Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend

30 de abril de 2020
Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend

Todas as pessoas possuem algum medo profundo do passado que vez ou outra reaparece, nos relembrando de momentos ruins ou de coisas que tínhamos medo na infância. Mas e se fosse possível combater essas lembranças ruins com uma ajudinha?

Pois essa é a premissa de The Inner Friend, um game de terror com a interessante premissa de enfrentar cara a cara os medos e traumas do passado, com a ajudinha de um amigo bem misterioso. Venha conosco desbravar os medos do subconsciente em nossa análise completa do game!

Encarando seus pesadelos

Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend
Entrando nos pesadelos de uma pessoa atormentada

The Inner Friend é um game bem simples, sem nenhum diálogo ou qualquer fala. No game, controlamos uma misteriosa figura, uma criança com pele de porcelana rachada, que entra na mente de uma pessoa que está tendo terríveis pesadelos, para ajudá-la a superá-los.

Essa criança sem nome então passa a visitar diferentes sonhos dessa pessoa, revivendo grandes traumas e medos de sua infância, com o objetivo de salvá-lo de seus medos e coletar memórias felizes para reconstruir sua mente de volta à sanidade.

Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend
O “Amigo Interno”

E assim, a missão do jogador é superar cada um desses pesadelos, ajudando a criança interior do sonhador pelo caminho, até que nenhum medo sobre e ele possa voltar a ter paz novamente.

Não há muito além disso, esse é um game de certa forma semelhante a Limbo, possuindo uma história bem minimalista, sendo contada sem nenhuma palavra, mas cujo significado fica bem claro, conforme vamos avançando em sua jornada.

Explorando o mundo dos sonhos

Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend
O estranho mundo dos sonhos.

Inicialmente The Inner Friend é um game um tanto confuso. A aventura começa com a criança de porcelana em queda livre por um mundo escuro, cheio de blocos e escadarias que formam uma espécie de cidade flutuante. E se você cair até o fundo, volta ao topo para cair novamente.

Não há indicativos para onde ir, até você enfim descobrir. Você deve cair em blocos que emitem luz de suas janelas, e nesses blocos você encontrará portas que levam para dentro dos sonhos.

Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend

E uma vez dentro de um pesadelo, o jogador precisa explorar a área e resolver diversos puzzles diferentes, até conseguir derrotar um dos grandes traumas da pessoa que está sonhando. A primeira área, por exemplo, explora uma escola decrépita, em que várias crianças estão sendo aprisionadas por raios vermelhos, provindos de uma professora monstruosa em uma sala.

E assim o game de segue, de pesadelo em pesadelo. O objetivo do jogador, além de derrotar monstros de pesadelo, é coletar fragmentos de memórias, como objetos do passado do sonhador, como brinquedos ou outras coisas de seu quarto, além de procurar por desenhos, que estão bem escondidos nos cenários e que montam um grande desenho com os medos do sonhador.

Os primeiros minutos do game (ignore os momentos em que eu fico perdido)

Aliás, fica aqui uma dica importante, o game possui dois finais, o primeiro basta chegar até o fim da aventura. Porém para ver o final verdadeiro o jogador deve buscar todos os objetos e imagens nos cenários. Felizmente o game permite que o jogador revisite cada fase separadamente, assim facilitando essa busca.

Gameplay e Audiovisual

Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend

The Inner Friend, como já dito, é um game bem simples. E isso vale também para seu gameplay. Há apenas poucos comandos para o jogador executar: Andar e correr, pular, girar a câmera e usar um botão de ação.

O botão de ação serve para tudo, interagir com objetos, coletar memórias e imagens, gritar – em trechos em que é preciso procurar pelo “espírito infantil” do sonhador – e para segurar na mão do espírito e guiá-lo em certos trechos. E apenas isso. Dessa forma, a maior parte do game consiste em explorar os cenários e resolver alguns puzzles simples.

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Há um problema de gameplay pequeno, mas considerável, que está relacionado a direção que o personagem está olhando. Se você estiver parado e tentar andar em uma direção diferente, a criança irá primeiro dar um passo na direção que está olhando antes de se virar para a direção correta. Isso atrapalha especialmente em puzzles que envolvem posicionamento, pois faz com que o personagem se mova em direções indesejadas, o que pode resultar na falha de algum puzzle ou atrapalhar a fuga de algum monstro.

O game tem um visual simples, mas bem construído, exceto por alguns elementos de cenário que quando muito aproximados pela câmera desaparecem. Os monstros e seres dos pesadelos tem visuais bem grotescos, alguns causando uns bons calafrios quando vistos de perto.

Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend
O Hospital é uma das áreas mais tenebrosas

E um detalhe pequeno, mas interessante é a própria criança de porcelana. Conforme o jogador se move, seu corpo vai desaparecendo aos poucos, e quando o jogador fica parado, seu corpo reaparece. É algo pequeno mas interessante, porém não consegui identificar se há alguma explicação narrativa para isso, uma pena, pois seria interessante descobrir o porquê.

O departamento sonoro é competente, o game contém poucas músicas, que variam entre temas calmos, porém tenebrosos e músicas agitadas para momentos de muita tensão. Há poucos sons ambientes, mas em alguns sonhos o departamento sonoro é bem construído, como na parte do hospital, com vários doentes tossindo e se digladiando.

Conclusão

Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend

The Inner Friend é um game bem interessante. Ele começa um tanto estranho, mas quando você se acostuma com seu mundo, ele se desabrocha e apresenta uma história sem falas bem interessante, além de alguns sustos inesperados bem impactantes!

Esse é um game curto, sendo assim é possível terminá-lo numa jogada só, além de possuir um final verdadeiro que só é desbloqueado se o jogador for atrás de todos os itens escondidos nos cenários. E nesse ponto, você precisará procurar bastante, pois há áreas que são realmente bem grandes e labirínticas!

The Inner Friend foi lançado originalmente em 2018 para PC e agora está enfim disponível para Playstation 4 e Xbox One.

Uma resposta para “Análise Arkade: Explorando traumas de infância em The Inner Friend”

  • 30 de abril de 2020 às 21:36 -

    Helinux

  • As vezes o maior desafio é tentar superar os seus medos e traumas!!!! Valeu!!!!

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