Análise Arkade – Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

6 de novembro de 2023
Análise Arkade - Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

A franquia Yakuza, apesar de sempre evoluir com o passar dos anos, nunca foi um grande exemplo quando o assunto era mudanças radicais. Mas nos últimos anos, enfim a série saiu de sua zona de conforto, ao apostar não só em novos personagens, como até em uma nova forma de se explorar suas movimentadas ruas, através do RPG de Yakuza Like a Dragon.

A iniciativa se mostrou muito bem vinda pelos jogadores, que gostaram da ideia de explorar as cidades do game como sempre, curtindo uma história repleta de intrigas, mas com a porradaria dando lugar para um típico RPG, com armas, “poções” e tudo o que os jogos do gênero tem para oferecer.

Ainda assim, ainda estavam com saudade de sair batendo em malas metidos a valentões nas ruas do Japão, e por isso, Kazuma Kiryu, quer dizer, Joryu, em uma aventura que servirá de porta de entrada para uma nova fase na franquia. Fase esta, que vamos explorar e conhecer juntos.

Prazer, Kazum… Joryu

Análise Arkade - Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

Like a Dragon Gaiden nos traz de volta “um novo personagem”. Joryu é o nosso bom e velho Kazuma Kiryu, porém com outro nome e em uma nova vida, afinal, ele é o “The Man Who Erased His Name” do título. O jogo nos leva a alguns meses após os eventos finais de Yakuza 6, e serve tanto para continuar a história que nós conhecemos e curtimos desde 2006, quanto para nos levar para a nova era da série.

Funcionando mais ou menos como Spider-Man Miles Morales, Like a Dragon Gaiden é um tanto menor do que outros jogos da franquia. Pois em cerca de 8 ou 10 horas, já é possível terminar a história principal, mas em um jogo muito convidativo para aventuras secundárias, que falaremos melhor depois, e que farão com que essas 10 horas virem 30 rapidinho. Mas, mesmo sendo uma história menor do que o normal na franquia, ela segue com os mesmos ingredientes de sempre, o que é muito bom.

Sabe aquela trama no estilo “novela mexicana” (e digo isso como um elogio) que Yakuza sempre teve? Com direito a reviravolta da reviravolta? Pois o novo game segue com um modo campanha que segue esse mesmo estilo, e que sabiamente apresenta praticamente tudo o que é secundário em sua jornada, para o jogador seguir em suas aventuras após o fim do jogo.

(Lembrando, claro, que é preciso manter um save manual bem guardado para a última parte do jogo, se quiser vê-la de novo, já que o save pós-final libera a cidade, mas não repete a missão final)

A história tem tudo para agradar quem acompanha a série desde lá atrás, por entender o que aconteceu desde 2018, e o que poderemos esperar para o futuro, em seus próximos jogos. É incrível, inclusive, ver algo tão bacana feito em apenas seis meses, em dias de jogos tão genéricos, que levam “anos” para apresentarem o igual de sempre. Yakuza sempre fez um ótimo arroz com feijão, sem prometer ser “o melhor jogo da história da semana”, e repete esta boa dose, inclusive em sua história.

A exploração de sempre, agora bem mais convidativa

Análise Arkade - Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

O jogador terá para explorar, desta vez, Sotenbori, com seus vários locais para comer, cantar, jogar sinuca, e jogar os clássicos da SEGA, com uma boa seleção: Sonic the Fighters, Virtua Fighter 2, Fighting Vipers, Motor Raid, e o excelente Daytona USA 2, que por questões de direitos autorais, aqui é chamado de SEGA RACING CLASSIC 2, o que não muda nada em relação ao jogo em si, se destacando inclusive por ser o primeiro port para um console desde seu lançamento original, em 1998.

Também existe um Master System disponível em um local no game, com alguns games disponíveis e outros que deverão ser encontrados, para jogar. Vale a pena conhecer os clássicos oferecidos por lá.

Também estão disponíveis Yokohama e o “Castle”. Yokohama não conta com muito para se fazer, inclusive sendo bem limitado em relação ao Like a Dragon de 2021, que tinha até corridas de kart. Mas é um local importante na campanha principal. Já o Castle, que será apresentado durante a jornada, será o local dedicado para a pancadaria, embora possa ser explorado de outras maneiras.

Tudo isso sabiamente utilizado por uma simpática personagem: Akame. Sendo uma pessoa envolvida com tudo que acontece em Sotenbori, é ela quem organizará as missões secundárias. Você saberá quem ajudar no mapa do game, envolvendo desde dar uma comida específica até tirar uma foto para alguém, assim como também atenderá pedidos especiais, todos eles sendo úteis na progressão do game.

Ela tem até uma lojinha interna, a qual você poderá investir e ter benefícios como maior pontuação nas missões secundárias e até o acesso a itens únicos, para uma melhor evolução.

Me atrevo a dizer, inclusive, que nunca um jogo Yakuza foi tão convidativo para ser explorado além da campanha principal. Como o tempo de campanha principal foi reduzido, já é natural o interesse para conhecer mais do jogo, mas a forma com que tudo foi apresentado desta vez, com uma “central” para organizar onde ir, e o fato de que até a mais simples ação no game contribui para um avanço total no jogo, fará com que muitos, inclusive quem já joga a série mas não vai fundo nos 100% do game, se sintam incentivados a ir além da história principal.

A boa ação de sempre, mas mais amigável para novatos

Análise Arkade - Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name

Se você sente saudade de trocar a boa e velha porrada oferecida por Yakuza, pode comemorar pois a rica variedade de golpes e evolução de luta segue lá. Entretanto temos algumas mudanças em Like a Dragon Gaiden, além de iniciativas que facilitam a vida dos novatos na franquia. Para começar, agora são apenas dois modos de luta: agente e yakuza.

O modo agente é mais focado em ataques contra grupos, com golpes que podem atingir dois ou mais alvos de uma vez, e itens que podem ser usados em combate, como drones ou sapatos especiais. Já o Yakuza é o modo “raiz”, com os estilos clássicos de combate, e sua variedade de golpes, incentivada para usar nos “mano a mano”.

Tudo isso evoluído, desta vez, apenas por dinheiro, ou por dinheiro mais Akame points, pontos que você conquistará ao fazer missões secundárias. É mais simples e direto, mas ainda assim não é tão limitado como parece ser. Também dá pra comprar evolução no game, como mais vida ou mais barras de cólera, ou benefícios no game, como poder comer mais mesmo de barriga cheia.

Além disso, o game também oferece mais acessibilidade aos novatos. No Easy Mode, por exemplo, o jogo pode ter suas lutas resumidas a apenas um botão. Assim, o jogador apenas apertará o botão de ação, com o game desferindo os golpes que achar necessário, incluindo especiais ou mudanças de postura. Para quem nunca jogou o game, é uma oportunidade mais do que especial para explorar o jogo e lidar de forma mais simples com aquele monte de valentão que aparece implorando pra ter uma bicicleta quebrada em sua cabeça.

A sensação que tive, ao jogar o game, é que a Ryu Ga Gotoku Studio aproveitou este “tempo extra” entre Yakuza 6 e Like a Dragon, para lapidar melhor o seu sistema de luta. E como este game é um capítulo menor na franquia, acaba servindo de laboratório para, aí sim, trazer estas e outras ideias para os próximos jogos.

Uma excelente porta de entrada para o mundo de Yakuza

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Geralmente, um jogo “Gaiden” é tratado como um spin-off, ou história paralela, que não precisaria ser algo diretamente conectado com a história principal de uma série ou franquia. O que não acontece por aqui, já que este Gaiden é completamente necessário para a franquia Yakuza. Entretanto, o game foi sabiamente desenvolvido para atrair novas pessoas para a franquia, já que é possível entender o que acontece mesmo sem nunca ter jogado um jogo da série.

Como será disponibilizado no Game Pass, a SEGA foi bem ao oferecer boas iniciativas para que novos jogadores possam jogar o game sem se assustar com a infinidade de coisas para se fazer nele. Sim, este game tem muita coisa para ser feita, mas com a Akame, muitas destas coisas ficam bem organizadas no menu, e pelo fato das tarefas e missões secundárias serem úteis na jornada principal, estes novatos poderão explorar tudo de forma mais amigável.

Dito isso, este Yakuza, ou melhor, Like a Dragon Gaiden, tem, pra mim, dois objetivos principais: retornar com Kiry… Joryu para trazer o bom e velho protagonista de volta, assim como apresentar uma boa nova fase para a franquia, além de servir como porta de entrada para novatos na série, que poderão se divertir aqui e despertar o interesse para outros jogos da série.

O que será uma boa para estes novos jogadores, pois terão um game com o já conhecido “pequeno” mas rico mundo destes games, com suas ruas repletas de atividades e conteúdo, com lutas que nos fazem felizes por evoluir o beat ´em up dos dias de Streets of Rage, e com uma história muito, mas muito rica e que, mesmo com ares de novela mexicana, ás vezes, ainda assim é excelente em todos os seus aspectos.

Especialmente por mesclar, aqui também, tão bem as questões “corporativas” de grupos da Yakuza, sem ignorar o lado humano dos personagens, como suas motivações, e emoções.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name chega nesta semana, no dia 9 de novembro, para consoles Xbox, onde estará disponível via Game Pass, nos consoles PlayStation e na Steam. O jogo é falado em japonês, mas possui legendas em português, com a RGG Studio lembrando que estão trabalhando em uma dublagem em inglês, que será disponibilizada posteriormente, como um DLC gratuito, para os interessados.

Uma resposta para “Análise Arkade – Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name”

  • 10 de novembro de 2023 às 21:51 -

    Helinux

  • Valeu!!!!

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