Até que enfim joguei Daytona USA 2, graças ao Like a Dragon Gaiden

10 de novembro de 2023

Daytona USA é um dos meus jogos preferidos da vida. Quem viveu os anos 90, deve se lembrar muito bem de toda aquela barulheira em fliperamas, sejam eles em shoppings ou nos botecos da esquina. E, geralmente, com uma máquina rodando este clássico da SEGA, com toda a sua adrenalina e músicas inesquecíveis.

Joguei muito este game, no fliperama, no Saturn, no Dreamcast e no PlayStation 3, sendo um dos primeiros jogos digitais que comprei quando adquiri o console, já há algum bom tempo. Entretanto, jamais havia jogado a sua continuação. Lembro de ver matérias de Daytona USA quando adolescente em revistas de games, mas nunca cheguei a ver uma máquina.

Claro, era 1998, e ali os fliperamas já começavam seu movimento de queda. Marvel vs. Capcom e The King of Fighters ’98 ainda agitavam as casas, mas o que os fliperamas simbolizavam no início da década, já traziam um impacto menor, já que os consoles conseguiam reproduzir muito da qualidade dos arcades (o Saturn já era perfeito para jogos de luta) e, talvez por isso, não houve o mesmo interesse em trazer Daytona USA 2 nas Playlands da vida.

E, para piorar, o game nunca teve versão de console. A SEGA, sabe-se lá o porquê, preferiu refazer o Daytona USA original para o Dreamcast, somando novos gráficos e até funções online, mas sem lançar a sua sequência. E logo depois, a SEGA parou de fazer consoles, e com isso, também começou a lançar menos jogos “arcade” para eles.

Mas, felizmente existe a franquia Yakuza, um dos locais de resgate dos clássicos da companhia. Seguindo os passos de Shenmue, a SEGA sempre trouxe jogos clássicos nos jogos Yakuza, e em Like a Dragon Gaiden, que já falamos dele em nosso review, não foi diferente. O game coloca um Master System com clássicos para serem jogados, e na tradicional casa de arcade, temos, enfim, o lendário Daytona USA 2 para jogar.

E, enfim, joguei o bendito jogo!

O jogo é chamado de SEGA RACING CLASSIC 2 só por causa do fim da licença da Daytona International Speedway, que dava o nome para o jogo. Mas como de Daytona o game tem apenas o nome (já que nem a pista oval é a mesma do circuito oficial), então tudo segue idêntico ao jogo original, com a mesma essência.

O game já começa com aquelas animações legais dos anos 90, com o bom e velho rock pauleira de fundo. O jogo oferece três pistas, além de um “Challenge”, que como em Sega Rally, coloca o jogador em um desafio com as três pistas. Já entre os carros, temos um para novatos, um para intermediários e um para os mais dedicados, além do Hornet original do primeiro game, que podem ser automáticos ou manuais.

As pistas seguem o mesmo princípio, mas com diferenças visuais. O clássico oval segue cheio de adrenalina, enquanto a pista intermediária traz o máximo possível de fanfarronice da SEGA, sendo uma pista dentro de uma espécie de parque de diversões, com os ambientes mudando de castelos medievais para cidades futuristas, ou uma região de gelo, cheio de coisas acontecendo na tela, incluindo um barco viking na linha de chegada. Já a pista avançada simula uma ideia de corrida na cidade e estrada, e é bem mais desafiante do que a pista do primeiro game.

As fanfarronices nessa pista são mais de 8 mil!

O gameplay também é bem ágil, com cada carro respondendo bem ao esperado por suas configurações: o carro de iniciantes tem maior aderência, mas menos velocidade, enquanto o carro avançado corre bem mas é preciso destreza para domá-lo. Já o Hornet traz a experiência do primeiro Daytona USA, sendo o mais divertido para jogar.

É um game no qual fiquei muito do meu tempo jogando Like a Dragon Gaiden, e seguirei passando mais. Custando apenas “100 ienes” a ficha dentro do jogo, dá pra perder horas e horas tentando fazer os melhores tempos e encontrar as melhores formas de se fazer curvas. O primeiro Daytona USA é fenomenal, mas é bacana saber, mesmo tanto tempo depois, que sua sequência é tão interessante quanto.

A SEGA, na época, tentou não só melhorar os gráficos, mas implementar mais elementos de “exploração”, com carros de direções diferentes e até um sisteminha de torneio, como em Sega Rally, para trazer mais opções ao jogador, que poderia jogar o game de formas diferentes e tentar domar carros diferentes em suas pistas. O que mostra que havia um interesse genuíno na série, que infelizmente nunca mais trouxe algo novo, depois deste jogo, que se não fosse pelo novo jogo de Kazuma Kiryu, talvez nem estivesse acessível ainda.

É bom saber que, de um jeito ou de outro, a SEGA continua a respeitar a sua história, trazendo de volta clássicos que, por vários motivos, ficaram indisponíveis. E também mostram que os seus clássicos de arcade, por mais antigos que sejam, ainda contam com lugar no “grandioso” mundo dos games, com sua ação simples, mas repleta de diversão. A diversão, como sabemos, não depende apenas de gráficos e nem de “elementos épicos uau minha nossa de GOTY”, por isso, fiquei realmente feliz de poder, depois de tanto tempo, jogar (e jogar muito), o tão divertido Daytona USA 2, mesmo que com outro nome. Valeu, Kiryu!

Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui!

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