Análise Arkade: Fire Emblem Engage, uma estratégia de volta as raízes

24 de janeiro de 2023
Análise Arkade: Fire Emblem Engage, uma estratégia de volta as raízes

Fire Emblem Engage é um jogo de RPG tático produzido pela Inteligent System e distribuído pela Nintendo para Nintendo Switch, lançado no dia 20 de Janeiro de 2023. O game conta com os diretores Tsutomu Tei que foi diretor de Code Name S.T.E.A.M., coordenador gráfico de Advance War Days of Ruin e supervisionou o Fire Emblem Three Hopes; e Kenta Nakanishi, que foi diretor de Fire Emblem Fates, coordenou em Kirby and the forgotten lands e também ajudou a supervisionar o Fire Emblem Three Hopes.

O jogo também conta com a produção de Masahiro Higuchi (Fire Emblem Heroes, Fire Emblem Echoes: Shadows of Valentia e Fire Emblem Three Houses), Genki Yokota (Xenoblade Chronicles, Fire emblem Fates e Xenoblade Chronicles 2) e Toyokazu Nonaka (Ever Oasis, Xenoblade Chronicles 3, Bayonetta 3).

E também conta com o roteiro de Nami Komuro (Fire Emblem Awakenig, Project X Zone 2 e Paper Mario: The Origami King).

A História

Mil anos atrás, a terra de Elyos foi atacada pelo Dragão negro Sombron. Graças a um grupo de guerreiros poderosos que utilizam os poderes de heróis de outros mundos, Sombron foi selado. Elyos desfrutou de um milênio de paz, mas o selo que o selava começou a enfraquecer.

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O caos perturbando a paz de Elyos

Alear, filho do dragão Divino Lumera, desperta de um sono de mil anos e se torna uma figura central no combate à ameaça iminente de forças que tentam libertar Sombron. Para atingir esse objetivo, Alear deve procurar os doze Anéis Emblemas com a ajuda de amigos para selar novamente Sonbrom e trazer paz ao reino novamente, mas ele terá que enfrentar servos leais a sonbrom para conseguir esse objetivo.

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O jogo inicia em uma batalha frenética e somente Alear e seus amigos para enfrentar o mal.

Apesar de ser uma história mais simples que a do FE Three Houses que pode ser um pecado para alguns ela é bastante funcional para o jogo, pois ele tem uma história mais simples e foca mais no gameplay, afinal esse era o objetivo desde o inicio do desenvolvimento dele. Uma história simples de entender, funcional e com um gameplay mais viciante.

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Alear e seu amigo Marth se preparando para a batalha.

O Mundo

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Elyos e os respectivos reinos.

O jogo se passa no mundo de Elyos, e nele temos 5 reinos: Firene, Brodia, Elusia, Solm e Lytos.

O reino de Firene, é um reino próspero e verdejante com suas planícies cheias de vida e riquezas. Já o reino de Brodia, é árido e montanhoso um reino de guerras. O reino de Elusia, por sua vez, é um país gelado e cheio de mistérios. O reino de Solm é lar de desertos e oásis. E por último temos Lytos, situado no meio do mapa que é o reino dos dragões divinos.

Jogabilidade e Exploração

O jogo é bem simples na questão de avanço, você termina uma fase e vai para a próxima, após terminada ela não poderá ser repetida, é bem linear nesse ponto. Uma das coisas que podemos fazer para amenizar é, quando libera a função de fazer doações para os reinos que passamos há uma probabilidade de abrir pequenas fases de luta em que podemos obter recursos como mineiros para melhorar as armas e dinheiro para comprarmos itens para nos auxiliar durante as batalhas.

E por último temos as missões de parálogos, essas missões são missões secundárias que envolvem algum personagem específico ou missões que podemos conhecer novos personagens da história.

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Algumas das missões de Skirmish que aparecem de tempos em tempos no jogo.

Batalhas

É aqui onde o jogo brilha, nele temos muitas novidades que foram adicionadas e transformam o gameplay em algo mais dinâmico em comparação ao seu antecessor.

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Parece que FE Engage bebeu das ideias que foram apresentadas em Triangle Strategy e adicionou algumas mecânicas que foram implementadas nele, como, utilizar um terreno com água e usar uma magia de raios ou gelo para eletrocutar ou congelar os inimigos (respectivamente). Também temos o triângulo de armas, que está de volta.

Funciona dessa forma, unidades de espada tem vantagens contra unidades de machado, que por sua vez tem vantagens contra unidades que utilizam lança e esse tem vantagens contra as unidades de espada, é como se fosse pedra, papel, tesoura.

Aqui essa mecânica é tão levada a sério que já morri diversas vezes para inimigos fracos porque eu estava usando uma arma que era mais fraca contra a dele.

Também foi adicionado a vantagem de unidades que utilizam punhos como armas, eles tem vantagens conta arqueiros, magos e unidades que utilizam adagas. Quando aproveitamos dessas vantagens conseguimos dar um status de Break no inimigo, esse status deixa o inimigo vulnerável pelo resto do turno, mas inimigos também podem dar Break nos nossos personagens, isso faz com que o jogo ganhe um certo desafio conforme você avança.

Dar break no jogo pode mudar o rumo da luta.

Outra novidade foi a retirada da durabilidade das armas, no FE Three Houses as armas tinham pontos de durabilidade e que conforme você as utilizavam elas perdiam esses pontos até quebrar. Ainda assim era possível restaurar elas no jogo, mas era mais barato comprar uma nova ao invés de fazer isso. Aqui no Engage somente os cajados possuem essa “durabilidade” ou como dizem pontos de uso.

Anéis Emblema

O sistema de anéis é a novidade do game, ele se consiste em equipar o anel emblema a um dos personagens e o mesmo herdará habilidades passivas e ataques da entidade contida no anel, são 12 anéis no total e cada um deles possui uma espécie de espirito protetor que é representado por antigos heróis da série.

Utilizando os anéis emblema podemos aumentar o nível de vínculo com o espirito do anel melhorando a força das habilidades e também podendo herdar passivas que vão liberando conforme esse vínculo aumenta. Qualquer personagem pode equipar qualquer anel, mas existe aquele que é o ideal para cada um. Enquanto usamos o anel em batalha o herói contido nele lutará ao nosso lado como um guardião.

E finalmente temos o sistema Engage que simplesmente a fusão do personagem com o herói contido no anel emblema, essa fusão dura em média três turnos e após passados ela terminará. Enquanto estamos nessa fusão podemos utilizar de ataques únicos e bastante efetivos além de um ataque especial bastante único.

Um dos especiais que eu mais gostei

Outra mecânica que permaneceu aqui foi o poder de retornar no tempo (Divine Pulse no FE Three Houses) que aqui é uma relíquia que conseguimos após algumas fases, essa mecânica se consiste em voltar o tempo para refazer uma jogada que não teve um resultado satisfatório.

Somniel o lugar seguro

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Somniel é um local que você irá visitar bastante.

Após alguns capítulos você é transportado para Somniel, uma espécie de local seguro no jogo, lá você terá vários lugares para interação conforme avança no jogo, como lojas e locais de interações com os personagens e locais onde podemos focar nos anéis emblema.

Aqui podemos adquirir habilidades dos heróis e herdar algumas delas, também temos a opção de criar anéis de vinculo, é uma espécie de gancha de anéis que dão status passivos para quem utilizar aquele anel em especifico além de uma opção de poder juntar anéis repetidos para fundir em uma versão mais forte dele.

Lojas e minigames

Em somniel temos diversas lojas, temos loja de armas e acessórios, loja de consumíeis, um ferreiro para melhorar as armas e até criar novas caso tenha os materiais e a loja que vende skins para os personagens.

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Aqui temos vários minigames, um que nunca pode faltar em um JRPG é a famosa pesca, a princípio aqui é um pouco diferente do FE Three Houses que para pescar na escolha precisava de ter uma isca, aqui simplesmente você só precisa chegar e pescar, claro que aqui temos um limite para isso. Só é possível pescar 3 vezes após cada batalha e não é cumulativo.

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Não poderia faltar a boa pesca.

Temos também minigames de ginastica, lá podemos fazer abdominais, flexões e agachamentos, bem ao estilo Saitama. Fazendo esses minigames de ginastica te garante um bônus temporário antes de qualquer batalha, então é sempre bom fazê-los caso sinta dificuldade em alguma batalha.

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Essa referência foi demais, será que o protagonista vai ficar careca?

Temos a trilha do Wyvern, é uma espécie de tiro ao alvo enquanto você voa em um wyvern do jogo, ao contrário do outro minigame esse em específico não garante nenhum bônus, ele somente serve como passa tempo.

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O que esse jogo tem é minigames.

Dentre esses temos vários locais em Somniel que servem muito para o avanço da história, temos o quadro de donativos que é nele que podemos doar uma quantia em dinheiro para ajudar no aparecimento de Skirmish de tempos em tempo no mapa, temos a opção de resgatar pontos de vinculo que são para gastar na evolução dos anéis e temos a arena onde podemos fazer nossos personagens treinarem entre si e entre os heróis dos anéis aumentando o vínculo deles.

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Aumentar o vinculo com os anéis é essencial para avanço da história.
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O quadro de doações é uma das coisas mais importantes do jogo porque é através dele que obtemos os recursos.

E por último temos a torre dos desafios onde podemos fazer desafios para ganhar experiência para os personagens escolhendo a dificuldade, quanto maior mais experiência ganha. Temos outros dois tipos de desafios, mas esses estão relacionados ao modo online do game, um modo é cooperativo e o outro é versus.

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A torre vai liberando desafios conforme avançamos na história do jogo.

Audiovisual

Uma das coisas que não podemos falar mal do jogo é justamente o visual, além de ser bastante colorido ele também é bastante fluído, o jogo roda bem o tempo todo sem perder a resolução e nem a taxa de quadros, a transição entre o movimentar do personagem no campo de batalha para a animação da luta acontece de forma tão instantânea que chega a ser um deleite para os olhos e como tudo funciona bem nele.

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Sim, você leu o nome dele certo.

O jogo chega a ser tão colorido que algumas pessoas se sentiram incomodadas com isso porque o acharam bastante alegre, até um pouco infantil por conta disso. Mas não deixe isso enganar porque o que ele tem de feliz nos gráficos coloridos ele tem de carrasco em alguns momentos.

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Já a trilha sonora é composta por vários compositores que já trabalharam antes na série e puderam trabalhar novamente juntos nesse novo jogo da série. Na lista temos veteranos em Fire Emblem como Yasuhia Baba, Kazuki Komai e Hiroki Morishita, além de outras participações como Takeru Kanazaki, Fumihiro Isobe e Takafumi Wada.

Conclusão

Fire Emblem Engage é aquele jogo de estratégia que você quer jogar e não quer se preocupar muito com a história porque ele não para por horas de história só para depois te jogar na ação, fator esse que espantou muita gente no seu antecessor, ele dosa bem entre a hora de contar a história e a parte do gameplay a ponto de não incomodar em nada quem quer só jogar mais uma fase por hoje, afinal ele foi pensado naquelas pessoas que chegam em casa tarde mas querem jogar uma partida rápida antes do dia acabar.

Ele pode incomodar aos um pouco os fãs de FE Three Houses pelo simples motivo de que a história do Engage ser mais simples que a dele, ou até mais simples que a do próprio Triangle Strategy, mas ele não deixa de ser um grande título de um jogo de estratégia.

Infelizmente até onde se sabe o jogo ainda não possui um fator replay pois o mesmo ainda não foi implementado nele, não se sabe se isso será uma atualização que virá com o tempo ou se será algo vendido junto com o season pass. Eu espero que seja através de atualização por Patch mesmo, porque é triste saber que após finalizar o game não é possível começar do início com os personagens no nível e com as armas que foram deixados antes do final.

Fire Emblem Engage foi lançado dia 20 de janeiro de 2023 para Nintendo Switch (somente) e conta com dublagens em inglês e japonês e legendas em Alemão, chinês simplificado e tradicional, coreano, espanhol, francês, inglês, italiano e japonês. Como sabemos ainda será difícil ter um jogo traduzido pela Nintendo para o nosso idioma, mas quem sabe com a presença cada vez mais da companhia por aqui, mais jogos não recebam as merecidas legendas em nosso idioma.

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