Análise Arkade: A revolução sem sal de Homefront: The Revolution

9 de junho de 2016

Análise Arkade: A revolução sem sal de Homefront: The Revolution

Uma revolução deveria ser algo que sacode estruturas, oferece algo novo e, para o bem ou para o mal, oferece uma nova era, seja na história de um país, seja em um game. O novo Homefront prometeu a tal revolução, então vamos ver nesta análise como a ideia se saiu.

Lançamento da Deep Silver, com o desenvolvimento da Dambuster Studios e a Crytek de Crysis, Homefront: The Revolution apresenta “mais um” FPS, com as mesmas virtudes e problemas de seus “irmãos” de guerra, embora o faça com competência.

Era uma vez a Coreia do Norte…

Análise Arkade: A revolução sem sal de Homefront: The Revolution

… que virou uma superpotência e invadiu os Estados Unidos. Esta ideia foi explorada no primeiro Homefront e retorna em The Revolution. Para falar do segundo jogo, vamos relembrar o primeiro: a ideia, de fato, é muito interessante, já que lida com um tema interessante, mas que infelizmente, foi executado de uma maneira extremamente genérica. Enquanto as primeiras fases do jogo nos levavam ao drama da sobrevivência, as fases finais se tornaram um Call of Duty piorado, com a “retomada” e “vamos derrotar nosso inimigo oba!”.

The Revolution era a chance de trazer um enredo mais caprichado (ou no mínimo, mais cinematográfico — com isso quero dizer: com alto teor dramático), explorando melhor o tema, já que a história não se trata de uma sequência, e sim um reboot. O simples fato do “jogo 2” já ser um reboot, já que houve o episódio da falência da THQ e a compra da franquia pela Crytek, mostra o quanto o primeiro game vacilou neste contexto e como a chance de se criar um clássico para o gênero foi desperdiçada em troca de oferecer tudo o que os outros jogos já oferecem. Goste ou não, Call of Duty consegue ser dramático e até já lidou com temas “estão nos invadindo”, enquanto Battlefield oferece um grau de realismo muito interessante, só citando dois dos vários FPS que existem por aí.

O que é triste, pois um FPS, hoje, pede mais do que “gráfico e tiroteio”. Prova disso são os vários pedidos por colocar um game do gênero na Primeira Guerra, atendido pela DICE. Talvez colocar a ótica norte-coreana no enredo, ou oferecer um lance de escolhas quanto a seus companheiros… sei lá. O que não poderia ter acontecido era um game com revolução na capa oferecer algo tão “comum”.

GTA: Filadélfia

Análise Arkade: A revolução sem sal de Homefront: The Revolution

Mas o game em si, é bem interessante. A cidade de Filadélfia, já eternizada nas grandes mídias graças a Rocky Balboa (Will Smith também é de lá), é o campo de ação de The Revolution. De maneira semelhante a The Division, ou mesmo GTA, o jogo te oferece uma certa liberdade para explorar as ruas da cidade e escolher as missões, de campanha ou paralela. E as missões são as de sempre, envolvendo invasões ou resgate, por exemplo. Além disso, assim como Watch Dogs (nas devidas proporções) ou nos jogos Far Cry, é possível invadir a rede dos norte-coreanos para descobrir mais coisas no mapa do game.

Voltando ao tema revolução: enquanto a cidade está belíssima, lembrando os mesmos elogios que fizemos à Manhattan de The Division, graças a sua arquitetura bem construída, convencendo muito bem sobre o local e urgência da situação, por outro lado os recursos inseridos repetem os mesmos problemas do enredo: é tudo o que já vimos antes em vários jogos. E pior: feitos de maneira “chata”, pois apesar de tentar “fugir dos trilhos de fase do Call of Duty“, as missões “livres” acabam te fazendo ir de um ponto a outro no mapa, atirando em quem aparece. Há um modo cooperativo semelhante a The Division no jogo, em que você e mais três jogadores fazem missões semelhantes às principais, mas também sem muito apelo. E não, nada de Deathmatch por aqui, contente-se.

E para agravar ainda mais a situação, parece que o mesmo controle e inimigos do primeiro Homefront foram colocados no segundo game: não há uma evolução neste quesito, já que o game acaba sendo extremamente fácil no modo campanha, fazendo apenas com que o jogador avance pelo mapa, sem encontrar muitos desafios , senão atirar e evitar levar tiro, em um gameplay digno da geração 32-bit, morrendo mais por problemas de controle do que pela dificuldade do título. Até a busca de itens por melhorias é dispensável. Droga: Black já tem 10 anos e neste foi um marco no gênero, então fica difícil defender The Revolution quanto ao seu gameplay.

Mas a bela Filadélfia salva o dia

Análise Arkade: A revolução sem sal de Homefront: The Revolution

Filadélfia é uma cidade interessante. Quem viu os filmes do Rocky conhecem melhor a cidade, que embora seja bem semelhante a qualquer outra dos Estados Unidos, tem um lado particular bem interessante, talvez culpa dos próprios filmes do Garanhão Italiano que focaram mais o lado pobre da cidade.

E The Revolution, como já havia dito, apresenta uma cidade muito bonita. São muitos os detalhes em um game que mostra que muito trabalho foi feito para reproduzir o local em tempos de guerra. Mesmo assim, problemas como algumas quedas de framerate, dessincronização labial e até nas legendas foram encontrados por muitos jogadores. Tudo passível de correção com patch, mas acho que já cansamos de games “completos” lançados com tantos problemas. É hora da indústria gamer repensar melhor esta questão.

Tinha tudo para ser uma revolução, mas…

O problema de Homefront: The Revolution é semelhante aos filmes da Marvel: a falta de ousadia na intenção de agradar mais gente. Porém, nos filmes dos Vingadores, a ação é bem feita e faz valer o ingresso, mesmo com buracos de enredo e o “alívio de barra” quanto aos quadrinhos. The Revolution tenta pegar um pouco do jogo A, um pouco do jogo B e um pouco do jogo C, e no final não oferece nada de novo e nada atraente, que faça valer o título “revolution da capa”.

Mas não, não estamos falando de um jogo ruim. Seu visual é muito bonito e a premissa também chama a atenção. Só que infelizmente, é daquele tipo de jogo que você liga, termina e encosta, já que nada ali consegue te convencer a continuar a jogar por mais tempo. O que é triste, já que só pelo seu tema, muita coisa legal poderia ter sido feita. Repetindo o que disse antes: se Call of Duty colocava seus jogos na ótica de soldados de vários exércitos pelas fases, The Revolution seria um início de revolução se houvesse a chance de se controlar um soldado norte-coreano, com suas intenções e valores. Polêmico? Com certeza, mas já seria o início de nadar contra a maré e oferecer algo novo para o já cansado mundo dos FPS.

Homefront: The Revolution está disponível para Playstation 4, Xbox One e PC.

 

4 Respostas para “Análise Arkade: A revolução sem sal de Homefront: The Revolution”

  • 9 de junho de 2016 às 17:03 -

    Rodrigo

  • Assim como Mad Max, é comprar quando aparecer uma promoção oferendo o jogo por R$ 27,00

    • 23 de junho de 2016 às 13:44 -

      Fabiano

    • eu também. a meta é R$ 19,90 ou menos hehehehehe

  • 10 de junho de 2016 às 13:24 -

    Kubrick Stare Nun

  • Talvez colocar a ótica norte-coreana no enredo, ou oferecer um lance de escolhas quanto a seus companheiros… sei lá. O que não poderia ter acontecido era um game com revolução na capa oferecer algo tão “comum”.

    Falou tudo.

  • 10 de junho de 2016 às 14:33 -

    gabriel

  • o jogo é bom.. o que mais me encomoda é os travamentos, que varias vezes fizeram eu errar os tiros..  kkk

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