Conheça o raro Super Prosystem 16, o único clone brasileiro do Super Nintendo

3 de outubro de 2023

Os videogames clones são um capítulo único e especial da história do videogame no Brasil. Em tempos de Reserva de Mercado, quando o governo brasileiro, em termos gerais (e pra simplificar a conversa) proibia importações de alguns elementos, incluindo eletrônicos, restava para as empresas licenciarem o direito de fabricar videogame em nosso país, como a Tec Toy fez junto com a SEGA, ou fazer engenharia reversa e lançarem os seus próprios videogames. No nosso caso, a grande maioria baseada no NES.

Mas com o Super Nintendo a história foi um pouco diferente. Como era um videogame que havia sido lançado quando tal lei protecionista havia expirado, era mais fácil para os lojistas importá-los (principalmente do Paraguai) do que gastar tempo com engenharia reversa, para criar clones. E, em 1993, a chegada oficial do console no país, através da Playtronic, encerrou de vez qualquer possibilidade de um “novo vendaval” de clones.

Mas engana-se quem pensa que não existiu um clone de Super Nintendo, naqueles dias. Um amigo leitor, o capixaba Eduardo Cruz Bodart, é um entusiasta de consoles clones e entrou em contato conosco para mostrar um videogame bem especial: o Super Prosystem 16. Eu até lembrava dele, mas apenas de alguns anúncios em revistas de videogames da época:

Conforme explicou Eduardo, “o Super Prosystem 16 teve seu lançamento em Maio de 1995 pela Chips do Brasil, a qual produzia controles e cartuchos para NES e SNES. Muitas pessoas pensavam que o mesmo nem havia sido lançado, pois foi de curta duração e com poucas unidades”.

Ele também lembrou um fato bem interessante: o console conta com três entradas RCA e conector RF, o que facilitava a vida dos brasileiros daqueles dias, que não precisariam ir atrás do cabo AV específico do Super Nintendo, além de vir “desbloqueado” de fábrica. Ou seja: rodava cartuchos japoneses, europeus ou americanos sem problemas, diferente do que acontecia no console original. E vinha com um controle com a famosa função turbo, o rei dos “apelões” da época.

Também citado por Eduardo para a nossa equipe, o console não teve a mesma sorte de outros clones devido a presença da Playtronic no Brasil. Nosso amigo leitor comenta que a Chips do Brasil, a fabricante do console, teve de retirar as unidades do console do mercado, em uma causa perdida contra a representante da Nintendo no Brasil.

A Big N, já pensando em proteger seu hardware lá no passado, embora não tenha chegado por aqui de forma presencial, como muitos pensam por aí, encontrou na Gradiente (que também fez o seu clone, o Phantom System) e na Estrela, gigante dos brinquedos na época, uma boa oportunidade de manter presença por aqui, por vias oficiais, nascendo a Playtronic que muitos de nós tivemos acesso na época. E que muitos mais velhos vão se lembrar de suas icônicas propagandas.

Já o Super Prosystem 16, por causa de tudo isso, se tornou um item extremamente raro. Como havia dito, eu mesmo só conhecia o console através dos anúncios da revista, nunca tendo visto um pessoalmente. Por isso, foi bacana ver um leitor nosso, que gosta da história dos videogames tanto quanto a gente, compartilhar um console tão bacana e raro da sua coleção, e com tanta história pra contar, mesmo que se tratando de um console “quase invisível”.

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui!

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