Arkade VR: Another Fisherman’s Tale é uma breve e divertida aventura

Sendo sequência de A Fisherman’s Tale, game de 2019, Another Fisherman’s Tale chegou como quem não quer nada e já está disponível desde o dia 9 de maio para Quest 2, PSVR 2 e PC VR via Steam. O game focado em puzzles traz uma jogabilidade muito gostosa e leve, com algumas mecânicas criativas e numa experiência breve.

Seguindo a lógica do game anterior, Another Fisherman’s Tale continua trazendo ótimas mecânicas de puzzles, uma história divertida e bem humorada além de um bom uso da realidade virtual. Porém, tal qual seu antepassado, o novo game da Innerspace peca na duração, deixando um gostinho muito acentuado de “quero mais” no final das duas a quatro horinhas de jogatina que o game proporciona.

Dois pontos de vista

Another Fisherman’s Tale coloca o jogador em um novo ambiente a ser explorado na pele do pescador Bob. Enquanto no primeiro game tínhamos o farol do pescador de referência, agora vamos direto para o mar aberto para uma nova aventura que mescla algumas situações familiares do game original com experiências novas.

Pesando mais dessa vez na temática dos bons e velhos piratas, Another Fisherman’s Tale é dividido em capítulos para, assim, intercalar vez ou outra o controle da situação entre o já conhecido Bob e sua filha, Nina. A qual o jogador vai encarnar vez ou outra durante a jogatina. Com a inclusão da filha na jogatina, a narrativa do game traz mais profundidade que o jogo anterior, trabalhando mais conceitos familiares no processo.

O interessante aqui é ficar meio “cego” quando jogamos, sem saber o que é o passado e o que é o presente, além de só aos poucos ir encaixando qual parte da história vem na sequência de qual. Isso é interessante principalmente pelo final do game, que só aí junta todos os “fragmentos” para que possamos tirar uma lição das jornadas do pescador e de sua filha.

Melhorias visuais excelentes

Another Fisherman’s Tale segue a mesma identidade visual do game anterior, mas com claras melhorias em vários aspectos. Os cenários bem como as cenas cinemáticas são belíssimos, além de muito melhor trabalhados e com maior variedade que o primeiro jogo da franquia. Aqui temos um claro exemplo de que, para um jogo ser bonito, não é necessário obrigatoriamente visuais megarrealistas para isso.

No que tange as cenas cinemáticas, temos aqui um maior trabalho de direção se comparado com A Fisherman’s Tale. Isso porque temos na sequência todo um trabalho de imersão muito melhor, com mais cenas de história nas quais vemos tudo em terceira pessoa, como se continuássemos existindo naquele mundo fora da visão dos protagonistas.

Tudo se transforma com cenários e personagens que se parecem com modelos de brinquedos. Além de efeitos de luz, sombra e movimentação que deixam tudo ainda mais imersivo, bonito e divertido. Toda essa qualidade visual torna Another Fisherman’s Tale muito convidativo a ser explorado, com um mundo cheio de cores e carisma, além de ótimas interações. E que tal falar mais delas agora?

Mãos pra quê te quero

A principal mecânica de Another Fisherman’s Tale que inclusive o diferencia do game anterior é a possibilidade de separação dos membros do corpo de Bob. Essa nova mecânica aumenta a criatividade dos puzzles assim como também modifica bastante a forma com a qual interagimos e pensamos no ambiente ao nosso redor. Isso é legal pois o jogo não cai na mesmice de só repetir os acertos do anterior, embora leve esses acertos em consideração.

Ao separar algumas partes do corpo de Bob para controlá-las independentemente, podemos mirar para qualquer direção com nossas mãos para alcançar objetos. Ao ser desprendida, nossa mão passa a ser controlada com uma movimentação básica que, à primeira vista, parece um tanto confusa e desconfortável. Mas com o tempo você acaba se acostumando com os controles diferentões dela.

Essa mecânica virou a espinha dorsal do game, servindo de base para a maior parte dos puzzles durante a jogatina. Assim como foi no primeiro game, o nível de complexidade desses puzzles vai aumentando lentamente, trazendo variações graduais e um exercício de criatividade bem divertido. Some a isso a capacidade de trocar as mãos normais de Bob pela mais variada lista de itens e você terá um prato cheio para a criatividade.

Até porque não é só as mãos de Bob que são separadas de seu corpo com o passar da jogatina, criando ainda mais variações legais de se explorar através do gameplay. Tudo isso se traduz em uma experiência simples à primeira vista, mas que traz várias camadas bacanas de complexidade e criatividade para o jogador.

Uma breve e boa experiência

Another Fisherman’s Tale nos guia por uma aventura divertida e criativa, mas infelizmente muito breve. Ele é maior que seu antecessor, mas acaba caindo também no grupo de games em realidade virtual que não tem tanto tempo de duração assim, dando mais a sensação de ser uma experiência do que um jogo completo.

Felizmente, a experiência aqui é bastante satisfatória, com visuais excelentes, uma trilha sonora divertida, bons usos da realidade virtual, mecânicas de interação criativas e um nível de complexidade de puzzles progressivo que encoraja a jogatina. Pra quem jogou o original e gostou, aqui temos um prato cheio nessa continuação. Já pra quem nunca tinha experimentado Fisherman’s Tale antes, o precinho camarada pode valer a pena para uma nova empreitada.

Another Fisherman’s Tale foi lançado em 9 de maio de 2023 para PCVR (via Steam), PlayStation VR 2 e Meta Quest 2. Para esta análise, jogamos o game através do Meta Quest 2 de forma nativa.