Arkade VR: Peaky Blinders: The King’s Ransom te coloca dentro da série de tv

21 de abril de 2023
Arkade VR: Peaky Blinders: The King's Ransom te coloca dentro da série de tv

Se tem uma fórmula que se dá bem na realidade virtual é a do tiro em primeira pessoa. Principalmente quando busca a construção de um ambiente imersivo e adaptado. Desenvolvido pela já conhecida Maze Theory, Peaky Blinders: The King’s Ransom busca levar o jogador para dentro de uma das séries mais aclamadas dos últimos anos.

Com uma narrativa que lembra bastante a fórmula dos tradicionais episódios da série Peaky Blinders, a presença de personagens icônicos e mecânicas bem imersivas, Peaky Blinders: The King’s Ransom é uma jogatina obrigatória para os fãs dos Shelby que também gostam da imersão que só a realidade virtual proporciona. Vamos falar tudo sobre esse game nessa review completa.

Arkade VR: Peaky Blinders: The King's Ransom te coloca dentro da série de tv

Entre a lealdade e o crime

Da mesma desenvolvedora que trouxe para nós Doctor Who: The Edge of Time, não é de se espantar que a história de Peaky Blinders: The King’s Ransom seja boa. O game coloca o jogador entre a terceira e a quarta temporadas da série, no papel de um personagem chamado Sami. Ele precisa limpar seu nome depois de conflitos e acaba pedindo a ajuda de ninguém menos que Tommy Shelby.

Claro que nada é de graça e assim começa sua sequência de missões para você entrar para os Peaky Blinders. Nos levando a uma perigosa missão de recuperação de uma maleta roubada. Todo o enredo gira em torno de limpar o nome do protagonista que é visto como desertor, ao mesmo tempo que tenta se tornar um membro dos Peaky Blinders. A história segue uma narrativa interessante que combina bastante com o ritmo tanto da série quanto de jogos em realidade virtual.

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Entretanto, a progressão é bem linear, levando o jogador por caminhos já determinados da história, com interações diversas pelo caminho. Auxiliando nessa jornada, temos um diário com biografias dos personagens que encontramos pelo caminho, além de uma mecânica de reflexão pessoal que auxilia no desenvolvimento da narrativa. apresentando um conto envolvente de crime e lealdade que tem algumas reviravoltas interessantes ao longo do caminho.

Imerso nos anos 1920

Aqui temos um dos maiores acertos de Peaky Blinders: The King’s Ransom: sua imersão é incrível! Mesmo com as famigeradas mãozinhas flutuantes que vemos em muitos jogos por aí, as interações que temos com objetos do cenário e a atmosfera criada nas ruas da Birmingham dos anos 1920 são sensacionais. Desde a densa neblina de poluição nas ruas, até a sensação claustrofóbica que os edifícios causam.

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Claro que nem tudo é perfeito por aqui, já que os modelos de personagens não acompanham o padrão de qualidade dos ambientes, deixando uma disparidade bem notável entre os personagens e os ambientes. Felizmente isso é compensado, principalmente com os personagens conhecidos da série, já que as vozes dos atores Cillian Murphy (Tommy Shelby) e Paul Anderson (Arthur Shelby) estão presentes em seus personagens, o que aumenta a identificação com o público, mesmo com modelos não tão realistas assim.

Essa imersão não é feita apenas pelo ambiente bem detalhado e atmosfera bem construída. Como sempre falo em minhas análises, se não tivermos interações dignas, os games em realidade virtual se tornam meras vitrines em 360º. E Peaky Blinders: The King’s Ransom não deixa a desejar nesse aspecto, visto que temos interações bem imersivas desde o manuseio de armas e do nosso diário até pegar objetos de mesas e acender nosso cigarro para fumar.

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Todo o conjunto da obra dá uma sensação muito imersiva de estarmos de fato vivendo um dia de Peaky Blinders na série da tv como um personagem especial ou até um coadjuvante da história. Porém, como jogo descolado da série, ele possui alguns problemas que não são tão fáceis de ignorar.

Combates altamente previsíveis

Nos combates é que percebi propriamente que não estamos falando de um First Person Shooter literalmente quando falamos de Peaky Blinders: The King’s Ransom. Isso porque o game nos dá muito mais a sensação de ser uma experiência em realidade virtual do que propriamente um jogo de ação com tiros e etc. O principal motivo é o fato dos combates serem praticamente todos roteirizados.

Esses combates “ensaiados” fazem com que nossos inimigos ocupem sempre uma posição pré-determinada de cobertura, ficando parados ali só esperando para levarem um tiro. Quem for mais velho vai lembrar dos fliperamas de tiro nos quais os inimigos apareciam sempre nos mesmos locais e precisávamos atirar neles o mais rápido pos´sivel. Aqui é como se fosse uma evolução disso.

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Não bastasse essas características para deixarem os combates fáceis demais para um game em realidade virtual, temos também o fato da inteligência artificial dos inimigos ser prontamente ruim, tornando toda a experiência exaustantemente previsível. A cereja do bolo talvez seja o fato do nosso personagem não poder carregar munições ou molotovs. Resultando em “arenas” de combate convenientemente cheias desses itens espalhados pelo cenário.

Inúmeros outros jogos voltados para tiros e ação em realidade virtual dão um banho nas mecânicas que vemos em Peaky Blinders: The King’s Ransom. O recennte Warhammer 40k: Battle Sister por exemplo tem muito mais variedade de armas, interações de combate e possibilidades de embates contra inimigos. Enquanto Fracked, lançado em 2021, é ainda melhor elaborado.

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Experiência curta e fácil

Não suficiente em ter momentos de ação previsíveis e um nível de desafio risível, Peaky Blinders: The King’s Ransom ainda é consideravelmente curto para o valor pelo qual é vendido. Sua história inteira leva um pouco mais de três horas para ser concluída. Temos alguns colecionáveis espalhados para dar a “desculpa” de jogarmos mais vezes, mas sinceramente não são motivo o suficiente para um fator replay considerável.

Mesmo os colecionáveis não são absurdamente complexos ou muito bem escondidos. Na verdade é tudo bastante previsível, servindo literalmente apenas como uma desculpa esfarrapada para manter o jogador dentro do game por um pouquinho mais de tempo. No fim das contas, a experiência é válida, mas somente para os fãs mais ávidos pela série e todo o universo constru´ido nela.

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Ideal para fãs, mas só

Peaky Blinders: The King’s Ransom é dúbio em seu saldo final. Isso porque sua ambientação, imersão de mecânicas e enredo agradam consideravelmente. Entretanto, suas mecânicas de combate, tempo de duração e nível de desafio proposto são pífios. No fim das contas temos um ótimo enredo de gângsters em realidade virtual, mas que mais serve de experiência do que jogo desafiador.

No fim das contas, o game acaba sendo recomendado apenas para os fãs mais ávidos da série de tv, sem muita expectativa por desafios ou longas horas de jogatina. Para os jogadores de realidade virtual que buscam uma experiência diferente, desafiadora e cheia de conteúdo, talvez este não seja o game ideal para investir a sua grana.

Peaky Blinders: The King’s Ransom foi lançado em 9 de março de 2023 para Meta Quest 2 e PICO 4. Em breve ele chegará também para PCVR via Steam. O jogo encontra-se inteiramente em inglês.

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