Análise Arkade: Far Cry 6 – Pagan Control tem pouco controle e muita insanidade

11 de janeiro de 2022
Análise Arkade: Far Cry 6 – Pagan Control tem pouco controle e muita insanidade

Seguindo o calendário do passe de temporada de Far Cry 6, chegamos a um novo capítulo da saga dos vilões. Depois de se divertir com a insanidade de Vaas no primeiro DLC, agora podemos conhecer um pouco mais da história de Pagan Min, o carismático vilão de Far Cry 4. Porém, o segundo DLC da “trilogia” não tem um gosto tão bom quanto o primeiro, deixando Far Cry 6 – Pagan Control um pouco aquém do esperado.

Mas para os amantes de uma jogatina despretensiosa e mais desculpas para visitar o universo interessantíssimo dos personagens de Far Cry, poderá ter uma boa desculpa aqui para revisitar Far Cry 6. Seguindo a mesma premissa de Vaas: Insanity, Pagan: Control coloca o jogador em uma ilha fictícia que existe somente na cabeça do vilão. Com a mesma pegada roguelite do primeiro DLC, o principal diferencial do novo DLC são seus mapas e enredo, que mostra um pouco mais do passado de Pagan Min.

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Morra, aprenda, morra de novo… (de novo)

Para quem acompanha nossos textos e já jogou o primeiro DLC de Far Cry 6, pode se frustrar um pouco nesse momento. Isso porque, ao contrário do que os títulos dos DLCs sugerem, não existe nada de diferente na jogatina de Pagan: Control em comparação à Vaas: Insanity. Ainda estamos em uma ilha existente na mente do vilão com mecânicas de roguelite que nos apresentam fragmentos do passado do personagem.

Se antes tínhamos um cenário baseado na ilha de Far Cry 3, agora temos um território todo referente à Pagan e Far Cry 4. Se antes tínhamos que buscar três fragmentos da adaga de Vaas, agora precisamos buscar os exatos mesmo três fragmentos, mas da máscara dourada de Pagan Min. Se antes a insanidade tomava conta do cenário, aqui… bom… também. E esse é o ponto que faz menos sentido na DLC.

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As habilidades de Pagan Min são levemente diferentes das de Vaas.

Toda a pegada roguelite funcionou muito bem em Vaas: Insanity, justamente pelo contexto esquizofrênico do personagem de Far Cry 3. Entretanto, isso não condiz muito com a personalidade obsessiva de Pagan Min. Mesmo que o personagem seja caricato e bastante peculiar, simplesmente copiar as mecânicas de Vaas para Pagan só mudando aparências não condiz muito com o background do vilão de Far Cry 4.

Afinal, se a jogatina desenfreada cheia de alucinações combinava perfeitamente com a insanidade de Vaas; mas o que isso tudo tem a ver com a necessidade de controle de Pagan Min? Pois é, fica um gosto ruim de repeteco dessa vez, mesmo com um mapa completamente novo e mostrando histórias próprias de Pagan, o gameplay não agrada. Não por ser ruim exatamente, mas por ser exatamente a mesma fórmula (sem tirar nem por) do primeiro DLC.

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Ao menos o mapa rende cenários belíssimos para apreciar.

Um passado traumático

Para além das repetições, Far Cry 6 – Pagan Control nos apresenta alguns vislumbres de narrativa que não víamos em Far Cry 4. Por isso, ter jogado o quarto título da linha principal de jogos da franquia pode ser um acréscimo interessante para apreciar este DLC. A jogatina referencia o título de 2014 tanto em cenário, como em inimigos e também nos fragmentos de memória desbloqueados através da exploração do território.

Vários dos principais pontos da narrativa de Far Cry 4 são revisitados em Far Cry 6 – Pagan Control. Seja o grupo de resistência de Kyrat ou a família de Pagan, incluindo obviamente o protagonista do game. Mas o principal vilão aqui muda em relação ao primeiro DLC de Far Cry 6. Se antes tínhamos a abusiva irmã de Vaas como antagonista, aqui temos o próprio Pagan.

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Entretanto, temos uma espécie de alterego de Pagan, chamado de O Tirano. O qual é muito mais parecido com o Rei de Kyrat que conhecemos em Far Cry 4. Essa dinâmica diferenciada do personagem é muito interessante para a narrativa, principalmente ao conhecermos mais do passado traumático que faz o “Pagan justo” se tornar o “Pagan tirano” que conhecemos.

Entretanto, vale ressaltar que a jogatina não auxilia à narrativa ser mais convidativa, uma vez que, como citamos, esta segue a mesma fórmula de Vaas. A história de Pagan Min é compreendida de modo fragmentado e confuso, com memórias sendo coletadas no decorrer da exploração do mapa e enfrentando desafios bem menos desafiadores que no primeiro DLC.

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Roguelite um pouco mais “lite”

Em comparação com o primeiro DLC de Far Cry 6, Pagan Control tem algumas diferenças substanciais tanto em seu nível de dificuldade quanto no comportamento dos inimigos. A começar pelos inimigos, estes estão muito mais inteligentes e ativos do que os de Vaas: Insanity. Se no primeiro DLC tínhamos inimigos parados em pontos específicos do mapa, aqui tudo parece um pouco mais perigoso.

Isso porque grupos de inimigos podem ajudar uns aos outros e o alcance de visão deles aparenta estar bem maior do que no primeiro DLC. Isso por si só aumenta consideravelmente o desafio. Some isso ao fato de que os inimigos dessa vez são absurdamente coloridos e você terá inclusive dificuldade para localizá-los de longe. Além disso, os inimigos desviam mais de balas e se comportam de modo mais inteligente a fim de emboscar você.

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Entretanto, contraditoriamente a isso, temos árvores de habilidade bem mais fortes para Pagan Min em comparação à Vaas. Já nas primeiras habilidades passivas desbloqueáveis por Pagan, temos um aumento considerável de vida e outras facilidades que eram muito mais sutis no início de Vaas. Deixando a jogatina inicialmente mais fácil do que do primeiro DLC, mesmo que com inimigos mais inteligentes.

Mesmo assim, o ritmo de roguelite da DLC permanece divertida. Mesmo que seja uma repetição escrachada do primeiro DLC, numa versão um pouco mais fácil de um lado e um pouco mais inteligente de outro. A quantidade aumentada de desafios de cenário como chamas, locais para escalar e outros elementos são interessantes para dar um pouquinho de ar novo ao mapa também.

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O retorno do “mais do mesmo”, mas ainda divertido

Se Vaas: Insanity foi um respiro interessante para a fórmula original da franquia Far Cry, já não podemos dizer o mesmo de Pagan: Control. Pegando exatamente a mesma fórmula do primeiro DLC, a jogatina na mente de Pagan Min segue divertindo, mas com bem menos significado e propósito que o primeiro DLC da tríade. Se antes tudo fazia muito sentido na relação entre título, mecânicas de jogo e narrativa, agora tudo soa mais como uma “skin”.

Se você é fã de Far Cry 4 ou não chegou a experimentar o primeiro DLC de Far Cry 6, pode se divertir bastante explorando repetidas vezes a Kyrat insana da mente de Pagan Min. Entretanto, para quem já experimentou ao máximo a primeira DLC do game, pode ter aqui um gosto mais requentado do que novo na experiência.

Far Cry 6 foi lançado no dia 7 de outubro de 2021, para PCPlayStation 4PlayStation 5Xbox OneXbox Series X/SAmazon Luna e Google StadiaPagan Control é o segundo DLC do game, lançado no dia 11 de janeiro de 2022.

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