Análise Arkade: The Nioh Collection traz dois grandes jogos aprimorados ao PS5

6 de março de 2021
Análise Arkade: The Nioh Collection traz dois grandes jogos aprimorados ao PS5

Há quem diga que esse começo de nova geração está sendo bem morno, sem grandes jogos para nenhuma das principais plataformas que chegaram ao mercado no fim do ano passado. E não é mentira. A pandemia fez o lançamento do Playstation 5 e do Xbox Series X|S ser, no mínimo, esquisito, e além de faltarem jogos, também faltam consoles nas lojas.

Se faltam novos exclusivos de peso, já estamos acumulando “remasters”, ou melhor, versões aprimoradas de jogos da geração passada, que rodam melhor na nova geração, oferecendo recursos adicionais como ray tracing e taxas de quadros por segundo mais altas.

Análise Arkade: The Nioh Collection traz dois grandes jogos aprimorados ao PS5

O recente Control Ultimate Edition é um bom exemplo. Marcado por pequenos (mas irritantes) problemas técnicos na geração passada, ele roda muito melhor na nova. De quebra, chega completão, com os dois DLCs previamente lançados.

Estas coletâneas e versões aprimoradas têm dois públicos: a galera que gostou muito dos jogos originais, e quer revisitá-los na nova geração, e a galera que não jogou os títulos originais por alguma razão, e, já que está com o console novo sem ter o que jogar, porque não, né? ¯\_(ツ)_/¯

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No caso desta The Nioh Collection, eu me enquadro no segundo grupo. Não joguei os títulos originais no PS4, simplesmente porque eu não sou fã de Souls-like. Nosso especialista no gênero é o Renan, mas como infelizmente ele ainda não está com o PS5, quando a Sony mandou o código de review, sobrou para mim a missão de enfrentar os demônios folclóricos da coletânea.

Muito conteúdo

O primeiro Nioh é livremente baseado em fatos, e conta a história de William Adams, um navegador inglês que viajou para o Japão durante o período Sengoku, e tornou-se o primeiro samurai não japonês. No jogo, ele acaba caçando demônios e se envolvendo com criaturas mitológicas — algo que provavelmente não aconteceu na vida real.

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O segundo jogo se passa antes do primeiro, mas o finzinho da campanha se passa após os acontecimentos do game original. Nesta história, William Adams é só um coadjuvante, controlamos um personagem novo (customizável), que é um yokai, ou seja, pode tornar-se um demônio, uma entidade sobrenatural. Novamente, há personalidades reais envolvidas na história, e aqui ainda é possível absorver certas habilidades de inimigos através de Soul Cores.

Ambos os jogos tiveram DLCs que expandem a campanha, com novos capítulos e missões, e o pacote desta The Nioh Collection traz todo o conteúdo de ambos, o que garante uma média de 60 horas de jogo para cada título. Ou seja, é conteúdo pra caramba.

Um Souls-like diferente

The Nioh Collection é um Souls-like diferente. Seu combate é mais rápido, mais visceral, mais performático. É menos sobre ficar rolando pelo chão, e mais sobre ser agressivo. Sekiro meio que seguiu a mesma linha, o que comprova que as vezes o mestre (a From Software) pode aprender com seus alunos (a Ninja Team).

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Nioh tem um sistema de posturas (mais ou menos como Ghost of Tsushima) que priorizam dano ou velocidade, e podem ser alteradas em tempo real. Nioh tem toneladas de armas e equipamentos diferentes: você vai suar a camisa se quiser dominar todas as armas, e vai passar muito tempo em menus, comparando estatísticas de equipamentos “iguais”.

A maior diferença de Nioh de Dark Souls (e outros Souls-like), porém, está no fato de ele ser um jogo de fases: seu mundo não é enorme e interconectado, mas dividido em capítulos isolados, cada um ambientado em um lugar diferente. Cada área dessas é enorme, cheia de segredos e atalhos, mas elas não se conectam entre si.

Aprimoramentos next-gen

Todo o conteúdo da The Nioh Collection pode rodar de 3 maneiras diferentes: há o Modo 4K, o Modo Padrão Playstation 5, e o Modo 120 fps.

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A direção de arte prmorosa do jogo ganha muito em resoluções mais altas

O primeiro deles, obviamente, prioriza a qualidade de imagem, entregando resolução 4K e jogatina a 60fps. O Modo Playstation 5, por sua vez, é um pouco nebuloso: ele mantém os 60 frames por segundo, mas deixa a resolução dinâmica para poder entregar mais detalhes, aproveitando “as capacidades gráficas do console”.

Na prática, isso significa que, jogando neste modo, você vai ter iluminação dinâmica, aumento de FoV (field of view) e detalhes de cenários mais nítidos, como vegetação e sombras. Não é nada que altere drasticamente a experiência, e você só vai reparar a diferença se fizer uma comparação lado a lado — algo que pode ser visto no canal Digital Foundry, por exemplo.

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Por fim, o modo 120 fps dobra a taxa de framerate, o que deve deixar a jogatina ainda mais fluida e dinâmica. Infelizmente, minha TV não tem suporte ao formato, então eu não pude testar o formato.

Por fim, outro upgrade que torna-se bem nítido é a velocidade de carregamento: o SSD do Playstation 5 opera pequenos milagres nesta área. Do menu inicial ao jogo, você não gasta nem 3 segundos esperando.

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Ao contrário de outros jogos, porém (como Spider-Man Miles Morales, por exemplo), aqui você precisa ativamente apertar um botão para sair da tela de loading. Então, não é “automático”: se você se distrair olhando o celular durante o loading, vai ficar na tela de loading até apertar X. Não acho que isso é um problema, mas é bom deixar o aviso: os loadings desta The Nioh Collection são MUITO rápidos, mas o jogo depende do seu input para continuar.

Conclusão

Como alguém que não é fã de Souls-likes em geral, Nioh é uma franquia que eu sempre tive vontade de conhecer, pois sua temática me interessa muito mais. Acho samurais e criaturas folclóricas muito mais interessantes do que o estilo dark fantasy “genérico” da série Dark Souls.

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Não vou mentir para você: eu ainda não terminei nenhum dos dois jogos, e estou penando um bocado, pois eles são bem desafiadores. Algumas idiossincrasias do (sub)gênero Souls-like me irritam — tipo reviver todos os monstros sempre que você salva seu progresso em um altar, e, no geral, eu não sou adepto desses jogos que associam dificuldade com perda de tempo: como os altares são bem longe um do outro, perder 30, 40 minutos de progresso por uma morte boba é algo que não consigo tolerar.

Mas, estou perseverando, devagarinho, para não passar muita raiva. The Nioh Collection é uma overdose de Nioh, para ser apreciada com moderação. E, já que estamos no PS5, está sendo curtir os jogos em sua “melhor forma”, com loadings super rápidos, gráficos aprimorados e boas taxas de framerate.

The Nioh Collection está disponível para PS5.

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