Análise Arkade: Como estragar um excelente game com o remaster de Mafia II

25 de maio de 2020
Análise Arkade: Como estragar um excelente game com o  remaster de Mafia II

Um remaster, quando anunciado, gera na comunidade fã do game em questão uma grande expectativa. Afinal, é a oportunidade de ver o seu game querido, rodando com visuais ainda melhores, além de poder contar com todo o seu conteúdo, uma vez que estas versões costumam adicionar todo o seu conteúdo extra, em um só pacote.

Com Mafia a coisa não foi diferente. A 2K anunciou, recentemente, um pacote com seus três games. O Mafia original, de 2002 terá um remake, em agosto, enquanto o terceiro Mafia fará parte do “kit”. Para completar, já foi disponibilizado o segundo Mafia, lançado em 2010, e que, na época, foi muito elogiado, por oferecer uma competente aventura no mundo da máfia dos anos 40 e 50.

E, com muita alegria, todos os fãs de Mafia puderam conferir a “versão definitiva” na última semana de Mafia II. Mas a alegria virou decepção, com diversos problemas que pudemos conferir em nossa volta à Empire Bay. São tantos problemas, mas tantos, que temos a impressão de um trabalho feito às pressas, para encaixá-lo na tal “trilogia”, que terá o primeiro game, este sim, totalmente refeito.

A versão do review foi jogada em um Playstation 4.

A boa história de Vito Scaletta

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Mafia II conta a vida de Vito Scaletta. Um dos muitos ítalo-americanos, que imigraram para os EUA no início do século XX, e que lidaram com a pobreza. Sua vida mudou quando, numa vida de ladrãozinho de lojas, foi preso, e “convidado” a se alistar no exército dos EUA, lutando na Segunda Guerra Mundial. Ferido, voltou antes da hora, e, com seu amigo Joe, começa a fazer pequenos serviços para mafiosos locais, para ajudar sua mãe em uma dívida com um agiota. A partir daí, a história vai ganhando em qualidade, mostrando o submundo de Empire Bay.

A história é interessante, pois foca na vida de Vito, enquanto o jogador “aprecia” o submundo de mentiras, intrigas, traições, e ganância da máfia local. É como se o jogador, na pele de Scaletta, fosse um espectador, de camarote, com direito a “participar do jogo”, de tudo o que acontecia em uma cidade em pé de guerra entre as suas famílias. E isso se reproduz em um gameplay que, embora ofereça uma cidade completa para explorar, foca em um formato mais “trilhado”, sem as liberdades propostas em um game GTA.

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No máximo, há alguns desafios que valem conquistas ou troféus, e cartazes de procurado. Mais alguns pôsteres da Playboy, espalhados para você procurar. Mas, no geral, o jogador pode esperar um game extremamente linear. Com o próprio game oferecendo soluções para problemas que Vito precisa encarar. Para fechar o pacote, a edição definitiva de Mafia II oferece suas DLCs. Delas, apenas Joe’s Adventure traz conteúdo consistente. Focando na vida de Joe, em eventos que ocorreram paralelamente ao que Vito viveu. E que explica um pouco mais da história do game.

Análise Arkade: Como estragar um excelente game com o  remaster de Mafia II
“Geladeiras muito realistas em Mafia 2?”

O game em si é muito bom, tem boa história, uma ambientação bacana dos anos 40 e 50, boa música, e um gameplay legal, mesmo que “preso em trilhos”. E ainda conta com legendas em português, uma boa ajuda para quem quer entender mais da história, mas não domina o inglês. Por isso, que o remaster foi tão decepcionante.

Problemas, problemas e mais problemas

Para começar, o game não foi nem um pouco otimizado. Ele consegue a façanha de engasgar no simples andar da cidade. Um game de 2010 fazendo isso. Para não ser injusto, procurei em fóruns e sites opiniões variadas sobre o game, e encontrei as mesmas reclamações. Esta versão só não consegue ser pior do que as péssimas adaptações dos GTAs de Playstation 2 para o Playstation 4.

Há sim, algumas melhorias, como a movimentação labial que foi melhorada, ou algumas texturas. Mas o game tem mais cara de port do que de remaster. Não há nada que faça o game parecer que é uma versão melhorada. O som também não fica atrás, com um trabalho extremamente bizarro. Jogando com fone, o game consegue oferecer a voz do personagem em apenas um dos lados do dispositivo. E o tempo todo. Sem contar que a qualidade não está aquelas coisas.

O gameplay também sofre problemas. São bugs, e vários defeitos que atrapalham, ou até “ajudam” o gameplay. Não foram poucas as vezes em que muitos NPCs ficaram “paradões” feito bestas só esperando eu chegar e acertar tiros na cabeça, em situações as quais eles deveriam “chegar atirando”. O troféu de “aguentar a polícia em nível 4 por 10 minutos”, eu ganhei assim:

Análise Arkade: Como estragar um excelente game com o  remaster de Mafia II

Sim. Dez minutos com o controle largado, indo tomar café, e o policial só “esperando”, enquanto a barra de procura seguia acesa. Uma vez também aconteceu de pausar o game e no despausar, o jogo me mandou direto para o último checkpoint, sem mais, nem menos. Isso falando dos problemas que eu encarei. Na Internet há relatos de vários outros. Este gameplay é um de vários que foram compartilhados nos últimos dias:

Assim, a sensação que temos, como dito acima, é de trabalho apressado. O Mafia original deve estar há algum tempo sendo refeito, e este sim é aguardado que tenha a qualidade que a série merece. E que, de alguma forma, alguém sugeriu, “em cima da hora”, remasterizar o segundo game, para lançar a “trilogia”. GTA IV, no Xbox One, via retrocompatibilidade, oferece um desempenho muito superior. Só para se comparar.

Uma pena, pois o game é muito bom, e não merecia ser tratado desta forma. O que resta, é torcer para que pelo menos, updates futuros possam corrigir tudo isso.

Um bom game que merecia tratamento melhor

Análise Arkade: Como estragar um excelente game com o  remaster de Mafia II

Mafia II envelheceu razoavelmente bem. Havia, na época, opções melhores no mercado. Mas o game era bom o suficiente para ter a sua base de fãs. Apenas lamento, muito, ver que um game que poderia ganhar um remaster muito bacana, mesmo que mantivesse apenas o conteúdo original, conte com tantos problemas. Saints Row: The Third, por exemplo, redesenhou boa parte do game, inseriu novo sistema de iluminação, melhorou seu gameplay e trouxe um remaster muito bem feito. E, nesta altura do campeonato, com os consoles atuais iniciando o final do ciclo, é injustificável ver um game cheio de problemas como este. Ainda mais se tratando de um game de 2010.

Análise Arkade: Como estragar um excelente game com o  remaster de Mafia II

Jogadores de Xbox podem preferir a versão original, que roda muito bem via retrocompatibilidade no Xbox One. Já os jogadores de PC ganharam o game na Steam, caso tenham o game original na conta. Então poderão jogar e comparar por si só, sem custo algum. Já os jogadores de Playstation 4, só devem jogar este game se curtem mesmo a série. E se estiverem a fim de uma platina fácil. Ou esperar, pelo menos, notícias de boas correções no game. Pois, do jeito que está, não pode ficar.

Mafia II: Definitive Edition já está disponível para PC, Playstation 4, e Xbox One.

4 Respostas para “Análise Arkade: Como estragar um excelente game com o remaster de Mafia II”

  • 25 de maio de 2020 às 17:12 -

    Santos

  • Essa quarentena não está sendo fácil para os que têm PS.

    • 26 de maio de 2020 às 02:02 -

      ivan

    • podia ser pior, um xbox por exemplo

  • 28 de maio de 2020 às 06:12 -

    unknow

  • Console porco mal otimizado ps4 nem se compara com Xbox, Chupa Poneylandia. uhauhahua

  • 8 de novembro de 2020 às 18:31 -

    Pedro Augusto

  • Pqp…jogando essa merda e o carr fica caindo no buraco. Impossível jogar esse game. O foda aue quero jogar história que tá massa. Mas que decepção. Fala sério

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