BGS 2014 – As nossas impressões das tribulações emocionais de Toren

14 de outubro de 2014

BGS 2014 - As nossas impressões das tribulações emocionais de Toren

Toren é um dos independentes brasileiros mais esperados e na BGS tivemos a chance de experimentar o jogo e conversar com um dos produtores, Vitor Leães, a respeito do desenvolvimento deste projeto. Confira todas as novidades do jogo agora mesmo!

Os produtores gaúchos da Swordtales tem uma imensa responsabilidade por trás de seu aguardado game, Toren, projeto que o próprio governo brasileiro esta ajudando em sua produção graças a Lei do Incentivo a Cultura. Como se os olhos do governo não bastassem, a Swordtales também produz um jogo altamente esperado não somente pelo público brasileiro, mas também lá fora graças a sua menção honrosa pelo Independent Games Festival em 2012 e as diversas condecorações em eventos internacionais.

Para apoiar ainda mais o projeto, a Swordtales também tem o apoio da Versus Evil, publisher independente que ficou conhecida pela sua parceria na publicação do estiloso The Banner Saga. Com ela, Toren consegue ter mais uma maneira para entrar no mercado ao lado de outros jogos independentes brasileiros de sucesso, como Aritana e a Pena de Harpia, Pier Solar e Chroma Squad.

Então dizer que Toren está sendo aguardado por um imenso número de pessoas na indústria dos videogames é pouco, e para termos certeza se o projeto continua neste constante progresso jogamos uma versão do jogo durante a BGS 2014 na stand da Swordtales. Lugar que durante a minha visita percebi Vitor concentrado enquanto conversava com os fãs do jogo e Dimitri, que é uma das pessoas que faz parte do evento BIG Festival e estava ajudando atraindo todos os transeuntes perto da stand e os informando com muita animação sobre a premissa de Toren enquanto a fila se formava e aumentava cada vez mais.

BGS 2014 - As nossas impressões das tribulações emocionais de Toren

Em minha primeira tentativa joguei aproximadamente dez minutos de algo que seria a introdução do jogo, porém, de acordo ao Vitor, esta seria uma versão focada na jogabilidade e por isso certas partes da história foram retiradas para que quem testasse saiba realmente como Toren funciona. Outro ponto que vale ressaltar é o fato da diminuição do tempo disponivel para jogar de trinta para dez minutos nos dois últimos dias do evento, motivo óbvio e totalmente entendível, já que a demanda do público aumentou exponencialmente durante o fim de semana e o objetivo é que o maior numero de pessoas possa ter a chance de joga-lo, algo que é triste por não poder ficar muito tempo para totalmente justificável.

Toren começa de uma forma imponente, com o imenso dragão e a nossa heroína totalmente equipada com uma espada de duas mãos, capa e uma espécie de mascara aproximando até o inimigo nesta ponte. Lá vemos que a atenção aos detalhes é um ponto forte em Toren, desde os detalhes com o fogo e até toda a iluminação presente em diversos cantos do cenário, criando reflexões dinâmicas contra a protagonista, seus armamentos e o imenso nêmesis em sua frente.

Após um climático final, voltamos para o começo de tudo, desde os primeiros passos da nossa princesa até a transição abrupta dela manuseando o que imagino ser a primeira espada enquanto sobe as escadas e encontra o dragão que vimos no começo do jogo. Um dos elementos que notei de cara em Toren é a sua liberdade durante a jogabilidade, boa parte do jogo é feita para que você descubra o que fazer por conta própria, para isso o jogo faz uso de duas mecânicas principais: O conceito de diferentes prompts em formatos de símbolos que aparecem em cima do objeto em questão para continuar a história, e o foco na câmera principal do jogo, podendo ser utilizada para conseguir entender exatamente o que se deve fazer e qual é o próximo passo da aventura.

BGS 2014 - As nossas impressões das tribulações emocionais de Toren

Esses dois elementos podem confundir no primeiro momento e te deixando perdido durante a fase, mas com um pouco de persistência é facilmente entendível quando você percebe qual é a intenção e direção que o jogo quer que você faça, algo que estamos acostumados em jogos da Team ICO, como Shadow of The Colossus e Ico, que são os dois jogos mais referenciados para tentar explicar a premissa de Toren para o público.

A fase continua após as escadas para seguir em uma direção de onde o dragão veio ou tentar explorar um pouco mais de todo o cenário, que acaba te levando a descobrir outros fatores que foram incluídos em Toren, como o sacrifício opcional de um animal e conseguindo descer em uma caverna para adquirir a mascara que ela está utilizando na primeira cena.

Estas cenas me fazem pensar que o jogo em si tem o seu maior foco no desenvolvimento pessoal da protagonista, colocando o controle para o jogador desde seu primeiro passo até o ultimo momento, enquanto você experiência todos os seus obstáculos e momentos difíceis, fisicamente e emocionalmente. A história parece ser muito mais focada nela do que ao jogador, no entanto a empatia relacionada a heroína de Toren se intensifica a cada cena que o jogo se passa, trazendo no fim um projeto sentimental e único.

Enquanto o ponto maior de Toren se situa na história, sua jogabilidade necessita de um polimento durante o combate e detecção de dano entre os inimigos menores. Claro que tudo isto foi tomado como base desta versão não finalizada, tendo uns bons meses para que o projeto continue e melhore, intensificando o que eles tem de melhor e consertando o que pode ser o calcanhar de Aquiles.

BGS 2014 - As nossas impressões das tribulações emocionais de Toren

O tempo que jogamos deu para ter uma ideia básica mas não tão aprofundada quanto queria após o termino destes dez minutos. Assim fomos novamente no dia seguinte jogamos um pouco mais e conversamos rapidamente com Vitor sobre o desenvolvimento de Toren, com ele explicando sobre a ideia de que esta versão é intencionalmente focada na jogabilidade para que quem estava lá saiba como o jogo irá funcionar, além de que, na minha opinião, é uma boa forma de testar o jogo e entender o comportamento de cada gamer, seja uma pessoa experiente e centrada neste ramo ou simplesmente alguém que tenha um interesse minimo com este jogo, como o caso que vi de um pai colocando o filho pequeno para jogar, e após conversar com o pai, vi como ele se empolgava com videogames e queria que o filho também compartilhasse o hobbie.

Outro ponto interessante que tivemos durante conversa é a forma que a Lei de Incentivo a Cultura trabalha com as produtoras que estão associadas, se associando de lado a lado e fiscalizando cada centavo que foi injetado ao projeto, algo que pode parecer intrusivo no desenvolvimento a primeira vista mas considerado necessário para que o projeto continue sem que alguma empresa apareça do nada, pegue o dinheiro e fuja com ele tentando trapacear uma iniciativa positiva para a indústria nacional.

Por fim Toren é um trabalho em progresso e respondendo a ponderação feita no começo desta matéria: Sim, é um projeto que evolui a cada momento para trabalhar em consertar o que está falhando e, assim como a protagonista, ultrapassa seus maiores obstáculos aprendendo com eles e se transforma para crescer ainda mais como um estúdio.

Neste momento Toren continua em desenvolvimento com a intenção de ser lançado em alguma data durante o primeiro trimestre de 2015, as versões de PC e PS4 estão confirmadas enquanto as negociações continuam para que o Xbox One também possa receber este jogo.

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