Análise Arkade: Blightbound traz multiplayer cooperativo divertido e ótimos combates

15 de março de 2021
Análise Arkade: Blightbound traz multiplayer cooperativo divertido e ótimos combates

Lançado originalmente em 2020 em acesso antecipado, Blightbound é um dungeon crawler focado no multiplayer cooperativo. Com um visual 2D impecável e uma jogabilidade que lembra um pouco os beat ‘em up clássicos, Blightbound está cada vez mais próximo de sua versão final, que deve chegar ainda esse ano.

Blightbound é muito divertido, principalmente quando jogado entre amigos. Sua exploração de mapas é interessante para um 2D, os personagens desbloqueáveis também são cativantes e, por fim, sua jogabilidade é bem desafiadora, seja jogando sozinho ou em equipe. Mas claro que não está livre de alguns problemas. Vamos falar com calma de todos os seus pontos fortes e fracos nessa análise.

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Enfrentando a névoa das trevas

A história de Blightbound acompanha três heróis que, em meio ao caos, se reconhecem como aliados: um guerreiro, um mago e uma assassina. O grupo acaba buscando refúgio em um esconderijo nas montanhas. De lá, precisam fazer incursões e enfrentar abominações oriundas de uma misteriosa e maligna névoa que encobre toda a região.

Essa névoa, chamada de “A Praga“, é fruto de um titã abatido décadas antes por um grupo de guerreiros lendários. Sua derrota liberou a névoa/Praga que corrompe qualquer ser vivo exposto a ela. Assim, o objetivo dos heróis é explorar as regiões montanhosas encontrando novos aliados e limpando a Praga como podem, derrotando todos os monstros que aparecem em seu caminho.

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A história do jogo não é o seu ponto forte, mas serve bem à proposta. O mais interessante é que cada classe de personagens (guerreiros, magos e assassinos) possuem uma linha de história própria, que os leva a encontrar novos sobreviventes e entender um pouco mais da história daquele mundo. Mesmo não servindo tanto como motivador para experimentar Blightbound, o enredo é consideravelmente interessante.

Visual cartunesco de primeira

O visual do jogo é um show à parte. Todo em 2D, mas com uma exploração mais detalhada nas dungeons, Blightbound apresenta um padrão estético muito agradável. As artes dos personagens, bem como os cenários e equipamentos são todos muito bonitos, coloridos e bem animados. O fato de ser em 2D faz com que o jogo, mesmo sendo tão bonito, rode bem em máquinas menos potentes também.

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Enquanto exploramos as masmorras, porém, Blightbound mostra seu primeiro ponto negativo: a confusão. Dependendo de onde você esteja e quem você controle durante a jogatina, pode ser bem difícil entender o que está acontecendo na tela. Isso porque são muitos inimigos, efeitos e áreas de efeito se sobrepondo no calor do combate,o que acaba por “esconder” seu personagem — ou no mínimo complicando a visibilidade por alguns segundos.

Não foi raro durante as partidas para esta análise algum jogador perder seu próprio personagem durante a confusão do combate, o que resultava até em mortes desnecessárias no meio de tantos números, explosões e efeitos. Tipo assim, ó:

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Fácil se perder nessa bagunça

Isso seria facilmente resolvido com algum recurso de ping, contorno em destaque ou sinalização de onde seu personagem está na tela. Sem isso, a ação deixa a desejar por enquanto.

Os menus por sua vez são relativamente fáceis de entender, pegando um esquema semelhante ao de Loop Hero, com recursos novos sendo desbloqueados no decorrer da evolução do esconderijo.

Tríade de personagens pouco variada

A jogabilidade distinta entre as classes do jogo lembra um pouco a relação construída na franquia Trine. Temos um tank de curta distância, um assassino que se move por todo o campo de combate rapidamente e um mago que ataca a distância e serve de suporte na maioria das vezes. Essas três personas ditam todas as opções de personagens do jogo.

Personagens esses que, ao menos em um primeiro momento, não são tão variados assim. O visual deles é bem distinto e cativante, entretanto, na hora do combate, vemos pouquíssimas diferenças entre alguns deles. Por exemplo: os três guerreiros acabam compartilhando 4 habilidades entre si, variando com cada um tendo duas das três.

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Claro que existem diferenças práticas consideráveis, como um guerreiro ser mais voltado para o dano crítico ao invés da defesa, ou então o assassino ter mais roubo de vida do que taxa crítica. Mas ainda assim são diferenças bem sutis quando comparamos o grupo inteiro de personagens. Igualmente pouco variados são os itens encontrados nas masmorras. Durante cerca de 10 horas de jogo, os personagens mudaram de armas pouquíssimas vezes e, mesmo assim, foi necessário usar o recurso de criação de novos itens para realmente sentir o efeito das mudanças.

Multiplayer cooperativo de primeira

O ponto alto e maior acerto de Blightbound obviamente é o seu multiplayer. Podendo ser online, local ou através da função Remote Play da Steam (que permite jogatina multiplayer local a distância), é no multiplayer que você vê realmente a que Blightbound veio. Permitindo times de até três jogadores, o gameplay cooperativo possui sinergia e muita diversão.

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O interessante do multiplayer é que ele trabalha um pouco com o senso de desafio dos jogadores. Cada vez que você vai escolher um mapa para incursão, a dificuldade muda de acordo com o nível do seu grupo. Mapas considerados “fáceis” são de uma dificuldade normal, nada extremamente fácil, mas bem mais seguros de serem concluídos. As dificuldades seguintes já começam a tornar a coisa cada vez mais impossível.

Vai depender realmente da habilidade prática do grupo de jogadores se o sucesso da missão em dificuldades mais altas será possível ou não. Para a progressão do jogo como um todo, é bem mais indicado começar por baixo, buscando completar missões fáceis e, com o tempo, se arriscando nas mais difíceis.

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Uma menção honrosa vale a pena aqui para alguns puzzles que encontramos em alguns mapas do jogo. Sempre pensados para serem resolvidos em equipe, eles são simples, mas criativos, e trazem um senso de gratificação ao serem resolvidos em grupo. Mas caso você não queira jogar com outras pessoas, também é possível jogar com bots. Não é muito recomendado, mas a função existe.

Blightbound: um jogo de amizade

Mesmo que Blightbound possa ser jogado em modo solo, é realmente recomendável que você o jogue com amigos. Entretanto, caso vá utilizar o multiplayer local ou o Remote Play, fique sabendo que essas funções possuem alguns problemas a serem resolvidos ainda. Entre eles, o foco do loot.

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Alguns itens cairão sempre baseados na classe utilizada pelo player 1. Isso é bem problemático, pois acaba limitando a evolução dos demais jogadores da party. Jogando de modo local, basta uma troca de controles e tudo se resolve. Porém, no Remote Play, essa troca ainda é confusa e com alguns bugs. Mesmo assim, a diversão continua sendo garantida ao jogar Blightbound em equipe.

A cooperação acontece o tempo todo, mas o senso de amizade é sentido principalmente quando administramos os equipamentos. O loot do jogo é compartilhado entre todos os personagens, o que muitas vezes pode acarretar conflitos sobre quem vai ficar com cada equipamento.

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Por isso vejo que a amizade e companheirismo é um fator importante para a jogatina fluir bem em Blightbound, uma vez que todos precisam cooperar entre si para garantir que o time funcione da melhor maneira possível. Isso quer dizer que, vez ou outra, você vai ter que ceder um anel poderoso para que o mago do time possa construir um item melhor para ele. Desse modo, melhorando sua cura para todos os membros do grupo. Um jogador “fominha” com equipamentos não é bom para o grupo.

Uma ótima diversão entre amigos

Mesmo com alguns pontos a desejar principalmente na progressão dos personagens, Blightbound é um jogo muito divertido. Além disso, em tempos de isolamento social, pode ser uma ótima desculpa para juntar os amigos em uma chamada de voz e passar algumas boas horas interagindo e se divertindo enquanto matam (e morrem) bastante explorando masmorras em 2D.

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O jogo encontra-se atualmente na sua versão 0.7, com a próxima atualização (ainda sem data anunciada) sendo finalmente a 1.0, que fará Blightbound sair da categoria de Acesso Antecipado.

Ainda existe trabalho a ser feito antes dessa última atualização, principalmente corrigindo alguns bugs e tentando sempre balancear de modo mais justo as classes do jogo. Entretanto, o game já é uma ótima opção para quem curte um gameplay dungeon crawler cooperativo.

Blightbound foi lançado inicialmente em acesso antecipado em em meados de 2020. Sua versão final deve ser lançada ainda em 2021, trazendo novos personagens de todas as classes, novas dungeons e bosses e também novos equipamentos. O game está disponível para PCs através da Steam, com menus e legendas em português brasileiro.

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