Análise Arkade – Subnautica: Below Zero, uma nova dose de exploração e mistério abaixo de zero

24 de maio de 2021
Análise Arkade - Subnautica: Below Zero, uma nova dose de exploração e mistério abaixo de zero

Subnautica foi um jogo lançado em 2014 para PCs (e posteriormente, em 2018, para consoles), que angariou uma legião de fãs por oferecer uma experiência única de crafting, exploração e sobrevivência subaquática.

Agora, em 2021, o estúdio Unknown Worlds resolveu atualizar a fórmula de seu sucesso, com um jogo inédito, que acrescenta um novo ingrediente à receita: o frio. Esta é nossa análise de Subnautica: Below Zero!

Conspirações abaixo de zero

Subnautica: Below Zero se passa no mesmo planeta 4546B do jogo original, mas desta vez estamos em outra região dele, mais gelada: o Setor Zero. Os eventos deste jogo acontecem cerca de 2 anos após tudo o que vimos no jogo original.

Análise Arkade - Subnautica: Below Zero, uma nova dose de exploração e mistério abaixo de zero

O novo jogo tem uma nova protagonista: Robin Ayou, uma pesquisadora que vai para o planeta 4546B para descobrir o que aconteceu com sua irmã, Sam, que estava lá realizando pesquisas para a Alterra, empolgada com o trabalho… mas acabou morrendo sob circunstâncias misteriosas.

Como o planeta é meio que uma zona proibida, entramos nele “camuflados” por uma chuva de meteoros e ao chegarmos lá, percebemos que algo está muito errado: parece que tudo foi abandonado às pressas, como se a Alterra tivesse fugido. O que houve para explicar essa debandada, o que realmente aconteceu com sua irmã e com os demais cientistas é algo que você vai ter que descobrir enquanto joga.

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Exemplo do que foi simplesmente deixado par trás

Esse contexto é bastante diferente do primeiro jogo, onde fomos parar ali por acidente. Robin entrou (ainda que de maneira um tanto acidentada) deliberadamente naquele mundo. Isso faz dela uma protagonista menos silenciosa, mais reativa a tudo o que vê e vivencia. Ela não quer apenas sobreviver, mas também desvendar um mistério com ares de conspiração.

Sobrevivendo ao frio extremo

Sob muitos aspectos, Subnautica Below Zero é bastante familiar para quem curtiu o primeiro jogo: como o planeta 4546B é composto majoritariamente por água, você vai passar a maior parte do tempo mergulhando, explorando, coletando recursos, caçando — e sendo caçado — pela exótica fauna alienígena do local.

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Estes pinguins alienígenas são tranquilos, mas vão atacá-lo se você segurar um filhote

Como o título já adianta, a baixa temperatura é o elemento que traz uma camada extra de desafio ao game: o clima do Setor Zero é extremamente gelado, e a superfície está o tempo sendo castigada por ferozes nevascas e tempestades de gelo. Por conta disso, agora temos um novo medidor, que mostra a temperatura corporal da protagonista.

Felizmente, nosso traje de mergulho especial consegue manter a temperatura corporal da personagem em condições adequadas enquanto ela está submersa algo que não faz sentido na vida real por conta da hipotermia, mas enfim, né? No mundo do game, a melhor forma de explorar e se locomover é por baixo d’água — sempre tomando cuidado com seu nível de oxigênio, claro.

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Digo isso porque, de início, você só pode contar com seu próprio fôlego, que não dura muito. Seu traje sempre vai avisá-lo para retornar à superfície e dar uma respirada (“Oxygen” é a palavra que você mais vai ouvir), e existem certas algas (e até peixes!) que lhe permitem renovar o fôlego mesmo embaixo d’água. Mas, se quiser “ir fundo” na exploração, espere até estar melhor equipado, com veículos e tanques de oxigênio extras. Se estiver muito fundo só no fôlego e não tiver tempo de retornar para respirar, você vai morrer no meio do caminho.

Exploração & Crafting

Explorar é a palavra-chave aqui: Subnautica: Below Zero não é aquele tipo de jogo que nos pega pela mão. É nossa curiosidade que nos faz descobrir coisas úteis e dá o start em eventos que movem a narrativa. Ocasionalmente vai parecer que estamos nadando a esmo, mas se não encontrar nada de útil em uma direção, experimente outra: sempre vai haver algo para ser descoberto, em algum lugar.

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Cthulhu é você?

Enquanto explora, lembre-se de ir coletando tudo que possa ser útil, pois vamos precisar criar praticamente tudo o que for necessário para nossa sobrevivência artesanalmente — ou melhor, utilizando o Fabricador, que é basicamente uma impressora 3D turbinada. A matéria-prima é por nossa conta: devemos coletar minérios variados, algas, conchas, pedras, seres vivos… enfim, qualquer coisa que possa ser transformada em algo mais útil.

Estamos ali para descobrir o que houve com nossa irmã, mas para isso devemos nos manter vivos. Isso inclui manter Robin bem alimentada e aquecida, munida de ferramentas que tornem a sua vida mais prática e lhe permitam coletar e armazenar recursos com mais eficiência. Escanear “sucata” pelo fundo do mar pode lhe render blueprints de equipamentos e veículos que irão otimizar sua vida.

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O Fabricador é nosso braço direito nessa missão

Conforme avançamos na história, vamos poder não só utilizar veículos, mas também explorar a superfície, em trechos que são especialmente desafiadores por conta do clima — fora da água, nossa temperatura corporal cai rapidamente — e dos novos tipos de predadores e desafios que podemos encontrar fora d’água. Quando estiver na superfície, fique de olho em “piscinas” e plantas que podem ajudá-lo a manter seu corpo aquecido!

Um incrível mundo alienígena

Parte do que faz Subnautica tão incrível e imersivo é a primorosa direção de arte, que consegue criar biomas e criaturas realmente únicos. E isso continua valendo em Below Zero: ainda que o mapa do jogo seja consideravelmente menor, ele é cheio de segredos, com fauna e flora ricas, coloridas e muito variadas.

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O visual do jogo é muito bonito, com paisagens que, com o perdão do trocadilho, conseguem tirar o fôlego do jogador, com sua vida marinha colorida, bioluminescente e variada. E, embora a exploração pura e simples seja prazerosa, o game também consegue deixar o jogador na ponta da cadeira quando coloca algum monstro marinho em seu encalço, ou obriga-o a explorar uma caverna particularmente escura e claustrofóbica.

Talassofobia é o medo do mar e do que há em águas profundas, e Subnautica: Below Zero sem dúvida pode ser um pesadelo para quem sofre disso: por mais exuberante que seja seu mundo subaquático, ele também é opressivo, misterioso e ameaçador.

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Exemplo de uma criatura “adorável” do game

Mesmo a mais simpática das criaturas pode atacá-lo caso se sinta ameaçada, e observar os comportamentos das espécies diante de certas interações é uma das partes mais divertidas da experiência. Aliás, se aceita um conselho, cuidado com os macacos-do-mar: eles parecem fofinhos, mas adoram roubar seu scanner, sua faca, ou qualquer outra coisa que esteja equipada na sua mão!

O departamento sonoro contribui bastante com a imersão (e o medo) que o jogo proporciona: a trilha sonora é bastante incidental na maior parte do tempo, quase etérea, mas vai ganhando mais substância para coroar momentos emblemáticos da jornada, como fugas e perseguições.

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Na maior parte do tempo, o que vamos ouvir é o silêncio (nem um pouco silencioso) do fundo do mar, os ruídos dispersos das criaturas que vivem lá e as dicas de sobrevivência da IA incorporada ao nosso traje. Eu acredito que criaturas marinhas não são capazes de “rugir” no mundo real, mas no jogo elas podem, e acredite: mesmo quem não sofre de talassofobia sente um arrepio na espinha quando ouve um sinistro rugido submarino durante a noite!

Conclusão

Por ter um escopo menor e oferecer uma história mais focada, Subnauica: Below Zero parece mais uma expansão stand alone do que uma legítima sequência de Subnautica. Mas, isso não é nem de longe um demérito: o conteúdo que temos aqui expande o universo da franquia, pois se passa em uma área totalmente nova, com novos biomas, novos mistérios e criaturas que são tão fascinantes quanto perigosas.

Análise Arkade - Subnautica: Below Zero, uma nova dose de exploração e mistério abaixo de zero

O lado bom disso é que qualquer um pode começar a jogar a partir desse novo, sem ficar com a sensação de que está perdendo algo, em termos de narrativa. Ao mesmo tempo, quem curtiu o jogo original já chega mais ambientado, mais ligado nas regras do jogo e no que deve ser priorizado em prol da sobrevivência.

Independente do grupo do qual você faz parte, uma coisa é certa: Subnautica: Below Zero oferece um ótimo mix de exploração e sobrevivência, sem deixar de contar uma história instigante. Prepare sua roupa de mergulho e se jogue nesta grande aventura submarina!

Subnautica: Below Zero está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S e Nintendo Switch. O game possui menus e legendas em português brasileiro.

Uma resposta para “Análise Arkade – Subnautica: Below Zero, uma nova dose de exploração e mistério abaixo de zero”

  • 24 de maio de 2021 às 18:29 -

    Andre Lima

  • Cara.. queria muito que vcs falassem de jogos de crafting! Factorio, Oxygen Not Included, Dyson Sphere, SubNautica ou até No Mans Sky. Estou nessa vibe desses jogos e queria ver mais discussões sobre! Quando subnautica veio de graça na PSN baixei e já curti PACAS! Vou pegar a expansão em breve!

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