Análise Arkade: Super Soccer Blast é futebol com menos realismo e mais diversão

18 de junho de 2020
Análise Arkade: Super Soccer Blast é futebol com menos realismo e mais diversão

Antes de começar esta análise, preciso confessar uma coisa: eu não me importo com futebol. Não jogo FIFA, nem PES, não tenho “time do coração”, não jogo pelada com os amigos, nem nada do tipo.

Uma breve viagem no tempo

O meu desinteresse pelo esporte, porém, não quer dizer que eu nunca me diverti com o esporte mais amado do Brasil no mundo dos games. Eu gostava muito do primeiro FIFA de todos, o FIFA 94/FIFA International Soccer. Lembro até hoje dos golaços que fiz com a dupla canarinho Janco Tianno e Rico Salamar.

Também nos tempos dos 16-bit, houve o clássico International Super Star Soccer Deluxe, que trazia o mito da camisa 7, Allejo, e toda aquela bagunça de transformar o juiz em cachorro, e tudo mais. Mesmo sem gostar de futebol, eu curto muito estes 2 jogos, joguei-os muito com meu irmão e meus primos, e eles têm um espacinho especial no meu coração gamer.

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Esse foi, de longe, o game de futebol que mais joguei na vida

Porém, quanto mais realistas os jogos de futebol foram ficando, menos eu me interessava por eles — simplesmente porque eu não me interesso pelo futebol de verdade. Tal qual jogos de corrida, eu gosto muito mais de futebol “arcade”, não “simulador”. E é por isso que eu estava realmente interessado por este Super Blast Soccer, que parecia um retorno ao futebol digital que preza pela diversão, não pelo realismo.

Apita o árbitro!

E olha, ainda que a experiência seja um tanto limitada, vou te falar que ele é um joguinho muito legal. O que não é exatamente uma surpresa, uma vez que ele é parte da franquia “algum esporte + Blast“, da Unfinished Pixels, que já nos trouxe o divertido Super Volley Blast e um jogo de tênis com a mesma pegada.

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Sem ter direitos de imagem sobre jogadores, estádios e torneios, o jogo traz um futebolzinho simples, direto ao ponto, mas bem divertido, e bem naquela linha “arcade” pelo qual ficaram famosos FIFA 94 e International Super Star Soccer Deluxe. Não há todas as firulas e nuances de um simulador de futebol, apenas o foco no que importa: fazer gols e tentar não tomar gols.

Temos basicamente quatro comandos principais, mapeados nos botões principais do controle (joguei no PS4): cruzamento, passe, passe enfiado e chute. Também há um botão de corrida, e dar só um toquinho nele com a bola no pé dá um pulinho, o equivalente de Super Soccer Blast a um drible. Obviamente, os botões principais podem desempenhar diferentes ações, como cabeçadas e até a famosa bicicleta.

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Olha que já tivemos um “Rivaldo” na seleção brasileira

O jogo traz um sistema de pressão dos controles que demanda alguma prática para ser dominado: qualquer ação, do passe ao chute a gol, enche uma barrinha, e quanto mais cheia a barrinha, mais forte o chute. Isso quer dizer que mandar a bola para a arquibancada até “calibrar” o chute é um mal necessário, mas medir a potência dos chutes se torna natural após alguns minutos.

Pode isso, Arnaldo?

Eu gosto da simplicidade de Super Blast Soccer, pois é óbvio que ele foi pensado para priorizar a diversão, em detrimento do realismo. Porém, acho que eles subtraíram alguns elementos do futebol “de verdade” que acabam fazendo falta.

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“Omar” é o novo Neymar

Por exemplo: aqui os times simplesmente entram em campo e o jogo começa. Não há como alterar o sistema tático da equipe, reposicionando os jogadores para adotar uma postura mais ofensiva, ou mais defensiva. Eu não manjo realmente disso, mas lembro que mesmo nos tempos de Mega Drive, os jogos traziam formações como 5-4-1, 4-4-2 e 4-3-3. Aqui não há nada disso.

Joguei dois campeonatos completos — o game traz suas versões próprias de campeonatos reais, bem como sua própria copa do mundo — e mais um punhado de partidas avulsas, e nunca vi rolarem impedimentos ou expulsões. Faltas e pênaltis existem, mas não rolam cartões — nem há juiz em campo, na real. Substituições também não existem, cada time tem 11 jogadores, e ponto.

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A câmera é bem dinâmica, e acompanha bem a partida

Essa simplicidade claramente é proposital, mas acho que ela força um pouco a barra ao ignorar regras oficiais que são importantes no esporte. Ajudam a tornar cada partida mais dinâmica, mas sem dúvida os puristas — que realmente manjam das regras — vão reclamar. Não que eles sejam o público-alvo deste jogo, mas enfim. Como leigo, confesso que senti mais falta de replays de gols e comemorações; nada disso existe aqui.

Audiovisual

Super Soccer Blast é um jogo simples, mas muito bem resolvido em aspectos audiovisuais. O fato de não ter jogadores licenciados tende a tornar o visual um tanto genérico, mas é óbvio que eles deram um jeitinho de colocar jogadores famosos no game. Trocam umas letras no nome aqui e ali, mas fica bem claro que eles são versões cartunescas de craques reais.

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Você sabe quem são esses dois, não sabe?

Vale ressaltar que, como nos outros jogos da série “algum esporte + Blast“, aqui também temos um criador de personagens. Você pode tanto criar um único atleta como um time completo, e usar sua criação para disputar partidas avulsas (que não sejam torneios) contra a CPU ou um player 2 local.

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É divertido criar seu próprio atleta ou time

O departamento sonoro não se destaca, mas cumpre seu papel: tem alguns gritos de torcida, sons de chutes e apito do árbitro — ainda que, como já dito, o jogo não tenha juiz no campo. Há 4 ou 5 estádios disponíveis, mas a mudança mais perceptível é basicamente o “desenho do gramado”. Faltam opções de horário e clima, para rolarem partidas na chuva, e tal.

Conclusão

A quarentena me impediu de jogar Super Soccer Blast com os amigos, mas ele sem dúvida fica ainda mais divertido no multiplayer de sofá, como era nos tempos de jogar videogame por hora em locadoras.

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Olho no lance!

Esse é um jogo que não deve agradar aos jogadores de FIFA e PES, mas acho que essa nunca foi a ideia dos desenvolvedores: me parece que o objetivo deles era criar um jogo simples e acessível, que resumisse o básico do futebol em prol da diversão. E nisso, sem dúvida, eles foram bem sucedidos. Faltam replays, impedimentos, substituições e outras coisinhas, mas o básico do esporte está presente, e o gameplay funciona.

Então, se você é como eu, que não é um grande fã de futebol, mas sente falta de um jogo mais “arcade” do esporte, Super SoccerBlast sem dúvida é uma boa pedida.

Super Soccer Blast foi lançado esta semana, e está disponível para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

Uma resposta para “Análise Arkade: Super Soccer Blast é futebol com menos realismo e mais diversão”

  • 20 de agosto de 2020 às 10:08 -

    Andrey

  • Esse jogo é divertido, é o que faltava pros fãs de futebol num cenário que só tem FIFA e PES. Meus únicos problemas com o jogo são dois:

    1. Tem muito poucos times (16 seleções e 10 clubes – Golazo tem só seleções, mas tem 51, só pra dar uma ideia). Claro que dá pra criar mais, mas não é bem a mesma coisa já que não dá pra inseri-los nos torneios.
    2. Não dá pra editar jogadores – você tem que criar um novo se quiser mudar algum que já exista no jogo.

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