Análise Arkade – Oxenfree II: Lost Signals não mexeu no time que estava ganhando e agrada com boa história

15 de julho de 2023
Análise Arkade - Oxenfree II: Lost Signals não mexeu no time que estava ganhando e agrada com boa história

Chega a ser curioso saber que um dos primeiros games lançados que conta com apoio direto da Netflix, em sua jornada rumo à sua consolidação na indústria dos games, poderia ser tranquilamente um filme ou uma série lançada na própria plataforma. Seja coincidência ou não, mas é muito interessante ver um game que agora está no guarda-chuva da plataforma de streaming com uma aura muito parecida com Stranger Things, um dos maiores hits da companhia.

Outra coisa curiosa, dentro deste contexto, é ter a noção que jogar o segundo Oxenfree parece mais sobre curtir uma “segunda temporada” de uma série, do que jogar uma sequência de um game. Fruto do trabalho da Night School Studios, que nasceu com ex-membros da Telltale Games e da Disney e, por isso, tem na busca por um jogo envolvente através de boas histórias, o novo game traz mais suspense e mais história para contar.

No primeiro Oxenfree, de 2016, somos apresentados a Alex, uma adolescente que, ao se deparar com entidades misteriosas em uma ilha deserta, precisa lidar não apenas com os perigos sobrenaturais, mas também com questões de amadurecimento, luto, amizade e traumas pessoais.

Análise Arkade - Oxenfree II: Lost Signals não mexeu no time que estava ganhando e agrada com boa história

Na época, nós observamos que o game, embora não tenha a mesma grandiosidade de outros jogos do gênero, como os da Telltale, ele entregava tudo o que propunha de forma competente, o que justificaria, anos depois, o interesse pela Netflix, que rendeu a aquisição. Inclusive, o primeiro game está disponível para assinantes do serviço, se ainda não conhece o game e tem interesse de conferir.

Já com a sequência Oxenfree II: Lost Signals, a nova aventura dá sequência no que o primeiro game construiu, mas agora com o comando da Netflix. Nós somos levados cinco anos para a frente dos eventos do primeiro game, em Camena, o famoso “lugar bonito, pacato, mas com passado obscuro”.

Desta vez nós guiamos Riley, uma pesquisadora ambiental que retorna à região para ficar perto de seu pai e tomar decisões importantes sobre sua vida. No entanto, junto com, Jacob seu colega de trabalho, ela logo percebe que essa jornada será, “para a nossa alegria”, bem misteriosa e recheada de suspense. Os eletrônicos estão sofrendo interferências misteriosas, e se isso não fosse o bastante, logo eles são arrastados para um pesadelo semelhante ao enfrentado por Alex no passado, porém amplificado.

Análise Arkade - Oxenfree II: Lost Signals não mexeu no time que estava ganhando e agrada com boa história

Dentro desta nova aventura, Riley é controlada de forma bem familiar para quem jogou o primeiro game. Você guia a protagonista, enquanto interage com o ambiente e responde a tudo, seguindo o andar da história. O diálogo, como foi no primeiro game e como é nos clássicos jogos que inspiraram a nova série, seguem importantes, com as respostas moldando a relação entre protagonista e personagens.

Mas nem tudo é idêntico ao primeiro game. Como Riley pode fazer mais do que Alex, então ela pode escalar ou saltar, dando um tom levemente diferente para o jogo, e nos fazendo entender que estamos controlando outra personagem. Entretanto, o rádio segue no game, trazendo puzzles e suspense através de suas ondas.

Ao explorar Camena, com suas cavernas, cabines, praias, florestas e montanhas, percebemos como o universo expandiu. Os visuais seguem demonstrando capricho em sua apresentação. Sua trilha sonora também traz qualidade, com faixas sendo utilizadas da forma mais adequada possível. É possível sentir capricho nos detalhes do game, apontando que o estúdio se dedicou em todos os detalhes para entregar um jogo que agradará os fãs do primeiro game.

Análise Arkade - Oxenfree II: Lost Signals não mexeu no time que estava ganhando e agrada com boa história

De qualquer forma, Oxenfree II: Lost Signals, acabou sendo encarado por mim como uma “nova temporada” e não necessariamente um novo game. Fazendo uma analogia ao universo dos seriados, fica mais fácil entender o novo game. Em uma nova temporada, a produção tenta manter o que deu certo, evoluir alguns pontos e apostar em algumas mudanças para revigorar o jogo. Oxenfree II traz exatamente isso, sem trazer algo extremamente novo. Em formas gerais, a Night School não mexeu no time que estava ganhando.

E a nova personagem, vai vir com aquela aura de “ame ou odeie”, se o jogador do primeiro game quiser compará-la com os personagens do jogo original. Muito do jogo vai ficar para o jogador da série decidir se o game evoluiu bem ou não, mas de forma geral, tudo o que o game de 2016 tem de bom continua por aqui. A narrativa com suspense segue boa, a exploração também continua agradando e o jeitão do jogo também deixará fãs da agora série e do gênero satisfeitos.

Oxenfree II: Lost Signals já está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch. Se você é assinante da Netflix, vai poder jogar o game, sem custo adicional, em seu dispositivo iOS ou Android. Basta encontrar o game no aplicativo de streaming, baixar e logar com a sua conta para ter acesso.

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Junior Candido

Conto a história dos videogames e da velocidade de ontem e de hoje por aqui!

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