Análise Arkade: Yakuza Kiwami, um digno remake do primeiro game da franquia

8 de setembro de 2017

Análise Arkade: Yakuza Kiwami, um digno remake do primeiro game da franquia

A série Yakuza, embora extremamente popular no Japão, agora que começou a cair nas graças do público ocidental. Com sua história melancólica, o elemento tempo que faz com que personagens envelheçam de uma maneira bem real, as inúmeras atividades a se fazer nas cidades e muita pancadaria, o game que foi feito originalmente para agradar o público do lado de lá do planeta acabou dando certo para o lado de cá também.

Com isso, nada melhor do que conferir como tudo começou, não é mesmo? Porém, para quem não tem mais um Playstation 2, a plataforma que recebeu o primeiro game da série, em 2005, a saída é aproveitar Yakuza Kiwami, o remake do primeiro game que consegue, sabiamente, apresentar toda a aura do clássico jogo, e, ao mesmo tempo, apresentar os novos elementos presentes nos jogos da série, que evoluiu muito bem com o passar dos anos.

Uma excelente mistura de passado e presente

Análise Arkade: Yakuza Kiwami, um digno remake do primeiro game da franquia

Yakuza Kiwami tem todos os elementos de seu jogo original: a história envolvendo Kiryu, seus aliados e rivais em meio a problemas na Yakuza, e Haruka, a pequena garotinha que acaba ganhando espaço nos jogos a seguir, chegando ao ponto de tentar carreira de cantora teen em Yakuza 5; também temos os mesmos locais, devidamente atualizados graficamente, e até o mesmo sistema de combate, com pontos que vão melhorando a performance de Kiryu durante as lutas.

Porém temos também a engine utilizada nos jogos mais recentes, os diálogos maiores assim como funciona atualmente, além de melhorias no sistema de combate, que ficou mais divertido com uma boa atualização do sistema de upgrade. No game original, você acumulava níveis que eram revertidos em pontos para a “compra” de novos golpes, aumento da barra de energia e outros benefícios, e eles continuam em Kiwami, pelo menos em três das barras: Soul, Body e Tech. Mas, a parte boa está na técnica Dragon, que consiste em aprender técnicas novas com Goro Majima, rival, porém não inimigo de Kiryu, que se esconde das maneiras mais bizarras possíveis (e sim, é legal ver o lado bizarro atual da série em um jogo sério como o primeiro) buscando briga.

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Tudo isso dá um ar novo para o remake, já que estes elementos atualizam o game e deixa-o interessante tanto para quem curtiu o game em sua época de lançamento, como para quem gostou da franquia com os jogos mais recentes e quer conhecer a primeira história. Assim como no remaster de Resident Evil, temos mais do que gráficos melhores, e sim boas ideias no gameplay que o deixam mais atraente e divertido.

O mais perto do Japão que você pode ir hoje

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Visualmente falando, Yakuza Kiwami se comporta muito bem. Não falo isso apenas por causa das boas expressões no rosto dos personagens, mas também por causa da riqueza em detalhes, já comuns aos jogos da franquia, que trazem um Japão tal como ele é: iluminado, cheio de luz e com muitos detalhes em suas construções, ruas, praças e prédios.

Tudo isso, rodando a 60fps, traz um mundo muito vivo, e garante uma ambientação japonesa extremamente fiel, funcionando, na medida do possível, como uma amostra grátis do dia a dia na terra do sol nascente. E, mais do que história e locais, o mundo japonês é apresentado também através de atividades, como as visitas no Club Sega para curtir clássicos da empresa do arcade, os bares da fictícia Kamurocho, entre várias outras opções.

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Kamurocho não é sandbox como um jogo GTA, mas oferece variadas formas de se passar o tempo. O jogo segue um formato linear, do tipo “vá aqui, vá ali”, mas te deixa tempo livre em boa parte do jogo, para explorar a cidade da maneira que desejar, com desbloqueios gradativos nas áreas da cidade acontecendo com o passar do tempo. Você tem, ao final, uma cidade bem menor do que as costumeiras em jogos deste tipo, mas com atividades em quase todas as esquinas, que deixam o local extremamente rico e vibrante.

Vinganças, conflitos e um herói em novos tempos

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Yakuza Kiwami repete a história de 2005, com alguns pequenos elementos novos, que em nada alteram o enredo original: em 1995, Kiryu decide, após uma confusão entre famílias rivais, ir para a prisão no lugar de um amigo, para proteger ele e sua amiga Yumi, retornando 10 anos depois e encontrando, além de um novo mundo, mais conflitos e mais confusões entre as famílias rivais. Tudo contado em longas conversas e cutscenes e em uma história que chamou muita atenção na década passada e continua chamando hoje.

Yakuza merece um lugar de destaque entre as grandes franquias de videogames. A Sega trata esta franquia com muito carinho e acertou em cheio a apresentar mais do que um simples remaster. O jogo está puramente como era em suas origens, mas as novidades encaixam muito bem, não deixando o jogo perdido em suas próprias inovações.

No fim, serve tanto para nostálgicos (como eu), que tem boas recordações com o primeiro jogo da série poder reviver todos os momentos (que são muitos) marcantes do game, como para fãs mais recentes, que gostaram de Yakuza 5 (o jogo foi um dos gratuitos da Playstation Plus para o PS3 ano passado) ou Yakuza Zero, e que gostariam de conhecer o primeiro jogo, mas não dispõem de um Playstation 2.

Yakuza Kiwami está disponível apenas para o Playstation 4 no ocidente, contando com uma versão para Playstation 3 que foi lançado apenas no Japão no começo do ano.

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