Análise Arkade: caçando hordas de monstros no divertido RPG de ação Victor Vran

Embarque em uma perigosa jornada para encontrar um velho amigo, destrua milhares de monstros que ameaçam acabar com o mundo e evite que as forças do mal façam mais vítimas. Essa é a premissa de Victor Vran, um novo RPG “Diablo-like” cuja análise você confere agora!

Desenvolvido pela Haemimont Games, Victor Vran é um RPG de ação e aventura indie, com visão isométrica e que tem no combate estilo hack ‘n’ slash, seu grande trunfo. O game está com acesso antecipado e já pode ser adquirido através da plataforma Steam. Os consoles também devem receber uma versão de Victor Vran no futuro, mas quais serão contemplados ainda não foi anunciado.

Segundo Gabriel Dobrev, CEO e fundador da Haemimont Games, a ideia do game é permitir “ao jogador decidir como vai jogar. Os gamers podem criar a sua própria versão de Victor graças a um vasto arsenal de armas poderosas, fatos que mudam o jogo, poderes de demônio e cartas de destino.”

Então, vista sua melhor roupa de caçar monstros, acomode-se e confira nossa análise!

Um mundo de caçadores

A história de Victor Vran nos é apresentada aos poucos. Inicialmente somos levados até uma cidade dominada por monstros, onde estamos em busca de um velho amigo que havia desaparecido.

Victor é um caçador de monstros estilo Van Helsing, e logo percebe que o local está completamente dominado pelas forças do mal. Ao avançarmos, encontramos um castelo ainda intacto, habitado por algumas pessoas, que posteriormente revelam mais detalhes do que está acontecendo ali através de linhas simples de diálogos.

Vasculhando os diversos ambientes que cercam o castelo, Victor descobre que aquele local, aquela cidade, é uma armadilha para atrair caçadores de monstros, assim como ele, e eliminá-los.

Mas a questão é: quem está por trás de tal conspiração maquiavélica? Esse conceito nos é apresentado logo na primeira hora de jogo, e a partir daí, podemos desfrutar de uma jornada em busca de respostas e por quê não, vingança.

Embora essa história pareça interessantíssima, vale ressaltar que o enredo é apenas um pano de fundo para o aspecto mais importante do jogo: os combates e a ação frenética, pontos esses que serão abordados em seguida.

Jogando Victor Vran

Entendendo o conceito que norteia o game vamos analisar a melhor parte: seu divertido gameplay. Apesar de se apropriar de elementos clichês do gênero, Victor Vran inova em alguns conceitos e ganha pontos por isso. Primeiramente destaco a fluidez dos combates, mesmo com dezenas de inimigos na tela, tudo funciona muito bem. Podemos controlar Victor através de um controle de Xbox, ou pelo clássico sistema WASD e mouse, adequando-se melhor a cada estilo.

O cenário tem limitações com áreas fechadas, mas boa parte do que vemos, como caixas, barris e vasos, podem ser destruídos. Existem comandos práticos como rolar e pular, e não precisamos dar voltas imensas para atravessar um pequeno muro, o que proporciona muito dinamismo. Também existem locais que só podem ser acessados através de double jumps, mecânica usual em games de plataforma.

Ao evoluirmos, podemos escolher entre algumas cartas, que possuem seu próprio atributo, e que otimizam seu personagem. A forma que equipamos armas, poções e magias é absurdamente simples e intuitiva. O arsenal é bem vasto, são vários modelos de espadas, marretas, armas de fogo, entre outras, cada uma com sua característica única e com duas opções especiais de ataque.

A customização das roupas de Victor também acontece em determinados pontos do game, e cada tipo de traje meio que corresponde às classes do jogo.

O gráfico do jogo é muito bem feito para o que ele se propõe, com cemitérios, masmorras e efeitos de magias e explosões bem interessantes. Claro que é injusto comparar o game com jogos top de linha da geração atual, mas no geral o game faz um bom trabalho.

O game também acrescenta um pouco de humor irônico através de um narrador, que mais parece a consciência (ranzinza) de alguém, talvez do próprio Victor. Há momentos que existem dois caminhos, optando por um o narrador fala que escolhemos mal, optando por outro ele faz uma piada, e por aí vai.

O nível do jogo é fácil, mas a dificuldade pode ser aumentada a qualquer momento da jogatina. Uma questão que facilita muito a compreensão do enredo, para onde devemos seguir, propriedades de armas e armaduras, entre outras coisas, é a interface e legenda totalmente em português.

A campanha do game pode ser jogada inteiramente com amigos através do modo multiplayer, o que torna a jornada muito mais divertida. Existem até agora 50 troféus no Steam que podem ser conquistados ao longo da campanha, o que rende muitas horas de gameplay caso você deseje descobrir todos os segredos que o game tem a oferecer.

Há registros de gamers terminando Victor Vran em 12 horas, assim como há jogadores que passaram das 30 horas, ou seja, varia de acordo com seu comprometimento.

A trilha sonora é bem produzida e condizente com as situações, sempre com arranjos de poucos acordes, evidenciando a tensão dos combates e dando ênfase para os sons ambientes, que são muito bons.

Conclusão

Victor Vran é aquele tipo de game que a história fica em segundo plano, e nesse caso isso é bom, pois evidencia as qualidades do gameplay que no fim, fazem com que a história seja conceitual e apenas nos conduza a muitos combates divertidos. É aquele típico jogo para a gente desestressar, e isso não é ruim. O pano de fundo conceitua e não sentimos que estamos fazendo algo sem sentido ou até mesmo repetitivo, algo meio comum no gênero.

Existem muitas armas e customizações que podem ser feitas, e — numa vibe meio MetroidVania — locais que só podem ser explorados com um determinado nível de personagem, o que nos instiga a evoluir para saber o que tem lá. A diversidade de inimigos é mediana e os chefes são relativamente desafiadores, então há um certo nível de satisfação ao vencer uma batalha.

Victor Vran não é um jogo que se destaca pela originalidade — até porque, depois de Diablo, difícil algum jogo inovar no gênero “RPG de ação isométrico” — mas sim por usar uma proposta conhecida de uma forma interessante e nada maçante. Se você curte o gênero, posso dizer com certa propriedade que Victor Vran é um título obrigatório em sua biblioteca de games.

Victor Vran está sendo lançado oficialmente hoje, 24/07  no Steam, e futuramente deve chegar aos consoles.

Fernando Floriano

Ready for the mosh pit, shaka brah.

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