Análise Arkade: Hellpoint é um divertido souls-like sci-fi

7 de agosto de 2020
Análise Arkade: Hellpoint é um divertido souls-like sci-fi

Saudades de jogar um souls-like? Hellpoint, da Cradle Games e distribuído pela tinyBuild é mais um novo título do subgênero que leva os jogadores para um futuro distante cheio de mortes!

E é hora de conferir nossa análise completa do game para ver como ele acabou se saindo no mundo cada vez mais disputado do souls-like. Então, prepare-se para explorar o espaço profundo e vamos lá!

“No espaço ninguém pode ouvir você gritar”

Análise Arkade: Hellpoint é um divertido souls-like sci-fi

Hellpoint se passa em um futuro distante, em que parte da humanidade singrou para o espaço e construiu uma imensa colônia espacial chamada Irid Novo, que está localizada próxima a um buraco negro que irradia energia. E como era de se esperar, alguma coisa deu muito errado nessa colônia.

O jogador controla a “Criação”, um ser humano que é criado literalmente no início do game, sendo realmente um recém-nascido, que já nasceu com um corpo adulto e conhecimentos básicos. Imediatamente a Criação é contatada por uma voz robótica que se autodenomina “O Autor“. Essa figura revela apenas que foi ela quem o criou, e que por ser um recém-nascido, a Criação é imune ao o que quer que tenha afetado Irid Novo.

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O nascimento da Criação

O Autor então dá apenas uma única missão para o protagonista: Explore Irid Novo, acumule informações e conhecimento e reporte tudo à ele. E só. Dessa forma, o jogador é literalmente jogado nessa imensa colônia espacial sem a menor ideia sobre o que precisa fazer e o que está acontecendo lá. E a missão da Criação é basicamente essa: Descubra o que está acontecendo por conta própria.

A mistura de sci-fi com Souls-like

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Hellpoint possui uma temática e ambientação bem interessante. A estação espacial de Irid Novo é imensa, dividida em vários setores diferentes. Cada setor é independente, não sendo diretamente conectado com outras áreas como em Dark Souls, por exemplo. Isso significa que ao acessar uma nova área, você o fará por uma porta, que gerará um novo load para carregar a área nova.

Assim como padrão dos Souls-like, as áreas são interconectadas, possuindo vários atalhos e diferentes conexões entre as áreas. Porém, por conta do carregamento independente de cada área, nem sempre pegar esses atalhos somente para exploração acaba sendo benéfico, pois você precisará carregar a área anterior se quiser voltar para ela.

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E como já mencionado, você entra no game sem qualquer conhecimento sobre seu mundo, sem ter a menor ideia do que está acontecendo. Dessa forma o uso do lore no game é bem amplo, apesar de exigir mais do jogador para montar suas peças. Porém, uma mecânica interessante é que há um medidor de informações coletadas. Cada mensagem lida, inimigo novo derrotado e a cada chefão derrotado, o contator some um pouco, assim você tem uma noção do quanto ainda precisa encontrar (apesar de que esse medidor vai muito além do 100%, o que torna difícil realmente saber o quanto de informação você realmente coletou).

Um ponto negativo nesse sistema de coleta de informações é que há muitos puzzles e áreas opcionais acessíveis via portas trancadas com códigos. Achar esses códigos é algo muito difícil. E ao achá-los, você precisará anotar esses códigos num papel ou tirar uma screenshot deles, pois não há como acessar essas informações coletadas a qualquer momento. Isso, aliado com um mapa enorme e fácil de se perder, torna esse ponto muito mais complicado do que deveria ser.

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O buraco negro de Irid Novo visto do Observatório, o hub central do game

A construção do mundo do game é muito bem feita. Todas as áreas são tecnológicas e com uma estética futurista interessante, cheio de neon e cores escuras, afinal você está no espaço e as únicas fontes de luz são luzes artificiais e os rastros de luz que cercam o buraco negro que a estação de Irid Novo está próxima.

E na parte do Souls-like, o game tem algumas ideias interessantes. Para começar, existem as Fendas, que são as “bonfires” do game. São fendas no espaço-tempo em que o jogador sobe de nível e pode realizar algumas ações diferentes.

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Uma Fenda, a bonfire de Hellpoint

O mais interessante é que, diferente dos Souls-like tradicionais, ao interagir com uma fenda os inimigos mortos não ressuscitam, mas em contra partida, seu HP e itens de cura também não são recuperados. Sua vida e os inimigos retornam apenas se você viajar para outra área. O que aliás, não é algo que pode ser feito a todo momento.

Em Dark Souls é possível viajar entre bonfires livremente, podendo acessar qualquer uma delas no segundo e terceiro game. Aqui, apenas Fendas especiais, como as que aparecem após matar certos chefões e em locais importantes, possuem a função de teletransporte. Mas é possível ativar essa função em fendas comuns com um item especial chamado “Sincronizador de Fendas”. Mas esse é um item muito raro e difícil e achar. Por isso não gaste-o levianamente! Avalie bem se vale a pena ou não sincronizar uma fenda!

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Dica: Sincronizadores de Fenda são facilmente achados no Submundo, uma versão espelhada de certas áreas do game

No mais, o básico do gênero está aqui. Ao derrotar inimigos você obtém Áxioms, que pode usar para subir de nível, melhorar armas e etc. Você equipa armas em suas duas mãos, podendo usar armas brancas, armas de fogo e escudos. E se morrer, você perde seus Áxioms, que ficam no local de sua morte. Mas além disso, um fantasma de seu personagem aparece na área em que você morreu para te atacar. Uma mecânica bem interessante para testar a força de seu personagem.

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Uma batalha contra meu próprio fantasma

Ainda há uma mecânica muito interessante no game: No canto superior esquerdo da tela, na barra de vida há um ícone de uma espécie de relógio com marcas dos lados (correspondendo ao número 3 e 9 de um relógio convencional). Além de um ponteiro apontando para um círculo.

Nesse relógio, um outro círculo gira lentamente em seu entorno, quando ele atinge as marcas laterais (a de 3 e 9 horas), a estação de Irid Novo é atingida por uma Tempestade de Acreção. Quando isso acontece, mais inimigos aparecem no mapa, com alguns muito poderosos aparecendo. E as hordas aparecem: Trechos bloqueados por paredes de névoa que, ao acessadas, enviam hordas de inimigos para atacar. Se o jogador sobreviver, recebe uma grande recompensa.

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Uma horda, repare no “relógio” brilhando em vermelho. Isso é uma Tempestade de Acreção

E quando o círculo atinge o ponteiro do relógio, a estação fica bem próxima do buraco negro. Quando isso acontece, todos os inimigos ficam muito mais fortes, porém dão mais recompensas ao serem mortos, dropando mais Áxioms e itens.

Essa é uma mecânica bem interessante para aumentar o desafio do game. Mas não é só isso. Se o jogador achar que o game está muito fácil, pode usar um item numa fenda para aumentar a dificuldade do game. Ou se estiver difícil demais, pode usar um item para deixar o game mais fácil. Uma coisa é certa, ninguém vai poder reclamar sobre nível de dificuldade quando jogar!

Um gameplay versátil e rápido

Hellpoint tem o gameplay básico de um souls-like. Um botão para mão direita, um para a mão esquerda, andar, correr e esquivar. Mas possui duas diferenças fundamentais: Aqui é possível pular e as “magias” são muito mais simples de se fazer.

O pulo permite que o game tenha exploração vertical. O que ao mesmo tempo torna os mapas do game bem maiores, porém, os torna muito mais labirínticos. Levará bastante tempo até que você consiga se acostumar as áreas do game por conta disso, elas são muito amplas e cheias de caminhos diferentes. Isso torna Hellpoint um daqueles games que são muito confusos sobre qual caminho se tomar, mais até do que o normal, o que pode ser ponto negativo para alguns jogadores. Eu mesmo levei muito tempo até me habituar com seus mapas.

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Já as magias são atreladas às armas. Todas as armas do game possuem um sistema de evolução muito interessante. Quanto mais você usa uma arma, mais experiência a arma ganha, o que libera efeitos para ela. Esses efeitos são passivos, como a arma se tornar mais leve, ou oferecer bônus de recuperação de estamina. E efeitos ativos, que são as “magias” propriamente ditas.

Espadas longas, por exemplo, ganham duas habilidades interessantes: Você consegue aumentar o alcance de seus golpes pro alguns segundos e pode dar uma investida rápida pra frente. Cada arma possui 3 habilidades, sendo que uma está atrelada a forma com a qual o jogador melhorá-la. É possível fazer upgrade com foco em força, vigor, ou adicionar dano elemental. cada evolução gera uma habilidade correspondente.

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E aí entra algo bem legal do jogo. Usar magias consome uma barra de MP, e usar itens de cura diminui seu número de usos. Mas é possível recuperar tanto o MP como os itens de cura gastos simplesmente acertando golpes em inimigos! Dessa forma, o jogador nunca está realmente em sufoco, pois quanto mais lutar, mais recupera seu poder e capacidade de cura, o que é uma ideia muito legal!

E não posso esquecer de mencionar a Omnibox! Após derrotar o primeiro chefão do game, o jogador tem acesso a esse item. A Omnibox pode ser equipada com diferentes funções que ajudam muito na exploração, como equipar lanterna, uma função para se transportar para a última fenda visitada, ou até uma função de cura que recupera eu HP lentamente.

O game ainda conta com multiplayer na forma de mensagens e cooperação. O sistema de mensagens é bem interessante, pois os jogadores não usam palavras, mas sim símbolos para tentar se comunicar, deixando marcas de mãos nas paredes.

Já a cooperação rola de duas formas, um jogador coloca um pedido de ajuda numa parede, outros jogadores que verem o pedido podem interagir para visitar o mundo desse outro jogador. Infelizmente não consegui me conectar a nenhum jogador, por conta disso não poderei avaliar esse recurso.

Infelizmente o game conta com um bug bem sério que impede que o game seja terminado. Como é padrão do gênero, o game possui múltiplos finais, sendo que um exige que o jogador siga uma quest mais complexa, que leva até o verdadeiro chefão final. Infelizmente há um bug que faz com que esse chefão não apareça. O bug já foi corrigido na versão de PC do game, mas ainda não foi corrigido nos consoles.

Audiovisual

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O visual de Hellpoint é bem feito, com boas animações e personagens cheios de detalhes. Mas nota-se que as construções de alguns cenários são mais simplificadas. O que não é um ponto exatamente negativo, mas é possível enxergar algumas texturas em baixa resolução se prestar bem atenção.

Como já dito, não há muita luz no game, dessa forma a maioria do game está envolta em escuridão. Com a Omnibox é possível ver bem, mas ainda assim, em certos trechos a escuridão do game chega a ser muito intensa, escondendo armadilhas ou buracos. Por isso, é preciso sempre prestar atenção a seu redor, mesmo nas áreas com abundância de luz.

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As Tempestades de Acreção são bem intensas!

Quando as tempestades de acreção ocorrem, as áreas em que é possível ver o espaço ficam preenchidas por um imenso turbilhão de luzes, que adiciona ainda mais tensão a esses momentos, apesar disso não ser visível em áreas fechadas.

Há porém alguns glitches visuais de vez em quando, o mais notável que encontrei em um elevador, que desaparecia conforme se movia. E outro em que meu personagem ficou invisível e assim não conseguia mais interagir com inimigos e terminais.

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Na parte sonora, o game possui uma boa trilha sonora, com aquele clima bem pesado, quase de um filme de terror com temática espacial, casando perfeitamente com sua ambientação. O game alterna entre músicas que geram um clima de tensão e apreensão com momentos de silêncio, apesar de muitas vezes rolar estranhos cortes nas músicas quando o silêncio predomina.

No departamento sonoro o game é competente. Não há dublagem aqui, pois todos os NPCs falam uma língua estranha e incompreensível. Mas os sons ambientes e de inimigos é bem feito, apesar de vez ou outra os cortes de som acontecerem, o que não atrapalha a experiência, mas são bem notáveis.

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O game possui localização completa em português brasileiro, que está excelente! A tradução está muito bem feita, apesar de as vezes o game se confundir e misturar um pouco de inglês e português em certos textos. Nada que atrapalhe, felizmente.

Conclusão

Análise Arkade: Hellpoint é um divertido souls-like sci-fi

Hellpoint é um souls-like bem competente, com mecânicas interessantes e um desafio alto, mas divertido. Sua temática sci-fi é bem interessante, com várias criaturas biomecânicas grotescas para o jogador enfrentar.

O game conta com uma história interessante, ainda que difícil de desvendar. E talvez um ponto negativo sejam os mapas do game, que são confusos de se guiar, sendo muito labirínticos, daqueles em que é realmente difícil se localizar e entender onde você realmente está.

Mas no fim, Hellpoint é um game bem promissor e divertido, que certamente vai agradar os fãs de souls-like e os fãs de ficção científica. Possuindo um sistema de combate bem feito e desafiador, e um universo opressor e sombrio para ser explorado.

Hellpoint foi lançado no dia 30 de julho com versões para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

2 Respostas para “Análise Arkade: Hellpoint é um divertido souls-like sci-fi”

  • 7 de agosto de 2020 às 21:50 -

    Helinux

  • jogo kbuloso!!!! valeu pela a analise gamer!!!!

  • 1 de janeiro de 2021 às 08:01 -

    Camonvini

  • Uma analise muito bem feita! claramente o autor jogou o game e explorou suas mecanicas, estou gostando bastante do jogo para quem gosta de soul like e ficção científica é um prato cheio, além do clima ser bem sombrio a estilo dead space porém não com tantos sustos.

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