Análise Arkade – A excelente exploração solitária de The Invincible

Com o passar do tempo, novos gêneros ou subgêneros vão ganhando espaço no mundo dos games. Um destes subgêneros que agradam a muitos, incluindo a mim, são os “FPS sem armas”, como Firewatch ou Gone Home, onde jogamos na boa e velha visão em primeira pessoa, mas ao invés de sair atirando em meio mundo, nós temos que investigar coisas e solucionar puzzles.

E para quem gostaria de jogar algo novo neste sentido, temos agora o The Invincible, que nos leva a uma quase solitária jornada em um estranho planeta alienígena, na qual a busca de respostas é essencial para a sua sobrevivência. O game é baseado em um romance de mesmo nome, escrito pelo polonês Stanisław Lem, e foi adaptado para o videogame pela Starward Industries.

No jogo você é Yasna, uma astrobióloga que estava em pesquisa no planeta Regis III. O jogo te entrega para uma desorientada e perdida exploradora, que precisa procurar não só por abrigo, como também por seus companheiros. Em um esquema que lembra, bem de longe, o primeiro Resident Evil (sem zumbis, claro), ela vai ocasionalmente encontrando companheiros e mais informações sobre onde está e como sobreviver ali, com sua única companhia real sendo seu comandante, que consegue contato por rádio e vai passando orientações.

O jogo se inicia de forma muito vazia, o que pode até ser motivo de reclamação pelos mais apressados. Mas ao jogar o game, você descobrirá o motivo desta falta de vida na superfície de Regis III, em uma trama que consegue captar bem a essência do livro e pouco a pouco, ir entregando o “algo maior” que existe dentro deste planeta.

Como folhear as páginas de um livro, você verá a história se desenrolando conforme anda pelo planeta com Yasna, com flashbacks eventuais complementando o enredo, mas principalmente com ela explorando e buscando a sobrevivência e seus amigos no local, enquanto tenta descobrir porque diabos está nesta situação. O enredo é complementado por gravações que posteriormente serão encontrados e notas antigas, como em outros jogos “solitários” como este.

No começo, você conta apenas com um scanner, um binóculo e um caderno de anotações com mapas e outras informações. Posteriormente você receberá mais, em uma interessante evolução que acompanha personagem, enredo e gameplay. Se você for impaciente e já quiser os “uau minha nossa” logo no começo, talvez até possa achar que o jogo é bem chato. Mas se você resolver se aventurar de verdade no game, verá que tudo foi feito pensando nesta ideia de evolução completa, entregando, pouco a pouco, elementos novos para não deixar o game repetitivo.

O que vale para a história, já que um jogo como esse precisa de um bom enredo para se sustentar. Felizmente, tudo funciona bem por aqui, com Yasna descobrindo mais e mais, passando de uma missão de sobrevivência e resgate para algo maior, muito maior. Não é um jogo o qual você pode realmente morrer ou falhar em muitas coisas, funcionando como um livro interativo, mesmo assim, o jogo entrega muita tensão, já que estamos falando do desconhecido, algo que intimida em certas ocasiões.

Visualmente falando, não há nada de especial sobre o game, mas The Invincible conta com uma estética interessante, com aquela ideia retrofuturista de equipamentos que ainda não existem, mas construídos como aparelhos dos anos 60. O que é bem legal, especialmente para quem gosta de coisas assim. Eu, no caso.

The Invincible é uma boa opção para quem gosta do gênero de “jogos de história, exploração e solução de problemas em primeira pessoa”. Traz uma boa história, que premia quem tem paciência de acompanhar o pouco a pouco do jogo, e ainda traz mais uma boa dose de exploração em um mundo completamente diferente, que foge do que o jogador já está acostumado, tudo em nome de uma ótima aventura de ficção científica.

The Invincible já está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.