Assistimos ao Godzilla da Netflix, que explora um universo novo para a franquia

18 de janeiro de 2018

Assistimos ao Godzilla da Netflix, que explora um universo novo para a franquia

A Netflix disponibilizou recentemente em seu catálogo dois novos animes: A.I.C.O. Incarnation, e Godzilla. Enquanto o primeiro é um sci-fi centrado em Aiko Tachibana, uma adolescente que descobre que há um segredo em seu corpo que pode ser a chave da salvação da humanidade, e estreia no dia 9 de março de 2018, a segunda é uma nova aventura com o Godzilla, ícone da cultura da animação japonesa e que já conta com seu filme disponível.

A aventura de Godzilla chama atenção na sinopse por uma questão bem interessante: desta vez, temos um Planeta Terra dominado pelo monstro, com a humanidade escolhendo partir, já que não acreditam mais no confronto direto com o monstro. Por 20 mil anos, essa foi a realidade, até que a situação insustentável de procurar um novo lugar pra viver obrigam a um confronto definitivo. A premissa é muito boa e abre espaço para várias outras obras, em um universo conhecido, mas com um tempo bem mais avançado.

Assistimos ao Godzilla da Netflix, que explora um universo novo para a franquia

De cara, já é notória a alta qualidade da animação. Fruto do trabalho conjunto da Toho com o estúdio Polygon Pictures, o mesmo por trás de Knights of Sidonia e BLAME!, com direção de Kobun Shizuno e Hiroyuki Seshita, os efeitos, a animação, os personagens e, principalmente, o Godzilla, estão muito bem feitos e detalhados. Dá gosto assistir ao anime apenas para apreciar o ótimo trabalho da equipe. As cenas de ação, que lembram e muito os clássicos filmes japoneses, também contam com bons efeitos.

Outro ponto digno de nota foi quanto ao trabalho da equipe para homenagear o lendário monstro, que ajudou e muito a propagar as produções japonesas pelo mundo, mas que também precisavam cativar os mais jovens, que provavelmente nem sabiam quem era o tal Godzilla. A falta de ação durante boa parte do filme estraga um pouco a experiência de quem quer tiros e explosões, mas está bem claro que esta primeira parte, serviu mais para introduzir o público para a urgência humana. Sim, nesta parte 1, o protagonista são os seres humanos, que precisam dar um ponto final nos monstros para voltarem a habitar em seu planeta. Por isso, creio eu que a maior parte da ação, tal como acontece nos últimos momentos do filme, está reservada para os próximos capítulos da história.

Assistimos ao Godzilla da Netflix, que explora um universo novo para a franquia

Mas é aqui que entra um dos maiores problemas do filme: os humanos são o assunto da vez, mas nenhum personagem consegue cativar o público, nem os principais, muito menos os secundários. É bem provável que você assista ao filme inteiro e não saiba os nomes dos personagens principais. Isso atrapalha no desenrolar da trama, já que sem carisma, não há razão para “torcer” para a vitória humana, isso sem falar que o senso de urgência fica de fora também, pois não assistimos a uma batalha dramática que pode salvar ou dizimar a raça humana de vez, e sim, mais uma batalha genérica e sem sal.

A proposta do novo Godzilla é excelente. Será legal ver com o passar dos tempos explorarem melhor este ambiente desolado, que exige ações drásticas para fazer nosso planeta de novo habitável. O trabalho artístico é impecável, porém peca na construção de seu enredo, já que faz de algo urgente, uma questão genérica e fraca de cativação. Porém esperamos que o próximo episódio, com mais confrontos, façam com que o monstro japonês seja consagrado de vez para uma nova geração.

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