Análise Arkade: L.A. Noire: The VR Case Files é uma imersão incrível nos anos 40

18 de outubro de 2019
Análise Arkade: L.A. Noire: The VR Case Files é uma imersão incrível nos anos 40

Além de jogos inéditos, as plataformas de realidade virtual recebem cada vez mais versões de jogos tradicionais para o formato. Vários são os exemplos de versões exclusivas (DOOM VFR), adaptações (Skyrim VR) ou versões híbridas (No Man’s Sky Beyond). E é nessa direção que temos mais uma franquia indo para a realidade virtual: L.A. Noire.

Em L.A. Noire: The VR Case Files temos uma coletânea de missões baseadas na história do jogo original. Entretanto, essas não são meras repetições das missões vistas no jogo de 2011. Na verdade, são missões pensadas propriamente para a realidade virtual, o que faz toda diferença quando experimentamos o título.

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Phelps, Cole Phelps.

Em The VR Case Files nós retornamos ao papel do detetive Cole Phelps. Após um breve período assumindo o papel de Cole como policial, vamos para o ano 1947. Aqui, já como detetive em Los Angeles, Cole precisa resolver crimes ediondos e macabros. A maior parte deles, ligados a todo um contexto corrupto e violento da cidade.

Assim como ocorre em L.A. Noire, em The VR Case Files, Cole inicia sua carreira na polícia, após seus serviços na Segunda Guerra Mundial. Mas logo se torna detetive e passa a assumir casos mais complexos. Mesmo com apenas sete missões, o game da Rockstar na realidade virtual tem um tempo de duração considerável. Além disso, a variedade de situações pelas quais passamos nessas missões é gratificante.

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Dirigir os carros de época é uma das melhores coisas do jogo.

São investigações de assassinatos, busca por pistas e reconstrução de cenas de crime. Para além dessas mecânicas investigativas, também trocamos tiros, temos lutas corpo a corpo com fugitivos e perseguições de carro. Por fim, temos também os clássicos interrogatórios que, na realidade virtual, ficaram ainda melhores.

Detalhes que agradam bastante

Um dos maiores acertos de de L.A. Noire na realidade virtual são os seus detalhes. Para um jogo com temática investigativa, poder interagir com inúmeros objetos é um grande acerto. Podemos revirar objetos de cenas de crime, pegar cada um em nossas mãos entre outros elementos.

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Investigar um assassinato num beco escuro de Los Angeles pode ser bem desafiador.

Isso é um excelente acerto principalmente por conta da imersão que proporciona. A possibilidade de interagir com objetos que não necessariamente estão ligados com o crime também melhora ainda mais a imersão. Afinal, buscar um objeto específico em meio a tantos outros inúteis é o sentido de investigar tais locais.

Mas não é só de interação com objetos inanimados que vive L.A. Noire em realidade virtual. Outros detalhes saltam aos olhos enquanto jogamos e dão um gostinho do que a Rockstar pode fazer com tal tecnologia. Entre esses detalhes, temos alguns estéticos que são incrivelmente bons para a imersão.

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Imersão sensacional

Vários são os detalhes de The VR Case Files que agregam à imersão do jogo na realidade virtual. Poder ver seu corpo por inteiro, além da aba do chapéu de Cole, é bastante imersivo. Aqui não temos as clássicas “mãos flutuantes” que são tão comuns em outros jogos em RV, o que é excelente.

Além disso, alguns comandos simples agregam bastante nessa experiência. Com controles de movimento, você pode sacar sua arma da cintura, tirar e colocar de volta o chapéu, pegar uma lanterna ou sua caderneta de anotações. Com a caderneta, inclusive, temos toda uma mecânica de acessar os dados da missão na qual estamos. É possível também desenhar livremente em suas páginas.

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Outros elementos complementam bem essas mecânicas bem detalhadas. A física dos objetos é bem interessante, mesmo que alguns ainda saiam quicando pelo cenário com um mero arremesso. A maioria tem pesos e movimentações realistas. Além disso, nossas sombras funcionam perfeitamente com nossos movimentos, além de vermos nosso reflexo em alguns momentos do jogo.

Para complementar toda essa incrível imersão, ainda temos tonalidades de cor e músicas muito de acordo com a época. Bem como o jogo original, The VR Case Files nos dá uma sensação incrível de estarmos nos anos 40. E toda essa aura noir que o jogo traz é muito bem bolada para a realidade virtual.

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A física de iluminação e gravidade dos objetos é muito boa.

Ainda o mesmo L.A. Noire?

O game de 2011 não é um dos mais populares da Rockstar, isso é verdade. Porém, teve grandes acertos utilizando algumas mecânicas já conhecidas de Red Dead Redemption e GTA. Entretanto, nem todas essas jogabilidades estão disponíveis em The VR Case Files.

Ao contrário do jogo original onde o jogador precisava ir a um certo ponto do mapa para ativar missões, aqui temos todo um sistema de interação no escritório de Cole. Assim, os casos não se emendam automaticamente com flashbacks das memórias de Cole como anteriormente. Na verdade, é como se Cole se lembrasse de seus casos numa noite chuvosa em sua sala.

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Passamos a noite relembrando os casos mais importantes de Cole.

Não temos também a avaliação final de cada caso com cinco estrelas. Isso é um ponto não muito bom, já que perdemos um pouco a noção do quão bem fomos de fato na resolução de cada caso. Não temos também dados de quantas pistas encontramos ou se existem segredos a serem descobertos ainda em cada fase. Tudo isso atrapalha um pouco a organização do jogo.

Felizmente, alguns outros pontos estão de volta. Poder dirigir carros de época diferentes em cada missão é uma delas. Além das incríveis expressões faciais que guiam os interrogatórios e eram o diferencial do jogo original. Mas com isso fica claro que L.A. Noire: The VR Case Files é um jogo separado do original, mesmo que semelhante em alguns pontos.

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Ainda com limitações

Mesmo que o jogo tenha grandes acertos, ele não é perfeito. Algumas limitações e problemas de execução deixam claro que a Rockstar fez um ótimo trabalho, mas que pode melhorar mais. Um dos pontos é a constante necessidade de confirmar nosso posicionamento frente aos sensores de movimento.

No PSVR, plataforma na qual o jogo foi testado, a cada tela de carregamento precisamos confirmar nosso posicionamento. Isso é bem chato quando jogamos por horas a fio. Sem falar que não temos a simples opção de recentralizar o quadro. Quando usamos essa função, voltamos para a mesma tela de confirmação que quebra totalmente a imersão do jogo.

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Mesmo com essa cobrança constante, ainda existem momentos nos quais os sensores de movimento dão saltos estranhos. Principalmente quando estamos buscando algo no chão, os sensores se atrapalham um pouco. Não podemos dizer ao certo se é um problema exclusivo do PlayStation VR, mas não é algo corriqueiro em outros jogos semelhantes.

Felizmente, estes problemas de precisão não são tão frequentes quanto as confirmações de posicionamento dos sensores. O que não atrapalha tanto a imersão ou a jogabilidade assim. Num escopo geral, temos muito mais acertos do que erros em The VR Case Files.

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Missões extras e colecionáveis

Em contrapartida aos pontos que deixaram a desejar no título, temos colecionáveis e missões secundárias bem divertidas. Temos tanto revistas como distintivos para encontrar no decorrer das sete missões como coletáveis escondidos. Além disso, pontos turísticos marcantes de Los Angeles podem ser visitados e contam como colecionáveis também.

Esses elementos são bons pois aumentam a longevidade do jogo, fazendo-nos revisistar missões anteriores. Tentar encontrar objetos escondidos ou rodar mais pela cidade livremente passam a ser objetivos secundários bem divertidos. Mas, para além deles, temos três outros tipos de missões “spin-off” que aproveitam bastante a jogabilidade em RV.

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Só é um pouco estranho correr de terno e gravata, mas a diversão é a mesma.

A primeira delas são corridas com carros antigos em pistas de terra. A movimentação e controles são muito confortáveis e tudo flui muito bem nessas corridas. Por sua vez, temos um ringue de boxe com 12 adversários para serem vencidos, que abusa dos recursos de luta corpo a corpo do jogo. Por último, um estande de tiros próprio para usarmos bastante as armas do jogo. Tudo isso acessível através do escritório de Cole.

Um futuro possível para Rockstar?

Com um visual muito bom, trilha sonora estupenda, paleta de cores bem contextualizada e mecânicas de jogo detalhadas, L.A. Noire: The VR Case Files é uma ótima pedida para os amantes de realidade virtual. Porém, para além disso, temos também um vislumbre do que a Rockstar pode fazer com seus jogos em um futuro próximo.

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Enquanto jogava L.A. Noire em RV, fiquei imaginando o quão legal seria um Red Dead Redemption ou um GTA com essa tecnologia toda. Se para uma coisa The VR Case Files serviu, foi para mostrar a capacidade da Rockstar na RV. Mostrou que a desenvolvedora que nos deu games incríveis em mundo aberto pode também fazer algo de qualidade para a realidade virtual.

L.A. Noire: The VR Case Files foi lançado no dia 24 de setembro de 2019 para PC e PS4. O game possui compatibilidade com o PlayStation VR, HTC Vive e Oculus Rift.

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