafios enlouquecedores. Lembre que cada luz é controlada por uma alavanca analógica diferente, então você precisa coordenar suas mãos (e seu cérebro) para fazer ações espelhadas ou assimétricas simultaneamente, e isso é bem mais complicado do que parece.

Confira abaixo um dos trechos mais interessantes do jogo, onde “surfamos” nas costas de uma baleia voadora, tendo de evitar espinhos e outros perigos:

Na prática, Embers of Mirrim parece uma mistura de Ori and the Blind Forest com Semispheres: temos trechos desafiadores de plataforma, seguidos por momentos onde sua perícia com os analógicos é colocada em xeque. É um mix que funciona melhor do que se poderia esperar, ainda que torne o jogo absurdamente difícil na reta final.

Um jogo difícil

Embers of Mirrim começa super tranquilo, e em uma primeira olhada me lembrou até o clássico game d’O Rei Leão para Super Nintendo e Mega Drive. Porém, essa moleza dura pouco, e o jogo vai se tornando mais e mais difícil conforme avançamos.

Análise Arkade: Embers of Mirrim vai te surpreender (e dar um nó no seu cérebro)

O fato dele brincar com 2 mecânicas de gameplay diferentes oferece 2 tipos de momentos difíceis: temos trechos complexos de plataforma e trechos onde devemos guiar as duas orbes simultaneamente por verdadeiros labirintos cheios de espinhos e inimigos. E há mini-games (opcionais) onde devemos “ligar os pontos” com as duas mãos simultaneamente, traçando figuras espelhadas… tipo assim, ó:

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E cara, isso é mais difícil do que parece! Por mais que lidar com duas alavancas analógicas já seja natural para nós, gamers, a da direita geralmente “ajuda” a da esquerda: uma movimenta o personagem, outra a câmera. Quando um jogo vai além desse básico, realmente complica bastante as coisas!

O lado bom é que o jogo é generoso na distribuição de checkpoints, e está sempre salvando automaticamente seu progresso. O lado ruim é que certos trechos super desafiadores devem ser superados “de uma tacada só”, pois não há checkpoint no meio do caminho.Deixo um destes trechos no vídeo abaixo, uma subida alucinada que lembra muito a já clássica enchente de Ori and the Blind Forest:

Ainda que não seja um trecho especialmente difícil (acredite, fica bem pior), repare que temos elementos verdes e roxos alternados, e controlamos a orbe verde com a alavanca esquerda e a roxa com a direita. O gameplay em si é super responsivo e funcional, mas esta troca insana de comandos ocasionalmente dá um nó no cérebro da gente!

Audiovisual

Embers of Mirrim apresenta um mundo de fantasia que foge dos padrões do gênero: aqui não temos florestas ensolaradas nem exóticas ilhas flutuantes; seu tom é mais obscuro, como que para sempre deixar claro ao jogador que algo está errado ali. Porém, por pior que seja a “coisa” que está corrompendo a vida ali, ela contribui muito com o visual do game, concedendo um aspecto bioluminescente às criaturas afetadas.

Análise Arkade: Embers of Mirrim vai te surpreender (e dar um nó no seu cérebro)

A câmera do jogo faz um trabalho impressionante na hora de colocar tudo em perspectiva: ela se aproxima ocasionalmente para não deixarmos passar algum detalhe, e se afasta dramaticamente para nos mostrar quão pequeno é nosso protagonista em comparação aos chefes, abismos e outras criaturas do jogo.

No geral, a câmera se mantém em uma distância intermediária, até porque esse é o tipo de jogo que fica mais bonito se visto de longe, pois a aproximação invariavelmente mostra texturas pobres e modelos um tanto artificiais. Mas, devo dizer, que este jogo tem algumas das cachoeiras mais exuberantes que já vi em um game.

Veja um desafio interessante em uma área de cachoeiras abaixo (e bote um reparo especial no interessante trabalho de câmera):

A trilha sonora orquestrada do game é incrível: ela some de vez em quando, para reaparecer em um crescendo trovejante, potencializando os momentos mais épicos da jornada. Infelizmente o jogo não está traduzido para o nosso idioma, mas considerando que sua história é 100% visual (sem textos nem vozes), isso não chega a ser um problema.

Conclusão

Embers of Mirrim é aquele tipo de jogo meio mal divulgado que pode acabar passando batido por muita gente. Mas quem der uma chance para ele sem dúvida irá se surpreender com um mundo fantástico, um gameplay variado e criativo, boss battles muito interessantes e um nível de desafio acima da média.

Análise Arkade: Embers of Mirrim vai te surpreender (e dar um nó no seu cérebro)

Se você curte jogos de plataforma 2.5D com um “twist”, sem dúvida vai gostar muito do que Embers of Mirrim tem para oferecer. Você provavelmente vai querer tacar o controle na parede muitas vezes enquanto joga, mas sua dificuldade nunca parece injusta, é simplesmente você quem precisa ser melhor, e esta é uma jornada que vai testar a sua perseverança e levar ao limite sua destreza com os analógicos.

Embers of Mirrim foi lançado em 23 de maio, com versões para PC, Playstation 4 e Xbox One.

Uma resposta para “Análise Arkade: Embers of Mirrim vai te surpreender (e dar um nó no seu cérebro)”

  • 28 de maio de 2017 às 09:57 -

    Jay.lls

  • As mecânicas desse game sao surreais, definitivamente vai para a lista de “games out the box que eu preciso jogar”.
    Otima análise e game.

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