Análise Arkade – Uncharted: Legacy of Thieves Collection, duas grandiosas aventuras

26 de janeiro de 2022
Análise Arkade - Uncharted: Legacy of Thieves Collection, duas grandiosas aventuras

Na próxima sexta, dia 28 de janeiro, o Playstation 5 recebe mais um combo remasterizado de peso: a Uncharted: Legacy of Thieves Collection, que traz Uncharted 4: A Thief’s End e o spin off Uncharted: The Lost Legacy. Já tivemos a oportunidade de jogá-los, e aqui estão nossas impressões.

Eu sei o que alguns de vocês vão dizer: “aff, o ano mal começou e já estamos recebendo jogos requentados da geração passada?”, ou “mas isso eu já joguei no PS4!”. Ambas as afirmações são verdadeiras, mas lembre-se que com este pacote, a Sony tem (pelo menos) dois objetivos:

  1. revitalizar dois excelentes jogos, aproveitando o potencial e o hardware do PS5.
  2. levar a franquia Uncharted (aprimorada), pela primeira vez, aos PCs — algo que vai rolar ainda em 2022.

Aqui cabe o argumento que meu amigo Gilson usou em sua resenha da versão PC de God of War, lançada há poucas semanas: o foco deste relançamento são os novos jogadores — até porque, salvo as melhorias de performance e o suporte aos recursos do DualSense, o que temos aqui são os mesmos jogos, sem novidades.

Análise Arkade - Uncharted: Legacy of Thieves Collection, duas grandiosas aventuras

O que não é nem de longe um problema, uma vez que estes dois jogos e a série Uncharted como um todo (incluindo o de PS Vita) estão entre as melhores experiências single player que os videogames me proporcionaram do Playstation 3 para cá.

Ah, e só para deixar registrado, se quiser análises mais completas e detalhadas de ambos os jogos, eu mesmo joguei-os e analisei-os. Seguem os links:

Análise Uncharted 4: A Thief’s End

Uncharted: The Lost Legacy

Duas grandes aventuras

O que nos leva a um resumo da trama de cada jogo: Uncharted 4: A Thief’s End é o que podemos chamar de “aposentadoria” do herói Nathan Drake, que, após reencontrar seu irmão perdido, Sam, vai em busca de um lendário tesouro pirata e, claro, acaba se envolvendo em tiroteios e perseguições ao lado do irmão, de seu velho amigo Sully e de sua esposa Elena.

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Uncharted: The Lost Legacy traz como protagonista Chloe Frazer, antigo affair e parceira de Nate que, junto de Nadine Ross, vai buscar uma cidade nos confins da Índia em busca da lendária Presa de Ganesha, artefato místico que, obviamente, pode colocar o mundo em risco se cair em mãos erradas.

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Isso é uma descrição bem básica da trama de cada game. A Naughty Dog passou mais de uma década construindo e lapidando estes personagens e suas motivações. Uncharted é uma série sobre grandes aventuras, tesouros perdidos e artefatos místicos, mas também é sobre relações humanas, companheirismo e superação. Os personagens são humanos, verossímeis e carismáticos.

Experiências cinematográficas

Juntos, os dois jogos presentes nesta Legacy of Thieves Collection entregam cerca de 25 horas de gameplay — o que, convenhamos, não é nada mal. Sei que tem gente que vai reclamar que a coletânea não traz o multiplayer de Uncharted 4. E, ainda que esta seja, de fato, uma subtração, Uncharted, na minha opinião, nunca foi sobre multiplayer, mas sobre grandes aventuras cinematográficas transformadas em jogos.

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Como alguém que nasceu em meados dos anos 80 e cresceu nos anos 90, eu tenho muito carinho pelos filmes do Indiana Jones e por clássicos como Os Goonies, Tudo por Uma Esmeralda, A Joia do Nilo e A Ilha da Garganta Cortada. E Uncharted traz a essência desses filmes para o mundo dos games, misturando com maestria momentos de ação, aventura, comédia e romance.

E o melhor: por serem produções da sempre caprichosa Naughty Dog, os games fazem isso enquanto oferecem um nível ímpar de qualidade audiovisual e atenção aos detalhes. Cada jogo da série Uncharted elevou um pouco mais o patamar do gênero, seja por suas sequências de ação de tirar o fôlego, ou por trazer um gameplay cada vez mais refinado.

Análise Arkade - Uncharted: Legacy of Thieves Collection, duas grandiosas aventuras

A série Uncharted entrega o que para mim, é o crème de la crème das experiências single player nos videogames. Misturando exploração, escalada, resolução de puzzles, tiroteios e algumas das set pieces mais alucinantes do mundo dos games, cada jogo da série é um enorme filme de “Sessão da Tarde“, que traz “uma turma da pesada” e “altas confusões” temperadas com explosões, perseguições, bom humor e momentos cinematográficos.

Vou deixar apenas um destes momentos no vídeo abaixo, mas acredite: há muito mais do que isso em ambos os jogos:

Uncharted é o tipo de jogo que é bom de jogar e também de assistir: o jogador vivencia aqueles momentos com o controle na mão, mas amigos, namorados, irmãos e outros espectadores sem dúvida também vão se emocionar e vibrar com a experiência — afinal, como já dito, ambas têm a maior cara de filme, com histórias e personagens que realmente cativam o jogador e o espectador.

Novidades e melhorias da nova geração

Como de praxe, as novas versões dos jogos trazem algumas melhorias que justificam o lançamento em uma plataforma mais potente. Para começar, quem quiser curtir Uncharted: Legacy of Thieves Collection no Playstation 5 vai contar com 3 modos de exibição diferentes:

  • Modo fidelidade: resolução 4K nativa com taxa de quadros em 30 fps.
  • Modo desempenho: resolução dinâmica e taxa de quadros mirando nos 60 fps para uma experiência mais fluida.
  • Modo desempenho+: em monitores compatíveis, é possível curtir ambos os jogos a 120 frames por segundo — com resolução Full HD 1080p.

Como nos consoles a diferença de resolução acaba sendo menos perceptível do que a de framerate, eu sempre dou preferência ao Modo Desempenho, para curtir uma jogatina mais fluida. Minha TV infelizmente não é de 120 Hz, mas os 60 fps seguram super bem a onda, e entregam uma experiência mais ágil e agradável aos olhos.

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O SSD do Playstation 5 também é muito bem aproveitado: quem acompanha a série Uncharted sem dúvida lembra das telas de loading minimalistas, que traziam um anel, uma moeda ou outro artefato qualquer girando no cantinho da tela. Pois bem, você praticamente não vai ver essas telas, pois o carregamento do jogo é praticamente instantâneo — tanto para iniciar a jornada quanto para retornar de uma morte. Isso já não é mais uma novidade para quem tem PS5, mas não deixa de ser impressionante.

Os “cards” do PS5 seguem sendo um adendo tímido, mas bem útil: eles ajudam os colecionistas a revisitarem pontos específicos do game instantaneamente, sem nem passar pelo menu principal. É um recurso interessante para quem está em busca de segredos, quer revisitar momentos impactantes ou almeja conquistar o troféu de platina.

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o DualSense também foi bem aproveitado (embora nenhum jogo ainda tenha feito um uso tão bom do controle quanto a “tech demo” Astro’s Playroom): as nuances nas vibrações aumentam a imersão, especialmente em momentos onde há barro, água ou areia. Na minha opinião, o feedback háptico segue sendo um dos recursos mais interessantes da nova geração. Os gatilhos adaptáveis também agregam valor à jogatina, especialmente quando estamos dirigindo algum veículo ou trocando tiros com bandidos.

O áudio também recebeu melhorias, e agora pode ser desfrutado com a tecnologia 3D por meio de headphones ou equipamentos compatíveis. É mais um recurso que aumenta a imersão, colocando o jogador no centro da ação e permitindo que ele possa mapear, pelo som, de onde estão vindo os tiros inimigos ou outros perigos do gênero.

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Por fim, vale ressaltar algo que, se não é bem uma novidade, ainda é muito bem-vindo: estou falando de acessibilidade. A Naughty Dog é uma das empresas que mais se preocupa com isso, e esta coletânea traz dezenas de configurações muito específicas que visam facilitar a vida de jogadores que possuem algum tipo de limitação física ou cognitiva. Quanto mais acessíveis os jogos, mais pessoas poderão curtir estas grandes aventuras.

Ah, e não podemos deixar de mencionar a excelente localização, afinal, dublagem também é acessibilidade! Ambos os jogos continuam 100% localizados para o português brasileiro, e a qualidade das dublagens faz jus ao ótimo tratamento que a Sony vem dando aos seus principais exclusivos por aqui.

Conclusão

E aí, o jogador veterano, que já jogou estes dois jogos no Playstation 4 em 2016 e 2017, respectivamente (pois é, já faz tudo isso) se pergunta: “vale a pena revisitá-los no Playstation 5?”.

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Olha, esta não é uma pergunta fácil de responder. Por um lado, são os mesmos jogos que você já conhece — rodando melhor e mais rápido do que nunca. Não há novidades, DLCs, nem nada exclusivo. Os jogos em si são os mesmos que você já deve ter visto na geração passada. O fato do upgrade ser pago para quem já tinha os jogos no PS4 é algo que desencoraja ainda mais o jogador.

Porém, Uncharted é uma série incrível — de longe uma das minhas franquias favoritas da família Playstation. O que temos aqui é um pacote de diversão incrível, que traz dois grandes jogos, com grandes histórias e grandes personagens — que agora podem ser apreciadas por novos jogadores seja no PS5 ou futuramente no PC.

Análise Arkade - Uncharted: Legacy of Thieves Collection, duas grandiosas aventuras

Acredito que bons jogos sempre merecem ser revisitados, e é isso que a Uncharted: Legacy of Thieves Collection me trouxe: uma “desculpa” para revisitar dois games excelentes e reviver alguns dos melhores momentos que os videogames me proporcionaram.

Seja isso apenas um relançamento sem compromisso, ou uma sondagem para pensar no futuro da franquia, não importa. O que temos aqui são experiências imperdíveis, intensas e cinematográficas, que trazem a união perfeita entre narrativa cinematográfica e gameplay. Vida longa à série Uncharted.

Uncharted: Legacy of Thieves Collection chega ao Playstation 5 no próximo dia 28 de janeiro. Ainda este ano, o combo também será lançado para PCs. Este review foi feito utilizando uma cópia digital do game, que recebemos antecipadamente da Sony Playstation.

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