Análise Arkade: Gears 5 traz ótimas novidades para revitalizar a franquia

9 de setembro de 2019
Análise Arkade: Gears 5 traz ótimas novidades para revitalizar a franquia

3 anos já se passaram desde o lançamento de Gears 4, game que renovou o elenco da série, sem realmente renovar suas mecânicas. Gears 5 chega oficialmente amanhã, prometendo dar uma sacudida de leve na franquia, sem, contudo, abandonar o que faz Gears ser Gears. Quer saber como ficaram essas novidades Então confira agora nossa análise de Gears 5!

Em Gears of War 4, acompanhamos o filho de Marcus Fenix e seus companheiros descobrindo que um antigo mal ainda vivia sob a superfície do planeta Sera. Como primeiro jogo de uma nova trilogia, o game serviu como uma espécie de prelúdio, começando uma história, sem, contudo, terminá-la.

Um dos grandes mistérios que ficou no ar ao final do quarto jogo foi [SPOILER ALERT] a relação da família de Kait com os Locusts. Ao final do game, a personagem recebeu um medalhão, um emblema Locust que era de sua avó.

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De lá para cá, a garota anda tendo pesadelos e dores de cabeça recorrentes. Se quiser que isso acabe, ela terá que ir em busca de seu passado — e encontrar respostas sobre suas origens que talvez ela não goste muito de saber.

E é assim que Gears 5 traz pela primeira vez uma mulher como protagonista. Controlamos JD Fenix na primeira missão do jogo, mas dali em diante a história torna-se muito mais sobre Kait e sua busca pessoal por respostas. O jogo mantém o fator cooperativo, mas a protagonista é Kait, e é ela que o jogador “host” controla na maior parte do tempo.

Ainda que seja uma mudança bastante incisiva, fica claro que a The Coalition (estúdio da Microsoft responsável pela série atualmente) não fez isso pensando em ser “lacradora”: Kait é parte importante desta nova etapa da franquia, e fazer dela a protagonista é algo que soa muito natural, em termos de narrativa.

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Os dilemas de Kait movem a narrativa

Na verdade, o passado de Kait — e da família dela — reverbera pelos primórdios da série, jogando uma nova luz sobre personagens e acontecimentos que vimos na trilogia original. É interessante, corajoso, coerente com o universo da série e enriquecedor para o lore daquele mundo. Sem contar que, convenhamos, Kait é uma personagem muito mais interessante do que JD.

O mesmo Gears de sempre…

Ao mesmo tempo que dá alguns passos em levar a série para novas direções, Gears 5 ainda é um jogo da série Gears of War, e manteve o core da experiência extremamente familiar para quem acompanha a série desde seus primórdios.

Isso que dizer que você passar boa parte do tempo atirando em bichos feios — ou serrando-os ao meio com a Lancer –, explodindo seus ninhos e enfrentando chefes gigantes ocasionalmente. O gameplay da ação em si mantém-se bastante fiel ao que já vimos, um shooter em terceira pessoa sólido, visceral e responsivo, no qual ficar escondido atrás de “muretas” é essencial para continuar vivo.

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A guerra continua intensa e visceral

Gears 5 mantém-se como um jogo dividido em capítulos, e sua campanha concentra-se basicamente em explorarmos cenários lineares, eliminando inimigos, cumprindo objetivos e abrindo portas para prosseguir. O ritmo da campanha é intenso e cinematográfico, e traz fortes emoções ao jogador, sem jamais deixar a ação e os tiroteios de lado por muito tempo.

Mas com novidades

Houve espaço para algumas novidades bem interessantes. A primeira delas chega na forma de Jack, nosso bom e velho companheiro robótico que pode abrir portas e se conectar com terminais de computador. Antes um mero coadjuvante, Jack agora é parte muito mais importante da party, sendo muito mais útil e tendo uma respeitável árvores de habilidades e upgrades.

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Jack agora é muito mais ativo e importante na campanha

Jack agora pode ser controlado por outro jogador (no modo coop), e é muito útil dentro e fora de combate. Ele pode buscar armas e itens que estejam fora do alcance dos personagens humanos, fortalecer suas armaduras temporariamente, deixar os personagens invisíveis por alguns segundos, cegar e eletrocutar inimigos, espalhar armadilhas eletrificadas pelo chão, acionar mecanismos distantes, passar por buracos estreitos, e muito mais. Ele é o personagem que literalmente mais evolui no decorrer da campanha, e ainda é possível incrementá-lo com componentes e acessórios, que podemos encontrar pelos cenários ou cumprindo missões secundárias.

Missões secundárias? Pois é. Gears 5 flerta de leve com o mundo aberto, e há dois momentos do jogo onde há mapas grandes para serem explorados, com pontos de interesse que podemos visitar para encontrar novas peças para Jack. Não é nada dominante no jogo, e lembra um pouco o que a Naughty Dog fez nos últimos jogos da série Uncharted (tipo aquela parte de jipe em Madagascar): a campanha em si é majoritariamente linear, mas ali no meio há uns mapas maiores, pelos quais podemos passear sem pressa em busca de sidemissions, colecionáveis e segredos.

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O “bote” agiliza a exploração dos mapas abertos

Nestas áreas, iremos “velejar” em botes equipados com paraquedas que lembram um pouco aquele esporte aquático, kitesurf. Há um trecho no gelo outro no deserto, e embora ambos funcionem de formas bem semelhantes, os diferentes terrenos agregam algumas particularidades interessantes ao gameplay em si.

Ao ver inimigos caminhando sobre lagos congelados, por exemplo, você pode atirar no gelo, que vai se quebrar e matá-los afogados/congelados. É um recurso bem simples, mas que abre possibilidades muito legais na hora dos combates. Confira um desses momentos abaixo:

Gears 5 acha espaço até para brincar de stealth. Há um nova classe de inimigos — os Corrompidos — que são basicamente máquinas dominadas pelos parasitas do Swarm. Se uma delas te ver, todas virão para cima, e elas não se importam em explodir para levar você junto para o inferno. Então, quando encontrá-los, você pode tentar dar cabo sorrateiramente de um de cada vez, chegando pelas costas e arrancando suas baterias. Está longe de ser uma mecânica de stealth densa, mas funciona, e agrega mais um pouquinho de variedade ao gameplay,

Ou seja, ainda que se mantenha confortável dentro de um nicho no qual se tornou referência — o cover based shooter — Gears 5 também deixa claro que quer inovar, ir além. São experimentos pontuais, mas que funcionam muito bem, e integram-se com naturalidade à campanha em si, trazendo um pouco mais de variedade ao conjunto.

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Este é um robô Corrompido

São esforços que comprovam que a The Coalition não quer ficar acomodada no que fez a série ser tão popular, e tem coragem de experimentar, levar a franquia para novos rumos.

Multiplayer e Coop

Claro que a campanha é apenas uma parte da experiência pela qual a série Gears of War ficou conhecida. O multiplayer angariou legiões de fãs, e aqui chega maior e melhor do que nunca, com novos modos de jogo que não só são muito legais, como também tem tudo a ver com a franquia.

A experiência multiplayer tradicional está ali, para quem busca o bom e velho mata-mata, seja casual, seja rankeado. Modos de jogo como Rei do Pedaço e Mata-Mata voltam com tudo, e os novos mapas trazem frescor aos combates — lembrando que temos inclusive Sarah Connor e um Terminator como convidados especiais selecionáveis.

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O multiplayer tem participações especiais um tanto inusitadas

No campo das novidades, o já tradicional modo cooperativo Horda agora possui companhia: o novo modo Fuga coloca um time para fugir de uma colmeia infestada de inimigos, limpando o caminho na marra. Neste modo de jogo, os personagens possuem classes e habilidades distintas, o que torna o trabalho em equipe muito mais importante do que nos demais modos. Aqui os personagens também são passíveis de upgrades, que lhes concedem novas habilidades e gadgets.

Ou seja, o que já era bom ficou ainda melhor, pois traz ainda mais modos de jogo para os fãs curtirem. Eu passei pouco tempo no modo online até agora, mas me diverti muito em todas as partidas, e o fato do jogo já chegar com parte do Game Pass garante que ele tenha, desde o primeiro dia, uma base muito grande de players para jogatinas online.

Audiovisual

Gears 5 ainda nem foi oficialmente lançado, mas sem dúvida já vai para a lista dos jogos mais bonitos da atual geração. A série jamais abandonou a Unreal Engine, mas está sempre elevando o patamar do que pode ter ser feito com ela, e Gears 5 não é exceção. O visual do jogo é lindíssimo, com ótimos efeitos de iluminação e um dos melhores usos do HDR que já vi em um game.

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Screenshots não fazem jus à beleza de Gears 5

Não é de hoje que a franquia está trazendo um visual mais realista, e Gears 5 representa o ápice desta atualização visual: os personagens possuem um nível insano de detalhes, e coisas como pelos faciais, olhos e texturas de pele são nada menos do que impressionantes. Obviamente, tudo isso fica mais nítido nas cutscenes, mas — é válido ressaltar — que as cutscenes aqui são renderizadas em tempo real, ou seja, não são vídeos “pré-prontos”, o jogo está realmente renderizando a cutscene enquanto ela roda.

Confira abaixo uma das cutscenes do game, e já aproveite para botar um reparo na dublagem brasileira do game:

Gears 5 também traz muito mais cor para o mundo do jogo. A série nasceu em um mundo de caos e escombros, mas aos poucos foi ficando mais colorida. Gears 5 leva isso ainda mais longe, apresentando ecossistemas tropicais, gélidos e desérticos ao lado do clima “urbano destruído” típico de Gears. Pela primeira vez, Gears 5 nos deixa ver um lado mais “selvagem” do planeta Sera, e ele é deslumbrante.

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A campanha começa em uma bela paisagem tropical, com cachoeira e tudo

Vale ressaltar ainda que o jogo roda em 60fps O TEMPO TODO. No capítulo anterior da série, os 60 frames eram exclusivos do multiplayer, mas aqui temos tudo (campanha, homultiplayer e cooperativo) rodando com uma fluidez impressionante. Um jogo bonito desses, rodando liso em 60fps (no Xbox One X, plataforma em que joguei) nos faz questionar “que bruxaria” os programadores da The Coalition tiveram que fazer, pois eles sem dúvida levaram o potencial do console ao limite.

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Kait, Jack e Del.

A trilha sonora é primorosa como sempre, orquestrada e dando o tom da ação. Os efeitos sonoros também mantém a qualidade de um jogo desse calibre. Gears 5 chega ao Brasil 100% em português brasileiro, e a qualidade das dublagens está entre as melhores do mercado.

Conclusão

Gears 5 mostra uma série madura e segura de si, que se mantém fiel ao seu legado, mas demonstra vontade de alçar voos mais altos. A The Coalition experimentou um bocado neste jogo, e ainda que não tenha alterado drasticamente o que torna a franquia tão icônica, conseguiu inserir novos elementos que trazem frescor ao jogo, sem que ele seja só “mais do mesmo”.

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Um dos mapas do multiplayer tem uma vibe meio Bioshock

A campanha é intensa e cinematográfica, o multiplayer está mais frenético do que nunca, e a apresentação do jogo como um todo está de cair o queixo, especialmente se você tem uma TV ou monitor com HDR, o que garante maior contraste entre luz e sombra e torna a atmosfera do jogo ainda mais impressionante e imersiva. Gears 5 não é só um grande jogo, mas também um primor técnico e audiovisual.

Por tudo isso, Gears 5 é um jogo indispensável para a galera do lado verde da Força, e o fato dele ser lançado no Game Pass (já está disponível desde sexta para quem assina a versão Ultimate do serviço) só torna-o ainda mais imperdível.

Gears 5 será lançado amanhã (10/09), com versões para Xbox One (versão analisada, rodando no Xbox One X) e PC. O game está 100% em português brasileiro.

Uma resposta para “Análise Arkade: Gears 5 traz ótimas novidades para revitalizar a franquia”

  • 10 de setembro de 2019 às 06:20 -

    Onigumo

  • Vai ter cobertura do TGS?

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