Análise Arkade: Like No Other – The Legend of The Twin Books, um point and click breve e divertido

25 de agosto de 2022
Análise Arkade: Like No Other - The Legend of The Twin Books, um point and click breve e divertido

Jogos point and click ainda conseguem seu nicho principalmente no PC e entre games independentes. Like no Other – The Legend of The Twin Books é um projeto pequeno, que conta a história curiosa de um senhor chamado Dan que se arrisca em uma viagem perigosa para encontrar um livro perdido e desvendar a lenda dos Livros Gêmeos.

Com uma jogabilidade bem simples, uma construção de fases interessante e um visual carismático, a aventura de Dan é bem breve. Mas é interessante ver projetos como este, tão singulares e independentes na atualidade, onde temos toneladas de games com a mesma “cara”. Por isso, vamos entender melhor do que se trata esse jogo nessa análise completa.

Análise Arkade: Like No Other - The Legend of The Twin Books, um point and click breve e divertido

A cidade abandonada de Red Pines

Sem apresentar muita complexidade na contextualização da história, Like No Other nos apresenta a Dan. O protagonista da aventura pega a estrada após descobrir uma dica sobre a lenda dos chamados Livros Gêmeos. No caso, o boato diz que um artista com talento construiu uma réplica perfeita de um livro raro. Entretanto, a versão original do livro foi esquecida em um museu.

Mas não estamos falando de qualquer museu, mas sim um museu da cidade de Red Pines, que fora abandonada há muito tempo por conta de um desastre. Para nós, é fácil comparar a cidade da história com Chernobyl, por exemplo. Mas nada macabro ou sombrio por aqui. Na verdade, a cidade só foi abandonada mesmo, com algumas poucas pessoas ousando permanecer por lá.

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Com a cidade em ruínas, Dan precisa explorar o lugar para entender como entrar no museu e também como encontrar o livro perdido. E é assim que a jogatina começa. É uma aventura muito curtinha, de no máximo duas horas de duração, mas que agrada bastante, principalmente pela sua casualidade simpática.

No jogo não temos combates, não temos puzzles muito complexos nem comandos complicados. É tudo muito simples, intuitivo e leve, mas sem necessariamente ser óbvio ou raso. E este é um acerto e tanto para a experiência de jogar Like No Other. Mas, para além dessa experiência casual, ele pode ter sim algumas camadinhas de interpretação para quem quiser olhar melhor.

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Jogando uma revista infantil

No geral, a experiência breve de jogatina de Like No Other pode ser apreciada com bastante leveza e descompromisso por parte do jogador. Mesmo que hora ou outra um puzzle pareça mais elaborado, todos usam e abusam de raciocínio lógico e observação, o que torna o gameplay ainda mais orgânico.

A sensação que mais tive enquanto jogava foi a de estar interagindo com um daqueles passatempos de revistas do final dos anos 90 ou início dos anos 2000. Me trazendo uma sensação bem divertida e até um pouco nostálgica, que lembra bastante a aura do jogo Labyrinth City: Pierre the Maze Detective, que analisamos aqui no Arkade em 2021. Mas sem mapas tão complexos e ricos em detalhes.

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Like No Other possui sim um mapa bem detalhado e bonito, mas nem de longe tem a “poluição visual” que faz parte da proposta de Labyrinth City. Até porque a ideia aqui não é uma caça ao tesouro no estilo “Onde está Wally?“, mas sim uma exploração descompromissada sem muito desafio. Porém, ainda assim temos a sensação de estar interagindo com uma revista infantil (para quem lembra da Revista Recreio dos anos 90, a vibe é meio que essa).

Alguns tropeços na jornada

Mesmo com uma duração bem curtinha, a jogatina de Like No Other infelizemente dá umas escorregadas. Temos alguns deslizes de desenvolvimento que precisam ser comentados, mesmo que estes não afetem terrivelmente a experiência. E podemos começar pelo que talvez mais incomode: as pontas soltas.

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Seja um personagem perdido em algum lugar, um item que você pode interagir mas que não serve para absolutamente nada (nem como easter-egg) ou então alguns cantinhos que você jura que tem alguma coisa e não tem nada. Em quase todas as salas e níveis do jogo, temos algum elemento que definitivamente não precisava estar ali.

Parte desses elementos se justifica para causar ruído para que o jogador não encontre as pistas e itens importantes tão facilmente. Porém tem outra gama de elementos ali que não acrescentam em absolutamente nada no game: não estão ali nem para ajudar nem para atrapalhar. Isso acaba causando uma sensação de vazio ou de “incabado”. Falta propósito a alguns elementos.

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Para além disso, algumas resoluções de puzzles fogem do óbvio de modos um tanto peculiares — e a própria resolução da história deixa pontas soltas demais para interpretação, o que não condiz com um jogo tão casual. Além disso, temos algumas escolhas de design um tanto obtusas, — como precisar equipar o taco de golfe toda santa vez que for usar o elevador –, bem como frases repetitivas que o protagonista fala em certas interações.

Nunca é tarde para viver uma aventura!

Like No Other – The Legend of The Twin Books é um jogo casual para o bem e para o mal. A minha experiência com ele no geral foi positiva, e o jogo me entreteve com seus puzzles interessantes e sua jornada relaxante.

Porém, sinto que não é todo mundo que vai curtir esse tipo de experiência. Principalmente pela duração curtíssima e o fator replay praticamente nulo. No mais, o game acerta em visual e som, além de contar com legandas em português para facilitar a identificação com a história.

Like No Other – The Legend of The Twin Books está sendo lançado hoje, dia 25 de agosto e está disponível para Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series e PC (via Steam).

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