Análise Arkade: Ghosts ‘n Goblins Resurrection revive um clássico com muita competência

25 de fevereiro de 2021
Análise Arkade: Ghosts ‘n Goblins Resurrection revive um clássico com muita competência

Um clássico dos fliperamas — e da dificuldade — está de volta: a Capcom lançou hoje Ghosts ‘n Goblins Resurrection, a mais nova aventura de Sir Arthur!

A série Ghosts ‘n Goblins nasceu nos fliperamas há mais de 30 anos, e sempre foi conhecida por sua dificuldade hardcore… e pela simpática cueca samba-canção que o protagonista, Sir Arthur, sempre usa por baixo da armadura.

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A princesa, o cavaleiro… e a cueca samba-canção

A história tem a simplicidade digna dos contos de fada (e das aventuras do Mario): a princesa é sequestrada e nosso herói vai enfrentar todo tipo de monstro, demônio e criatura maléfica para resgatá-la. Sem diálogos, sem enrolação.

Hardcore, mas acessível

Quem já jogou algum jogo da série — que inclui Ghosts ‘n Goblins e Ghouls ‘n Ghosts, bem como alguns spin offs, certamente sabe que a franquia não é nenhum passeio no parque: Ghosts ‘n Goblins tem um nível de desafio altíssimo, e é um verdadeiro teste de habilidade e resiliência para os jogadores.

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Faca na caveira!

A boa nova é que, embora ele mantenha o nível de desafio típico da série, ele também traz níveis de dificuldade mais acessíveis. Jogar na dificuldade Page, a mais baixa, deixa alguns elementos de fora (como as shadow versions das fases, por exemplo), mas permite que o jogador chegue ao fim da campanha e salve a princesa. Há um final verdadeiro que só pode ser visto nas dificuldades mais altas, mas não deixa de ser interessante (e inclusivo) podermos curtir o jogo (quase) inteiro na dificuldade mais baixa.

Ghosts ‘n Goblins Resurrection tem um total de 7 fases, mas você só precisa jogar 5 delas, se quiser — as duas primeiras trazem bifurcações, você decide qual quer jogar. Jogando nas dificuldades mais baixas, Sir Arthur perde sua armadura por partes, então ele aceita cerca de 4 hits antes de morrer. Nas dificuldades mais altas, já no primeiro ataque sofrido ele perde a armadura inteira, ficando só de cueca.

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Sir Arthur e sua famosa cueca samba-canção

Para ser sincero, acho que a maior vantagem de jogar no modo Page é que podemos ressuscitar no local em que morremos. Nos outros modos de jogo, voltamos do último checkpoint, mas como as fases são longas e há só uns 3 checkpoints em cada uma, morrer significa ter que rejogar longos (e difíceis) trechos. Eu não tive tempo nem empenho para isso.

Gameplay & Magias

O gameplay de Ghosts ‘n Goblins Resurrection é essencialmente igual ao que sempre foi: podemos correr, pular e se agachar, e todas as armas são focadas em arremesso: lanças, facas, shurikens, bombas. Mesmo o martelo, que é a arma mais incomum, também dispara uma onda de choque, que serve como um projétil.

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Sir Arthur empunhando seu martelo

A maior novidade em termos de gameplay são as magias: enquanto jogamos, podemos encontrar e coletar fadinhas, que depois são trocadas por poderes e habilidades em um árvore de habilidades (que é, literalmente uma árvore). Há magias bem criativas, como uma enorme medusa que petrifica os inimigos por alguns instantes, e podemos até mesmo transformar Sir Arthur em uma pedra rolante para atropelar os inimigos!

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Olha o visual da magia da medusa, que incrível!

Ghosts ‘n Goblins Resurrection é um jogo cheio de segredos: atacar certos pontos do cenário pode fazer com que baús secretos apareçam. Nas dificuldades mais altas, os caminhos que levam às fases sombrias são muito bem escondidos, e é meio normal a gente descobri-los “sem querer”, enquanto jogamos.

O jogo traz algumas pentelhices de antigamente que irritam e podem ser especialmente frustrantes nas dificuldades mais altas. Por exemplo: quando Sir Arthur toma dano, ele dá um pulinho para trás. Esse pulinho vai te fazer cair de abismos, espinhos, e muito mais. Outra coisa chata: os inimigos simplesmente não param de vir. Em cada tela do jogo, o respawn de inimigos é virtualmente infinito, então o segredo é nunca ficar parado muito tempo no mesmo lugar.

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Além de toneladas de inimigos comuns, cada fase traz, obviamente, um chefão ao final. Os bosses aqui são extremamente desafiadores, e as batalhas rolam em diferentes etapas, que vão ficando gradativamente mais difíceis. Eu realmente não teria o empenho de zerar o jogo se precisasse começar de novo cada luta do início, então, novamente, agradeço a inclusão da dificuldade Page. Pois é, joguei no “easy”, e não tenho vergonha de assumir. :D

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Olha o visual desse chefe, que incrível!

Ah, e vale ressaltar que Ghosts ‘n Goblins Resurrection tem coop local para dois jogadores! Jogando em dupla, o segundo jogador pode controlar alguns fantasmas com habilidades diferentes, que voam e podem se mover livremente pelo cenário, ajudando a destruir inimigos e coletar itens.

Audiovisual

Demonstrando a versatilidade de sua engine própria, a Capcom produziu Ghosts ‘n Goblins Resurrection na RE Engine, e o resultado é simplesmente incrível. O visual do jogo tem uma cara de pintura, e há muitas coisas legais acontecendo nos cenários, que se modificam e se transformam em tempo real.

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A armadura dourada aumenta seus poderes

A direção de arte moderniza o visual clássico, mas tem muito respeito pelo material original. Praticamente todos os inimigos são atualizações/releituras de inimigos clássicos, mas aqui sai a pixel art, entra esse novo visual com ar de livro de contos de fadas. Quem curtia o jogo das antigas vai gostar de rever tantos monstros nesta nova versão.

As animações são um pouco “duras”, mas acho que isso é proposital para manter o estilo característico da série. Mecanicamente, a jogabilidade flui bem — mas eu realmente acho que ficou faltando um comando para pular para baixo (em plataformas mais baixas). Faz muita falta!

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Essa cabeça de dragão já foi um dragão inteiro

A trilha sonora segue a mesma linha do visual: é atualizada, grandiosa, mas bastante familiar. Há muitos efeitos sonoros que brincam com a nostalgia do jogador, aumentando a sensação de que Ghosts ‘n Goblins Resurrection não só é um jogo novo, mas é um jogo que conhece e respeita suas origens.

Conclusão

Ghosts ‘n Goblins Resurrection é realmente uma ressurreição para esta série que marcou época (e fez a molecada dos anos 80 e 90 chorar sangue). A Capcom fez um excelente trabalho em atualizar toda a estética do game, sem comprometer seu nível de desafio e sua identidade.

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Lembra do Firebrand? Ele marca presença aqui também!

Este definitivamente não é um jogo para todos — o nível de dificuldade pode assustar até mesmo os fãs de Souls-likes que acham que a dificuldade nos videogames foi inventada pela From Software –, mas quem curtia as aventuras sombrias de Sir Arthur há 30 anos, vai gostar de matar a saudade do nobre cavaleiro de samba-canção.

E, assim como Mega Man 11, este novo jogo mais uma vez mostra que a Capcom sabe revisitar — e reinventar — suas próprias IPs sem estragá-las. Mandou bem, Capcom!

Ghosts ‘n Goblins Resurrection está sendo lançado hoje (25/02) exclusivamente para Nintendo Switch. O jogo não recebeu localização para o nosso idioma, e conta com menus e legendas em inglês.

2 Respostas para “Análise Arkade: Ghosts ‘n Goblins Resurrection revive um clássico com muita competência”

  • 26 de fevereiro de 2021 às 12:33 -

    Salvador Marques Jr

  • As magias não são exatamente uma novidade, a versão de master system que é a que eu mais gosto por sinal tem magias que inclusive você escolhe no menu de pause :)

  • 26 de fevereiro de 2021 às 19:41 -

    Jones

  • A armadura dourada era animal

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