Análise Arkade: Control Ultimate Edition é a edição definitiva de um grande jogo

13 de fevereiro de 2021
Análise Arkade: Control Ultimate Edition é a edição definitiva de um grande jogo

Control foi um dos melhores jogos de 2019 — e provavelmente da geração passada. Porém, ele parecia exigir demais dos consoles, e só alcançava seu verdeiro potencial em um PC decente.

O resultado é que, no PS4 e no Xbox One, Control era um ótimo game, com desempenho bem abaixo do esperado. Quedas de framerate constantes, problemas na interface do mapa e “travadinhas” comprometiam muito a experiência, mesmo nos consoles aprimorados — PS4 Pro e Xbox One X.

A impressão que dava é que, tal qual Cyberpunk 2077, ele foi um jogo meio que pensado para a próxima geração, mas que ainda tinha que rodar satisfatoriamente na antiga. Rodava, e era jogável, mas o “satisfatoriamente” nunca veio.

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Por alguma razão, ele nunca foi consertado: a Remedy Enmtertainment se preocupou em lançar DLCs e expandir o mundo do jogo, mas não pareceu disposta a consertar o jogo, que ainda roda meio capenga. Em seus momentos mais intensos, Control tem muitas coisas voando e explodindo pela tela, e o hardware da geração passada parecia não dar conta do recado.

Para piorar, em uma (controversa) jogada de marketing ,a 505 Games anunciou que o jogo receberia uma Ultimate Edition, completa, com todos os DLCs, e com direito a upgrade para os novos consoles. Porém, o upgrade só vale para a Ultimate Edition. Quem comprou o jogo original, em 2019, ficou de fora. Palhaçada, né? Eu sei.

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O fato é que a Ultimate Edition foi lançada em agosto de 2020, mas o tão aguardado upgrade next-gen só chegou agora em fevereiro. Felizmente, a espera valeu a pena. E, quem tem PS5, foi surpreendido pelo jogo integrar o catálogo de jogos “gratuitos” da PS Plus — fevereiro foi um grande mês para os assinantes do serviço, que também receberam o caótico Destruction AllStars e o simpático Concrete Genie.

Depois que rodei Control Ultimate Edition no meu PS5 pela primeira vez, já de cara uma decepção: meu save da versão original do jogo não é compatível com a Ultimate Edition. Eu planejava ir direto para os DLCs, mas não teve jeito: tive que começar tudo novamente.

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Não vou dizer que foi um “sacrifício” porque o jogo é muito bom. O mundo que a Remedy criou é incrivelmente imersivo, interessante e misterioso. Acompanhar a jornada de Jesse Faden pelo FBC foi, novamente, um prazer.

Uma baita história

Para quem não sabe, aí vai um resumo da trama: Control se passa na sede do FBC Federal Bureau of Control, que é tipo um FBI para casos extraordinários e paranormais. Nossa protagonista, Jesse Faden foi para lá em busca de seu irmão desaparecido, e também para tentar entender um acontecimento de seu passado, que colocou ao seu lado uma espécie de “espírito”, com quem ela conversa por todo o jogo.

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Assim que chegamos ao prédio, descobrimos que o lugar está em quarentena, tendo sido isolado por conta de uma “contaminação” interdimensional apelidada de Ruído, que está tomando o corpo de pessoas normais e distorcendo tempo e espaço de formas misteriosas.

O prédio do FBC está longe de ser apenas um prédio: ele é tipo Hogwarts, gira e se transforma, revelando ou ocultando segredos. Parte dos poderes do lugar estão diretamente ligadas a Objetos de Poder, e se quisermos “tapar” a brecha interdimensional que ocasionou o vazamento do Ruído para o nosso mundo, vamos ter que encontrar esses objetos pelo labirinto mutante que é o FBC — e utilizar com sabedoria os poderes e habilidades sobre-humanas que eles nos concedem.

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Na prática, Control se comporta quase como um MetroidVania: passamos a grande maioria do tempo dentro do prédio, indo e vindo entre diferentes áreas dele encontrando NPCs úteis e cumprindo missões. Conforme avançamos, vamos ganhando mais possibilidades de acesso ao encontrarmos keycards que abrem novas portas e elevadores, que nos permitem ir cada vez mais fundo no ambiente (e na história).

Como fã de uma boa ficção científica que adora obras como Lost, Twin Peaks e Twilight Zone, eu acho o lore de Control fascinante. Ele é cheio de mistérios e absurdos que mexem com a imaginação da gente. Cada documento traz um novo fragmento de lore, e alguns delas são bizarros, como banheiros que mudam de lugar, uma geladeira que precisa ser vigiada O TEMPO TODO, e uma sala completamente tomada por post its. Mais do que explorar o FBC, desvendamos o FBC enquanto jogamos, e é incrível ver o prédio se descortinando para nós.

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O documento o banheiro desaparecido…
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E a sala dos post its: eu amo essas esquisitices de Control! <3

O Upgrade

Eu não vou ficar falando da jogabilidade e das qualidades e defeitos de Control aqui. Já falei de tudo isso no meu review original do game, e nada disso mudou. Se quiser saber mais, clica aqui.

Esta análise é mais para falar do upgrade que o jogo recebeu para a nova geração — mais especificamente a versão de PS5, que é a que eu joguei, e a que está “de graça” para quem é assinante PS Plus.

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“Baixa o jogo agora!”

Como eu já disse no início do texto, na geração passada, Control foi assombrado por problemas técnicos que tiravam um pouco o brilho da experiência. A boa notícia é que, na nova geração, praticamente tudo o que “bugava” o jogo antes foi corrigido.

Na geração passada, entrar e sair da tela do mapa fazia o jogo travar por uns dois segundos, e afetava o framerate por um breve período. Abrir ou fechar o Modo Foto também causava isso. No PS5, isso não acontece, as transições são instantâneas e indolores. Ah, e o mapa também não apresentou mais o problema de carregar incompleto.

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A cereja, do bolo, porém, está no famoso ray tracing: nos consoles da nova geração, Control Ultimate Edition pode rodar em dois formatos, o modo “performance” e o modo “gráficos”. O modo performance desliga o ray tracing para oferecer mais fluidez na jogatina, mirando nos 60fps. Já no modo “gráficos”, ele ativa o ray tracing, mas derruba o framerate para a casa dos 30fps — mas muito mais estável do que rodava na geração passada.

Como dá para alterar o modo de jogo a qualquer momento pelo menu (sem ter que dar reload, nem nada), demonstro a diferença de visual com ray tracing ativado e desativado no vídeo abaixo:

Geralmente eu opto pela fluidez dos 60fps, mas o visual do jogo fica tão mais rico com o ray tracing ativado, que na maior parte do tempo eu joguei este Control Ultimate Edition no modo “gráficos”. Como o framerate está muito mais estável, jogar nos 30fps não foi tão problemático.

Outro ponto bem positivo é que os produtores souberam aproveitar os recursos do DualSense: até os passos da Jesse são reproduzidos pela vibração do controle, e os gatilhos adaptáveis foram “tão bem” utilizados que alguns usuários até tiveram problemas com o mecanismo do botão R2. Não aconteceu comigo, mas eu me precavi: pelo menu, diminui a intensidade do recurso do gatilho de 100 para 30. Mantém o feeling, mas é mais suave e (imagino) judia menos do mecanismo.

Os DLCs

Control Ultimate Edition traz dois conteúdos extras, que não necessariamente complementam a história, mas acrescentam um pouco mais de molho ao lore do game. Os conteúdos são: The Foundation e AWE.

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Ambos apresentam novas áreas do prédio da FBC, uns chefes novos, alguns upgrades e colecionáveis, novas missões e uma nova variação da Arma de Serviço, mas não é nada que transforme experiência de jogo. É “mais Control“, basicamente — o que é bom, visto que o jogo é bom, mas não espere nada do nível de um Blood & Wine, por exemplo.

Eu estava realmente curioso pelo AWE, o “DLC do Alan Wake“, que seria a ponte de ligação entre os dois jogos. E, sem dar muitos spoilers, é legal ver como os universos se conectam (o FBC investigou os acontecimentos de Alan Wake, e há um monte de material sobre o caso nessa nova área), e a forma como a principal característica de gameplay de Alan Wake (o uso da lanterna) foi incorporada à aventura de Jesse é bacana, ainda que isso deixe tudo demasiadamente escuro nesse novo setor do prédio que descobrimos.

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É bom ver o Alan Wake de volta <3

Nenhum dos conteúdos é realmente imperdível, mas, já que eles vêm “de brinde” com a Ultimate Edition do jogo, por que não jogar, não é mesmo? :D

Conclusão

Control Ultimate Edition não dá um salto enorme em relação ao primeiro game, mas apara algumas arestas que estavam meio grosseiras, e ajuda o game a alcançar o seu potencial — especialmente em termos de framerate e estabilidade. Os novos consoles não batem o desempenho de um bom PC, mas, convenhamos, quem é que tem um PC bom pra rodar tudo no talo? Os novos consoles são caros, sim, mas ainda custam menos que uma placa de vídeo top de linha…

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Adoro essas letras enormes que nos apresentam às novas áreas do jogo

O fato é: quem se decepcionou um pouco com o jogo rodando na geração passada, sem dúvida vai ter uma experiência muito mais suave nos novos consoles. O ray tracing deixa o visual como um todo ainda mais rico, e as DLCs aprofundam o incrível universo do game com ainda mais lore.

Resumindo, Control já era bom, e está ainda melhor em sua versão Ultimate. Um jogo incrível, imersivo e instigante, que deve agradar em cheio aos fãs de uma boa ficção científica.

O upgrade de Control Ultimate Edition chegou aos consoles da nova geração no dia 02 de fevereiro. Atualmente, o jogo completo está disponível para PC, PS4, PS5, XOne, Series X|S e Switch (rodando via nuvem), com legendas (um pouco zoadas) em português brasileiro.

2 Respostas para “Análise Arkade: Control Ultimate Edition é a edição definitiva de um grande jogo”

  • 15 de fevereiro de 2021 às 11:49 -

    Helinux

  • Muito Bom!!!! valeu galera do Arkade!!!! valeu!!!!

  • 16 de fevereiro de 2021 às 15:58 -

    Nicola Venanci

  • Broxante pagar cinco paus num console de nova geração e ter que escolher modo gráfico ou modo performance. Sony enganou bem dessa vez . Prometeu e não entregou.

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