Análise Arkade: O interessante mas problemático “Minecraft de zumbis” – 7 Days to Die

6 de julho de 2016

Análise Arkade: O interessante mas problemático "Minecraft de zumbis" - 7 Days to Die

7 Days to Die é um game de sobrevivência no apocalipse zumbi lançado nos PCs no ano de 2013, produzido pela The Fun Pimps. E que agora chega ao PS4 Xbox One graças a Telltale Publishing, a divisão publicadora da empresa que nos trouxe os games episódicos de The Walking Dead. Então, é hora de saber como é sobreviver nessa nova versão do apocalipse zumbi.

Construindo sua própria sobrevivência

Análise Arkade: O interessante mas problemático "Minecraft de zumbis" - 7 Days to Die

7 Days to Die é um game que vai direto ao ponto: Você está no apocalipse zumbi. Sobreviva. O game não possui uma história, ele não conta como o apocalipse zumbi aconteceu, ou quem é você, tudo o que se sabe vem da descrição do game, que conta como o mundo sofreu uma enorme destruição causada por um holocausto nuclear na Terceira Guerra Mundial, pouco sobrou do planeta, e o resultado desse holocausto gerou os zumbis. Você simplesmente acorda no meio do nada, e a partir daí, tem que se virar.

O game começa com um pequeno tutorial para nos ensinar como usar o sistema de crafting, além de outras coisas. O que aprendemos é o básico do básico. A partir daí temos que explorar o próprio gameplay para conhecermos melhor o funcionamento do game e aí sim conseguir viver no mundo hostil de 7 Days to Die. Sendo assim, no inicio o game não é muito convidativo a seguirmos adiante, não podemos criar ferramentas que seriam muito úteis, e mal temos os recursos necessários para sequer saber o que fazer.

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Mas com um pouco de perseverança, as coisas começam a ficar mais interessantes, principalmente ao conhecer o sistema de crafting mais a fundo. No game, tudo, absolutamente tudo o que encontramos tem utilidade. Desde a grama e a própria terra do chão, pedras espalhadas por aí, sucata até mesmo os corpos dos zumbis que matamos. Tudo pode ser utilizado em seu benefício. Por exemplo, combinando madeira com pedras e grama criamos um machado rudimentar. Com o machado, podemos colher madeira ao cortar árvores, quebrar pedras e até matar zumbis. E dos zumbis mortos podemos pegar seus ossos, que podemos transformar em facas rudimentares.

Conforme coletamos mais recursos e exploramos o menu de crafting, logo conseguimos criar ferramentas diferentes que tornam a sobrevivência mais fácil e a coleta de recursos se torna mais eficiente. No meu game, iniciei a sobrevivência em frente a uma pequena cabana de madeira, que logo transformei em minha casa. Logo, ao explorar os arredores, encontrei três casas maiores, todas abarrotadas de zumbis. Escolhi uma, a limpei, e descobri que ela possuía um sótão bem protegido. Logo, coletei recursos e melhorei essa casa, transformando-a em minha residência no apocalipse zumbi.

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Porém, o nome do game não é 7 Days to Die a toa. Devemos sobreviver dia a dia no game, as noites são sempre perigosas, pois os zumbis são normalmente mais ativos. E no sétimo dia, o pesadelo se torna real. Na noite do sétimo dia uma imensa horda de zumbis vai aparecer e irá pra cima de você com toda voracidade. Não adianta tentar se esconder, no sétimo dia, você será caçado. E no meu game, isso resultou na minha casa, a mesma que melhorei, sendo quase inteiramente destruída. Os zumbis destruíram paredes e móveis, e estavam tentando subir até o sótão onde eu estava. Com muito trabalho, matei todos os zumbis e reconstruí a minha casa, conseguindo recuperar tudo o que eu perdi.

Com isso, aprendi uma lição que já botei em prática na manhã do oitavo dia: Encontrar um bunker para o próximo 7º dia. Logo, encontrei um prédio nos arredores que me serviu perfeitamente. No 14º dia, fiquei na segurança do telhado do prédio vendo a horda de zumbis atacando nas ruas, com paciência, me livrei de todos e voltei para minha casa, que estava intacta. E a lição que fica está no nome do game, 7 Days to Die, a cada 7 dias uma horda de zumbis vai te caçar, e não há como escapar dela. Esteja sempre preparado!

E principalmente preparado pois conforme o tempo passa, novos tipos de zumbis aparecem, e enfrentar mesmo os tipos mais comuns as vezes é muito trabalhoso. Seus pontos fracos são obviamente suas cabeças, mas quem disse que é fácil acertá-los nesse ponto? Muitas vezes pela movimentação deles, e muitas vezes por culpa do próprio game, enfrentar os zumbis é bem difícil. Dois dos tipos mais complicados que achei são os zumbis gordos e os rastejantes, ambos são muito resistentes a ataques, até mesmo na cabeça, e eles conseguem te acertar em 99% de seus ataques, o que é muito frustrante. Agora imagine enfrentar vários de uma vez que estão perseguindo você!

Para ajudar os jogadores, de tempos em tempos uma caixa de suprimentos cai de paraquedas no mapa, sendo indicada na bússola do jogador. Essas caixas sempre caem longe, e é sempre um perigo ir até elas despreparado, pois podemos encontrar hordas de zumbis ou outros perigos no caminho. Essas caixas normalmente contém comida, remédios e armas que podemos utilizar. Fora isso, o jogador pode plantar, caçar animais, e cozinhar.

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7 Days to Die se resume a seus sistema de crafting. Tudo o que você precisa está lá. Ferramentas, roupas, armas, e até mesmo materiais de construção. Assim como em Minecraft, você pode modificar o cenário a seu redor e construir coisas, até mesmo casas inteiras. Porém certas coisas só podem ser criadas se o seu personagem possuir conhecimento para isso. Assim, sempre explore seus arredores e procure por livros, receitas e diagramas, ao lê-los, você adquire conhecimento para criar mais coisas que anteriormente não conseguia. E é claro, explore muito, construa, cace e enfrente zumbis, todas as suas ações melhoram com a prática, fazendo você subir de nível e ganhar pontos para distribuir entre seus atributos. E alguns de seus atributos melhoram naturalmente com a repetição. Se você constrói muito, os atributos correspondentes a isso melhorarão sozinhos com o tempo.

OS DIFERENTES MODOS DE JOGO

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7 Days to Die pode ser jogado em vários modos e dificuldades diferentes. Os modos disponíveis são o single player offline, multiplayer online e o modo criativo. Jogando offline, é você contra o mundo, porém, se você tiver outro controle, pode jogar com um amigo em multiplayer splitscreen.

Existem três modos multiplayer, sendo que o primeiro é ingressar no mundo de outro jogador. Você entra nesse mundo sem nada, como no modo singleplayer, com a única diferença sendo o ambiente online. Eu não tive sorte nesse modo, em meu teste, entrei no mundo de outro jogador no meio de um deserto gigantesco, com areia e cactos para todas as direções, e não fui capaz de encontrar outros jogadores. O segundo modo é criar um mundo num ambiente online. Enquanto você joga normalmente, outros jogadores podem entrar em seu mundo. A partir daí, cada um faz o que quiser. Os jogadores podem se ajudar, ou se matar. E claro, ainda há a jogatina online com mais um amigo.

O terceiro modo multiplayer está no Modo Criativo, que pode ser jogado tanto online como offline. Nesse modo você é livre para fazer tudo, exatamente como o mesmo modo em Minecraft. Você não morre e tem a sua disposição todos os itens do game. Você pode construir o que quiser, bem como destruir tudo com todo o arsenal de armas e ferramentas a sua disposição. Aqui a imaginação flui, além de ser um bom meio de testar armadilhas e armas que podem ser usadas no modo de sobrevivência.

A dificuldade do game pode ser configurada de acordo com as preferências do jogador. Você pode criar um mundo pacífico, com poucos zumbis e zumbis fracos, como pode criar um pesadelo de morte constante colocando tudo no mais difícil: recursos escassos, muitos zumbis totalmente agressivos e o que mais se imaginar. Com isso, o jogador tem uma grande quantidade de opções para deixar o game da forma que lhe seja mais agradável.

JOGABILIDADE

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7 Days to Die sofre em sua jogabilidade. O game foi originalmente lançado para PCs em 2013, sendo assim, sua jogabilidade foi adaptada do PC para os consoles, mas não de uma forma natural. Nosso personagem tem a movimentação bastante travada, e uma mira muito ineficaz. Muitas vezes você quer golpear a cabeça de um zumbi, e erra sem saber o porque, ou o zumbi recebe o golpe mas não reage a ele. A movimentação da câmera é lenta, mas mesmo assim não atrapalha muito, apenas no começo enquanto ainda estamos nos acostumando com a jogabilidade.

Os menus do game infelizmente são bem bagunçados. Sendo um game originalmente de PC, os jogadores manipulavam esses menus usando o mouse. Aqui, dentro dos menus devemos guiar um cursor até as opções e itens que quisermos interagir, tornando a utilização dos menus lentas e por vezes um pouco irritante. Não temos acesso direto ao mapa, devemos abrir o menu de crafting ou o menu de jogadores online (que aparece mesmo ao se jogar offline) e navegar nos menus até vermos o mapa, que é controlado de uma forma bem estranha, com modelo de clique e arraste para vermos as áreas do mapa.

Caçar e usar armas de fogo é bastante prejudicado pela jogabilidade, não conseguimos ter uma mira precisa por culpa da jogabilidade. O arco e flecha por exemplo possui pouco alcance, logo devemos nos aproximar dos animais que queremos abater, torcendo para não sermos vistos. Os cervos, animais mais comuns de se encontrar, tem dificuldade de nos ver, portanto são presas fáceis. Ursos nos ignoram, a menos que os ataquemos, aí eles virão atrás do jogador com ferocidade total. Já animais pequenos, como galinhas e coelhos são um tormento. Nunca param de se mover, e é praticamente impossível vê-los em meio a grama.

Felizmente, na parte de construção e interação com os cenários s jogabilidade é decente, podemos construir e melhorar construções existentes com bastante facilidade. Os principais itens “fábrica” do game são as fogueiras e as forjas. Coletando os recursos para contruí-las, podemos colocá-las em qualquer lugar e as usar sempre que quisermos. Nas fogueiras o jogador pode cozinhar e fabricar remédios e combustíveis, e nas forjas pode criar todo tipo de recurso de construção. Metais, vidro, tijolos, munição de armas, e etc.

GRÁFICOS E SOM

Análise Arkade: O interessante mas problemático "Minecraft de zumbis" - 7 Days to Die

Apesar de ser um port de um game de 20137 Days to Die infelizmente possui gráficos muito datados. O visual de plantas, por exemplo, são aqueles sprites 2D ao estilo boneco de papel, algo bem feio pra um game lançado mesmo há três anos atrás. O visual do game num todo é bastante simplista, construções são basicamente agrupamentos de blocos, os cenários são amplos e até variados, mas não possuem beleza que atraia os olhos.

Algo bem feio são os corpos de zumbis mortos. Enquanto os zumbis possuem visuais até interessantes, mesmo que sem muita variedade, ao matarmos um zumbi e o inspecionarmos, seu corpo se transforma em um tronco apenas com a cabeça e peito aberto, mas em um visual tão “rústico”, em um bloco gráfico desenhado por cima que parece até um modelo de corpo morto retirado do primeiro Half-Life, lá do ano de 1998. Dá só uma olhada na imagem a baixo pra ver como é:

Análise Arkade: O interessante mas problemático "Minecraft de zumbis" - 7 Days to Die

Porém, o pior dos gráficos está no desempenho. Testamos a versão do PS4, e mesmo o game tendo gráficos simples o bastante para rodarem até no PS3 sem qualquer dificuldade, aqui rolam congelamentos constantes de cerca de um segundo. Esses congelamentos nunca cessam, e atrapalham demais a jogatina. Mesmo se você não estiver fazendo nada, ainda assim o game irá travar em vários momentos. São travamentos de apenas 1 segundo, mas muitas vezes só isso já atrapalha em tudo o que estivermos fazendo.

A parte sonora do game é decente. Os sons são de importância vital para a sobrevivência, pois dão uma ótima noção de direção, principalmente quando há algum zumbi por perto. O game possui alguns temas obscuros que tocam principalmente a noite, causando aquele efeito de  “tensão instantânea”. Uma hora tudo está quieto, e de repente uma curta música macabra toca do nada, deixando um clima estranho. As músicas também servem para nos indicar perigos. Todos os dias as 22:00, uma música tocará indicando que a noite realmente chegou e que estamos nas horas mais escuras e perigosas do dia. E as 06:00 uma música calma toca, nos avisando que sobrevivemos a um novo raiar de sol.

E graças a parceria com a Telltale, o game conta com skins de personagem de Lee Everett Michonne dos games episódicos de The Walking Dead.

Conclusão

Análise Arkade: O interessante mas problemático "Minecraft de zumbis" - 7 Days to Die

7 Days to Die é um game que sofre muito por questões técnicas com sua jogabilidade e seus gráficos, mas é um game que definitivamente é interessante graças exclusivamente a seu sistema amplo de crafting. Com todas as possibilidades de criação que temos no game, o fato de construir coisas é muito mais interessante que a exploração do game em si, e para quem gosta de games nesse estilo, tal como Minecraft, e é fã de zumbis, o game é um prato cheio.

Infelizmente os problemas técnicos do game podem tornar a experiência de 7 Days to Die rapidamente frustrante para alguns jogadores, mas se você conseguir resistir ao problemas iniciais, quando controlamos um personagem praticamente inútil até evoluirmos e conseguir construir coisas melhores, poderá ver o game se tornar melhor e cada vez mais desafiador quanto mais se joga.

7 Days to Die foi lançado no dia 28 de junho para PS4 Xbox One.

2 Respostas para “Análise Arkade: O interessante mas problemático “Minecraft de zumbis” – 7 Days to Die”

  • 9 de julho de 2016 às 13:37 -

    alex

  • Caramba, espero sinceramente que saiam atualizações em breve, o jogo prometia bem mais e entregou muito pouco mesmo pelo preço exorbitante que foi cobrado, quase passivel de a empresa receber um processo; inumeros bugs, problemas de jogabilidade, falhas constantes no jogo online, a cada pouco você é desconectado do jogo, forçando a ficar reentrando constantemente, de fato um jogo interessante que sofre auto-sabotagem, boa analise vamos aguardar um empenho da empresa em consertar os 90%do jogo que vieram faltando.

  • 12 de julho de 2016 às 14:50 -

    Emanuel

  • Pra quem tá interessado eu peguei o jogo.Curto bastante jogos de sobrevivência, apesar de todos esses problemas citados na análise, o jogo é muito divertido, eu e minha noiva estamos jogando em modo splitscreen e estamos nos divertindo bastante, 150R$ Tá salgado pra como o jogo está, mais confesso que estou com mais horas nesse jogo do que em alguns outros jogos AAA que possuo.Final de julho já tem atualização chegando pra cessar alguns problemas, estou torcendo apenas para que venha logo a atualização corrigindo essas travadas, de resto é tudo bem divertido, horas de jogo garantidas pra quem curte esse gênero.

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