Análise Arkade: Viaje no tempo e impeça o fim do mundo em Omensight

18 de maio de 2018

Análise Arkade: Viaje no tempo e impeça o fim do mundo em Omensight

Spearhead Games, criadora de Stories: The Path of Destinies lançou seu mais novo game nessa semana, explorando novamente uma narrativa que pode ser revisitada e mudada de diferentes formas, agora na forma de viagem no tempo em Omensight. Então venha com a gente conferir nossa análise completa desse novo e interessante game!

Um dia para salvar o mundo e investigar um assassinato

Análise Arkade: Viaje no tempo e impeça o fim do mundo em Omensight

Omensight conta a história do mundo de Urralia em seu momento mais crítico, durante uma terrível guerra entre os Pygarianos, a raça dos pássaros, liderados pelo imperador Indrik, contra a raça dos Roedenshianos, o clã dos ratos, oprimidos pelo império e lutando por liberdade, liderados pela jovem Ratika. Ambientado no climax dessa guerra, em que algo completamente inesperado aconteceu.

Vera, Sacerdotisa Agnóstica, a guardiã de Urralia foi misteriosamente assassinada. O que reacendeu o conflito, que parecia não ter mais fim. E é nesse momento em que Augúrio, a lendária guardiã do mundo, apareceu misteriosamente no meio de capo de batalha, anunciando que o fim do mundo estava próximo, pois Voden, a Serpente do Vazio, cujo único propósito de sua existência é devorar todo o mundo, despertou. Dando início a destruição de tudo.

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Augúrio só desperta para impedir que o fim do mundo aconteça, sendo que sua própria presença é, como seu próprio nome diz, um augúrio para o que está por vir. E no controle desse ser lendário, você deverá impedir que Voden destrua tudo, investigando a morte da Sacerdotisa e libertando sua alma, para impedir o avanço do Vazio.

Reviva o último dia do mundo, em várias perspectivas diferentes

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Impedir o fim do mundo e derrotar Voden não será tarefa fácil, pois a única forma de impedir seu avanço é libertar a alma da sacerdotisa, para que assim ela possa voltar ao mundo e reencarnar. Mas para isso, Augúrio deverá investigar o assassinato de Vera e descobrir onde está sua alma. Para isso a Bruxa, um espírito do mundo antigo invoca Augúrio até a Árvore da Vida, onde ela poderá acessar o último dia do mundo através das almas de importantes personagens.

Ao explorar o mundo real, Augúrio criará conexões com quatro guerreiros caídos em batalha: Draga, a guerreira felina e general dos exércitos PygarianosLudomir, um poderoso urso, irmão adotivo de Vera e aliado dos RoedenshianosRatika, líder dos roedores; e por fim o próprio Imperador Indrik.

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A partir da Árvore da Vida, o jogador escolherá um desses guerreiros (se já tiver criado conexão com suas almas), para revisitá-los no início do último dia. Augúrio aparecerá para esses personagens, que ao vê-la, saberão que o fim do mundo se aproxima, e a ajudarão a desvendar o mistério da morte de Vera. A cada dia jogado com um personagem, novas informações são descobertas sobre toda a trama, e essas informações podem ser levadas para outros personagens ou para o mesmo que o ajudou a descobri-la, no início do dia, criando diferente caminhos que levarão a novas descobertas.

Um hack n’ slash investigativo

O conceito de viagem no tempo funciona da seguinte forma: Se você começar o dia com Draga no início do game por exemplo, acompanhará suas batalhas até chegar ao momento em que ela morreu, mas com algumas pequenas alterações. Mas se em qualquer outro momento, seja com outro personagem, você descubra uma pista importante sobre a morte de Vera, você pode voltar ao início do dia de Draga e apresentar essa pista para ela.

Ela irá avaliar essa pista e seguir um caminho completamente diferente da última vez que você a visitou, o mesmo com todos os outros os personagens e para cada nova pista que você descobrir. O game permite que você revisite os personagens quando quiser, para que assim vá juntando mais e mais informações, desde grandes revelações e até a pequenas pistas. Sempre que você ver letras verdes em um diálogo, significa que você está recebendo uma informação que será importante.

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Após o fim de cada dia com um personagem, que terminam no momento em que Voden destrói o mundo, Augúrio retorna para a árvore da vida e junta todas as informações que adquiriu. Dependendo do nível de dificuldade que você jogar, o game poderá te ajudar a montar as pistas do assassinato, ou então não te dar nenhuma ajuda, deixando inteiramente para você juntar as peças e pensar sobre qual será sua próxima ação.

E tudo isso está dentro de um hack n’ slash muito divertido, com um gameplay que até lembra um pouco a trilogia original de God of War, com câmeras fixas e ângulos que seguem seu personagem. Puzzles simples pra serem solucionados e muitas lutas intensas e cheias de combos.

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Augúrio está munida apenas com uma espada, mas pode desbloquear novas habilidades acumulando XP ao derrotar inimigos. Suas habilidades são simples e funcionais: ela pode fazer combos rápidos e combos fortes, esquivar e usar pulo duplo. Conforme vai evoluindo, o jogador habilita novas habilidades, como segurar e jogar inimigos ou objetos para longe, congelar o tempo por alguns segundos, usar um dash muito rápido e mais.

Além disso, o game possui vários baús escondidos e itens destrutivos que dão cristais de âmbar, que são usados para comprar melhorias, como aumentar o HP, o poder dos ataques e etc. Cada um dos personagens que acompanhamos com Augúrio também possuem habilidades especiais ativadas durante os combates, além de possuírem um lore próprio para cada um, desbloqueados ao achar pedestais escondidos pelos cenários.

Análise Arkade: Viaje no tempo e impeça o fim do mundo em Omensight

Esse é um game muito divertido, com um combate rápido e muito satisfatório, mas um pouco repetitivo, pois existem apenas quatro mapas diferentes no game, que serão revisitados constantemente. Para fugir um pouco dessa repetição, existem portas trancadas com selos mágicos, que são abertas conforme avançamos no game e aprendemos como abri-las, liberando caminho para outros eventos e informações a serem encontradas.

Audiovisual

Análise Arkade: Viaje no tempo e impeça o fim do mundo em Omensight

Omensight possui um visual muito bonito. Seu estilo gráfico é o mesmo de Stories: The Path of Destinies. Aliás, ambos os jogos estão situados no mesmo universo! O visual de todos os personagens nessa verdadeira fábula é muito bem feito, levando em conta ainda que temos vários personagens com armaduras cheias de detalhes.

O game tem cenários muito belos e com arquiteturas incríveis, com ruínas gigantescas, cidades em ruínas e calabouços sombrios. As câmeras do game ainda valorizam os cenários, trazendo paisagens panorâmicas em áreas sem inimigos e focando nas arenas na hora dos combates, para não comprometer o jogador apenas mostrando cenário sacrificando o que importa.

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A trilha sonora do game casa perfeitamente com a ação e o clima de urgência que o game mantém. O game é inteiramente dublado em inglês, com um excelente trabalho de vozes, especialmente com os quatro personagens que acompanhamos no game. Augúrio é muda, por isso todo o diálogo fica por conta dos outros personagens. Felizmente, para os jogadores não muito familiarizados com inglês, o game está inteiramente traduzido para português brasileiro nas legendas e menus. Há alguns poucos errinhos aqui e ali, mas no geral a tradução está excelente.

Conclusão

Análise Arkade: Viaje no tempo e impeça o fim do mundo em Omensight

Omensight é um game bem envolvente, com uma trama cheia de plot twists e vários segredos a serem descobertos. Apesar de sofrer um pouco com a repetição de seus mapas ao revisitá-los várias vezes, o game ainda se mantém divertido e interessante até seu confronto final, com uma batalha desafiadora e muito empolgante.

Se você gostou de Stories: The Path of Destinies, então dê uma conferida em Omensight, ele mantém seu sistema de reescrever sua história a cada partida, mas aqui, toda alteração que você faz é somada para a trama principal, que se desenrola de acordo com os caminhos que você toma e as pistas que descobre pelo caminho.

Omensight foi lançado no dia 15 de maiocom versões para PC Playstation 4.

5 Respostas para “Análise Arkade: Viaje no tempo e impeça o fim do mundo em Omensight”

  • 19 de maio de 2018 às 09:16 -

    onigumo

  • Quanta beleza desperdiçada. Nao entendo porque escolhem jogo como meio para contar uma historia dessas. Daria um livro infantil incrivel, uma peça maravilhosa, uma graphic novel das boas… Mas nao…. Escolhem fazer um “jogo”, horas de gameplay para se ouvir uma estoria, bem como ori, mas de jogo mesmo e uma lastima, triste ver tanto potencial desperdiçado….

    • 19 de maio de 2018 às 10:34 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Você acha Ori and the Blind Forest um jogo ruim? Tá de sacanagem? O gameplay dele é excelente!

      Não vejo problema em videogames contarem boas histórias, desde que sejam bons jogos. A mídia videogame oferece uma interatividade que nenhuma outra mídia propicia.

      • 20 de maio de 2018 às 03:04 -

        onigumo

      • O problema e que se ele e um bom jogo e porque houve uma comunicaçao eficiente entre os aspectos que o compoem. Dai a historia e so mais um desses aspectos. Se um jogo e bom porque teve uma boa historia dai ele nao e um jogo bom, tal como se fosse por causa de uma trilha sonora, se assim fosse filmes mudos nao teriam qualquer valor por exemplo. O mesmo pode ser dito dos telltales, que em geral sao versoes porcas das narrativas de livros-jogos. O ponto e: os jogos tem se tornado conscientemente e elaboradamente expositivos, nao e atoa que cada vez mais exitem espectadores de jogos e menos jogadores, dai eu lhe pergunto: qual o ponto disso diante de uma midia que oferece uma interatividade que nenhuma outra proporciona? Ori seria uma estoria pior se fosse um livro ou uma peça? Ou melhor, ele traria qualquer entrenimento se nao fosse sua historia ou qualidade grafica? Fazer jogos boms com certeza e uma odisseia, sao muitos elementos que precisam funcionar bem em conjunto, dai isso nao e desculpa para se fazer um jogo ruim ou mediocre, se existem mais elementos do que se pode lidar simplifique ( minit e um exemplo recente) mas nao entregue um material superficial ou insuficiente…

      • 20 de maio de 2018 às 21:04 -

        Rodrigo Pscheidt

      • Não tenho certeza se entendo seu ponto. Então vc acha que jogos com boas histórias deveriam poder ser simplesmente assistidos ao invés de jogados, porque isso (em teoria) atinge mais pessoas?

        Acho que cada mídia tem suas próprias boas histórias, que funcionam bem em seu próprio meio. O teatro tem Shakespeare e tantas outras peças, o cinema e a literatura têm centenas de clássicos, e o mundo dos games tem sim ótimas histórias, desde que os videogames se tornaram complexos o bastante para contar boas histórias.

        Isso não era possível nos tempos do Atari, mas os programadores faziam o que podiam para tornar um jogo divertido por suas mecânicas. Hoje, um jogo pode ser divertido por suas mecânicas e ainda assim contar uma boa história. E há também os jogos que simplesmente contam boas histórias sem grandes mecânicas, como Heavy Rain e o Detroit: Become Human que está saindo na próxima semana.

        Há jogos que, de fato, poderiam muito bem ser apenas “assistidos” sem que isso comprometa a experiência narrativa planejada pelos desenvolvedores, mas também há jogos onde as escolhas do jogador importam, a história se ramifica e leva o jogador por outros caminhos de acordo com suas decisões.

        Sei que existem livros que fazem algo parecido, mas, pessoalmente, prefiro continuar vivendo esse tipo de experiência nos videogames. Acho que nenhuma adaptação literária ou teatral conseguiria entregar o mix de clima cinematográfico e interação que jogos como Detroit: Become Human propiciam (sei disso porque já estou jogando). E nestes casos, sim, acho que um leitor/espectador passivo perderia uma parte importante da experiência, que é justamente a tomada de decisões e o fato de ter que conviver com as consequências destas escolhas.

        Mas enfim, né, aí vai do gosto de cada um. Eu leio bastante, gosto de filmes e séries, mas acho que boas histórias merecem ser contadas em diferentes mídias, e sempre haverá público para todas elas. Mais público em umas do que em outras, mas né, faz parte. ;)

      • 21 de maio de 2018 às 01:39 -

        onigumo

      • Mas eu concordo com voce em maior parte Rodrigo. Nao quero com isso desprestigiar os games, muito pelo contrario quero que a midia se torne mais valorizada e com isso tenha o reconhecimento que tem a musica e a literatura por exemplo. Contudo para que isso seja possivel e necessario que existam padroes razoaveis de qualidade e que esses padroes sejam devidamente respeitados. E nao e isso que vemos hoje, o publico gamer ( termo ridiculo mas fazer oque…) e extremamente complacente com a falta de qualidade e polimento dos jogos, nao so isso, alem de se alimentar de migalhas ainda incentiva o desrespeito e descaso da industria. Nao e dado o devido valor ao que se oferece no mercado, somos um publico mendicante, supervalorizamos oque quer que nos seja ofertado ,muitas vezes com receio de que determinado jogo ou genero sejam descontinuados. Aceitamos comprar jogos incompletos, compramos o mesmo jogo todos os anos, esperamos pacientemente que a sequencia deste ou daquele jogo receba o devido apreço. Toda a industria de jogos e uma sindrome de estocolmo em massa, nao ha respeito por nada, fas, frnaquias, nem mesmo aos propios artistas.
        Oque estou tentando dizer e que podemos melhorar bastante este quadro dando o devido valor as obras sem medo de censuras. Devemos valorizar oque de fato tem valor e nao sair procurando isolar este ou aquele ponto forte de jogos ruins ou mediocres como se isso fosse os tornar jogos boms. Nao sei de Detroit mas veja que voce mesmo citou heavy rain, como poderia ter sido valiant hearts, braid ou hollow knight. Jogos mais polidos ( e nem sempre com grandes orçamentos) que vao alem de uma sua estoria, trilha sonora ou estetica. Muito diferente sao os casos de No man no sky, ori, ffXV, to the moon e tantos outros que erram em nao conseguir oferecer um conteudo conciso e acabam por se tornarem materiais incompletos, insuficientes, em suma boas ideias desperdiçadas.
        O arkade ja passou do tempo de ter um forum, alem de render boas conversas tambem seria mais facil para selecionar o conteudo dos artigos e incentivar o contato dos consumidores com os que participam da industria. Fica a dica redaçao.

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