Análise Arkade: Tetra’s Escape mistura o conceito de Lemmings com as peças de Tetris
Que tal um jogo que mistura a temática de Lemmings com os cubos de Tetris? Essa é a proposta de Tetra’s Escape, um puzzle game que parece simples, mas que na verdade é bastante desafiador!
Contextualizando
Tetra’s Escape não tem uma história, sendo apenas um apanhado de puzzles divididos em fases. Assumimos o controle de bloquinhos chamados Tetras, e nosso objetivo sempre é levar pelo menos 1 deles até o portal que serve de saída da fase.
As peças de Tetris são os cubinhos que podem se transformar
É uma premissa que lembra um pouco o clássico Lemmings, com o diferencial que aqui você não precisa levar todas as criaturinhas até a saída, apenas 1 já tá de boa. Na real, “sacrificar” alguns Tetras para garantir que um deles vai chegar até o portal faz parte do experiência.
Mais complexo do que parece
O gameplay mistura plataforma simples com puzzle. A mobilidade dos bloquinhos é extremamente limitada, porém, para compensar isso, alguns deles são capazes de mudar de forma — assumindo formas características de blocos de Tetris! –, e saber usar esta habilidade é fundamental para o sucesso.
Cada fase possui 3 estrelas para você coletar, e ao pegar a última, automaticamente surge um troféu que também deve ser coletado. Você pode sair da fase sem pegar tudo? Até pode, mas — se você for como eu — não conseguirá deixar nada para trás.
No primeiro mundo é fácil conseguir nota máxima em tudo, mas não se acostume
Confira abaixo um pouco de gameplay de uma fase do segundo mundo do jogo. Deixei algumas de minhas tentativas erradas só pra você visualizar que o negócio não é tão simples quanto parece:
O layout relativamente simples de cada fase e o visual “bobinho” podem passar a falsa impressão de que Tetra’s Escape é um jogo infantil, mas não se engane: ali pela metade do segundo mundo as coisas já ficam bem complicadas, e as soluções elaboradas que o jogo exige para quem busca um resultado perfeito irão testar sua capacidade analítica e seu raciocínio lógico.
Isso para não mencionar o fato de que certos Tetras podem se transformar em mais de um tipo de peça diferente, mas depois que você já o utilizou, não pode mais mexer nele. Quando temos 4 ou 5 bloquinhos mutantes e cada um pode virar mais de uma peça, o que parece um puzzle simples em uma primeira olhada acaba virando um exercício de tentativa e erro, até porque, segundo a minha percepção, só há uma maneira de conseguir um resultado perfeito.
Apesar disso, Tetra’s Escape não chega a ser um jogo frustrante. Ele só demanda um pouco de paciência e perseverança. Depois que você saca qual é o segredo de uma fase, consegue resolvê-la em menos de um minuto. Porém, até ter este insight, vai passar um tempinho encarando a tela e experimentando combinações erradas… como eu fiz no vídeo ali em cima. ^^
Audiovisual
Tetra’s Escape não é um jogo particularmente bonito, mas pelo menos é coloridinho e simpático. Seu visual 2.5D é um pouco simples até demais, mas, pelo menos essa simplicidade não distrai o jogador de seu objetivo.
A trilha sonora é um bocado repetitiva, e não há vozes aqui. O game não foi localizado para o nosso idioma, mas o máximo que pode acontecer é você ficar sem entender algum tutorial, porque, de resto, não há muito o que ler.
Na prática, é fácil imaginar Tetra’s Escape rodando em um hadware inferior — tipo um smartphone — pois ele definitivamente não parece preocupado em aproveitar o poder de fogo dos consoles. Não faz feio, mas também não impressiona.
Conclusão
Confesso que só fui atrás de Tetra’s Escape por ser fã de games tipo Lemmings e estar com saudade de jogar algo nessa pegada. Logo percebi que ele não tem tanto assim em comum com Lemmings, mas o jogo acabou me fisgando pela engenhosidade de seus puzzles.
Definitivamente não é um jogo imperdível, mas oferece um bom exercício de atenção e raciocínio lógico, acompanhados de uma saudável dose de nostalgia. Se você está precisando exercitar sua massa cinzenta, encontrará alguma diversão aqui.
Tetra’s Escape foi lançado em 10 de agosto, e está disponível para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.
Jornalista, baterista, gamer, podcaster e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.
Contato: rodrigo@arkade.com.br