Análise Arkade: Juanito Arcade Mayhem é um passeio pela história dos videogames

17 de agosto de 2017

Análise Arkade: Juanito Arcade Mayhem é um passeio pela história dos videogames

Prepare-se para salvar alguns dos maiores clássicos do mundo dos games de uma invasão de gosmas alienígenas com o simpático e desafiador Juanito Arcade Mayhem!

Salvando o mundo (dos games) de pijama

Juanito Arcade Mayhem nos coloca na pele de um garotinho — que se chama Juanito porque esse é um jogo argentino — que tem um amigo alienígena e é fã de jogos clássicos de arcade.

Análise Arkade: Juanito Arcade Mayhem é um passeio pela história dos videogames

Juanito e Gluk, momentos antes da treta começar.

Em uma noite comum, ele estava quase batendo seu recorde quando uma luz misteriosa desce dos céus direto no arcade do pai dele, “infectando” os jogos com as gosmas alienígenas chamadas Clonocélulas. Para salvar os clássicos que foram invadidos, Gluk (seu amigo ET) o coloca dentro do fliperama, onde ele visitará diversos jogos para combater as gosmas do espaço.

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O jogo abraça a zoeira sem medo de ser feliz.

O game tem uma pegada que lembra um pouco o desenho “Detona Ralph“… com a diferença que aqui nada é licenciado. Cada “mundo” é tematizado de um jogo clássico — como Tetris, Pong, Pac-Man, Donkey Kong e Arkanoid — facilmente reconhecível, mas nomes e marcas oficiais não são ditos simplesmente por questões de copyright… e é claro que o jogo faz piada com isso!

Shoot ‘em up hardcore

O gameplay de Juanito Arcade Mayhem lembra bastante os shoot ‘em ups verticais de antigamente, com a diferença que não controlamos uma “navinha”, mas o próprio Juanito, que corre para lá e para cá enquanto os inimigos e obstáculos vêm da parte superior da tela. Quem jogou The Bug Butcher vai se sentir em casa, pois a pegada é bem semelhante.

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O gameplay é super básico, se resumindo a 2 botões: um de tiro, outro de dash. Porém, aqui não tem aquela mamata de simplesmente manter o botão pressionado para ficar atirando infinitamente: com a arma básica você precisa apertar o botão para cada tiro. O efeito “metralhadora” só acontece com power ups, que turbinam sua arma, mas têm tiros limitados.

Apesar da simplicidade, não pense que este é um jogo fácil: além dos inimigos propriamente ditos, toda fase tem algum outro elemento dificultador. No mundo de Tetris, por exemplo, há peças caindo, e sim, elas podem te causar dano. Já no mundo de Pac-Man, é preciso coletar as pílulas de poder que deixam os inimigos vulneráveis — exatamente como no Pac-Man “de verdade”, que só consegue comer os fantasmas enquanto a power pill faz efeito.

Confira abaixo meu gameplay de uma das fases do mundo inspirado em Pac-Man. Repare que eles só ficam vulneráveis depois que coleto as pílulas nas laterais da arena:

Cada mundo possui 9 fases + um chefão. As fases em si são curtas, mas bem desafiadoras, e vão ficando cada vez mais cabeludas conforme você avança, pois novos tipos de inimigos vão surgindo, e conseguir se esquivar de tudo o que vai despencando na tela é um trabalho árduo. Em muitos momentos, Juanito Arcade Mayhem torna-se quase um bullet hell!

Audiovisual & referências

Juanito Arcade Mayhem é um daqueles jogos que parece um desenho animado interativo: seu visual cartunesco é super simpático, as animações são fluidas e os cenários são coloridos e, como já ficou bem claro, fazem alusão a diversos games antigos. As Clonocélulas em si são um tanto genéricas, mas considerando que elas estão ali somente para tomar tiro, isso acaba não fazendo muita diferença.

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Até o glitch clássico de Pac-Man marca presença no game!

Não há vozes aqui, mas o jogo brilha com suas toneladas de referências à alguns dos maiores clássicos do mundo dos games: do visual à trilha sonora e os efeitos sonoros, o jogo está cheio de homenagens — algumas quase no limiar do plágio, mas sempre com um toque de zoeira –, e as maneiras criativas com que elas acabam afetando o gameplay em si é muito bacana.

Até a divulgação do jogo foi feita com base em filmes e games clássicos, que rendeream imagens muito legais, dá uma olhada:

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Análise Arkade: Juanito Arcade Mayhem é um passeio pela história dos videogames

Infelizmente o game não recebeu tradução para o nosso idioma. Não chega a ser algo realmente indispensável, mas vira e mexe o alienzinho Gluk solta alguns comentários bem engraçados, e brinca com os conceitos dos jogos homenageados e com a própria “cara-de-pau” dos produtores! Quem boia no inglês vai acabar perdendo algumas piadas, basicamente.

Conclusão

Juanito Arcade Mayhem é um jogo que empresta não apenas elementos e referências de jogos antigos, mas também a dificuldade de antigamente. Você vai passar muita raiva em algumas fases, mas seu gameplay dinâmico e acessível e sua vibe old school sem dúvida são bem aditivas, e vão te manter jogando nem que seja “só para ver” como é o próximo mundo.

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Juanito surfando na “raquete” de Arkanoid.

Este é um jogo que provavelmente vai agradar mais a galera mais velha, que cresceu jogando Pac-Man, Arkanoid e Tetris e sabe que jogos difíceis já existiam em uma época em que a série Souls sequer sonhava em ser concebida.

Fica evidente que os argentinos do Game Ever! são fãs de cada jogo homenageado aqui. Eles são gamers das antigas, e as piadas e referências são para os gamers das antigas. Fora isso, a simplicidade do gameplay e a dificuldade também devem agradar quem se criou em casas de fliperama e não amarela perante desafios cabeludos.

Juanito Arcade Mayhem foi lançado em 3 de agosto. O game é exclusivo para PC.

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