Arkade VR: Table of Tales – The Crooked Crown diverte com tabuleiro cheio de vida

27 de julho de 2022
Arkade VR: Table of Tales - The Crooked Crown diverte com tabuleiro cheio de vida

Lançado originalmente como um exclusivo de PlayStation VR em 2019, Table of Tales – The Crooked Crown chega finalmente ao Meta Quest 2 com algumas novidades. O jogo traduz de forma simplificada a experiência dos RPGs de mesa para a realidade virtual com toda a glória das miniaturas e maquetes de uma forma muito viva e criativa. Além disso, esse relançamento do game para o Quest 2 traz consigo a tecnologia de captura de movimento de mãos, permitindo jogar sem controles.

Table of Tales surpreende pela simplicidade e elegância, levando a experiência dos combates dos RPGs de mesa como Dungeon & Dragons para um tabuleiro (virtual) rico em detalhes e com uma narração cheia de personalidade. O game funciona muito bem na realidade virtual e, mesmo que já um pouco datado, pode surpreender bastante os amantes de RPG single player.

Arkade VR: Table of Tales - The Crooked Crown diverte com tabuleiro cheio de vida

Todo um mundo em tabuleiro

Table of Tales possui um pano de fundo no “mundo real”, no qual a história dentro do tabuleiro acontece. No plano “real”, somos um jovem que recebe de herança uma mesa cheia de aparatos mecânicos quase mágicos — no melhor estilo Jumanji. Com um bilhete, somos convidados a ligá-la com uma chave e assim vivenciar as aventuras e histórias incríveis narradas ali. Com isso, o background da história fica estabelecido e todo o resto narrativa acontece dentro do próprio tabuleiro.

Esse tabuleiro praticamente mágico se modifica conforme a necessidade da história, mostrando diversos ambientes, personagens e localidades distintos. Além disso, a ave mecânica Arbitrix passa a ser a narradora da aventura, dando um tom de fábula à campanha. Desde o início somos convidados a fazer escolhas que trazem consequências para o desenrolar da narrativa, dando uma imersão muito gratificante à jogatina.

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Seja escolhendo qual grupo de personagens iremos utilizar baseado nas combinações disponíveis, seja acertanto ou errando testes de conhecimento, força, agilidade ou lábia. Tudo no game remete aos RPGs clássicos com um quê simplificado de jogos de tabuleiro. Isso tudo funciona muito bem na realidade virtual, trazendo uma magia ao tabuleiro e às peças nele presentes que é impossível de se ter no mundo real — pense no xadrez dos bruxos de Harry Potter. É mais ou menos nessa linha — só que ainda mais grandioso, mais “mágico”.

Assim, a sensação que Table of Tales nos passa é de estarmos de fato em uma campanha solo de RPG de mesa, porém dentro da nossa imaginação, com as peças ganhando vida e soltando bolas de fogo, por exemplo. É uma experiência bastante lúdica e imersiva, principalmente se você entende bem inglês, já que o jogo não possui narração nem textos disponíveis em português.

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Tabuleiro vivo e dinâmico

Já falamos aqui que toda a história de Table of Tales se passa nesse sótão com um tabuleiro que vai se moldando de acordo com a narração da história. Porém, se esse tabuleiro fosse muito pouco variado ou estático, não traria tanto dinamismo para aventura, que poderia acabar se tornando monótona e cansativa. Felizmente, Table of Tales acerta em cheio trazendo uma variedade muito rica de biomas com cores vivas e muitos detalhes.

É gratificante o equilíbrio que o jogo possui entre a estética mais minimalista das miniaturas clássicas de RPGs dos anos 70 e 80 com a tecnologia da realidade virtual que dá vida a tudo isso. É algo que foi feito também com muita qualidade pelo game Demeo, lançado em 2021, mas que aqui possui uma cara mais clássica do que moderna, apelando um pouco para a nostalgia dos mais velhos.

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Como estamos falando de um game pensado para a realidade virtual, seus detalhes podem ser apreciados de vários ângulos diferentes, chegando bem perto do tabuleiro com a cabeça ou então pegando algumas miniaturas só para apreciá-las mais de perto, o que torna tudo ainda mais imersivo. É um tipo de imersão que lembra muito o que falamos recentemente por aqui de Moss Book II, que traz ambientes no estilo maquete para a realidade virtual com incrível primor.

Em Table of Tales não temos tanto realismo quanto em Moss, mas temos a aura de fábula igualmente criada com extrema qualidade. Tudo é muito orgânico enquanto também remete aos clássicos RPGs de mesa. Da movimentação por casas dos personagens aos seus pontos de vida, os quais ficam representados na base de cada miniatura. Tudo é muito atrativos aos olhos.

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Uma ventura na palma da mão

Praticamente tudo que vimos em Table of Tales em 2019 como exclusivo do PlayStation VR se mantém nessa versão de Quest 2, que está longe de ser uma “versão definitiva” do game ou algo do tipo. É simplesmente um lançamento para uma nova plataforma, então não espere conteúdos inéditos nem nada do tipo. Entretanto, uma novidade praticamente única requer comentários: o uso do hand tracking.

Como citamos em nossa análise do Meta Quest 2, o aparelho possui a tecnologia de captura de movimento de mãos, o chamado hand tracking, que basicamente usa as câmeras externas que o óculos possui para mapear as mãos do usuário, permitindo assim que acessemos os menus do Quest 2 sem precisar dos controles. Até então, pouquíssimos jogos tentaram utilizar essa tecnologia, estando ela disponível apenas nos menus principais do Quest 2.

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Porém, Table of Tales, em sua versão para o aparelho da antiga Facebook, traz de novidade a implementação dessa tecnologia dentro do game. É isso mesmo, você pode zerar a campanha inteira do jogo sem controles, usando apenas o óculos em seu rosto e suas mãos nuas prontas para manusear cartas e minaturas no tabuleiro. Essa nova tecnologia veio muito bem a calhar para a jogatina, tornando a experiência ainda mais imersiva.

Mas vale o aviso: como a tecnologia de hand tracking usa as câmeras do próprio Quest 2 para mapear suas mãos, não é indicado jogar o game em ambientes pouco iluminados, uma vez que o mapeamento pode não ser tão preciso, o que pode acabar gerando problemas na jogatina. Além disso, a sincronia para pegar objetos que você não está pegando “de verdade”requer um certo período de adaptação, mas não é nada que meia hora de jogo não resolva.

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Você pode pegar vários objetos simultaneamente ou trocá-los de uma mão para outra sem maiores problemas!

RPG de mesa para todos

Por fim, uma das principais características que mais me chamam a atenção para Table of Tales para além de tudo que falamos até aqui é a capacidade que ele possui de levar o RPG de mesa para públicos que talvez nunca fossem experimentá-lo de fato. Isso não só por conta da tecnologia da realidade virtual envolvida no projeto, mas também por ele ter regras bem simplificadas para um jogo baseado nos clássicos e complexos RPGs de mesa.

Aqui tudo funciona por um sistema de cartas de ação que permitem aos personagens atacar, usar determinadas habilidades e descansar. Temos ainda cartas especiais para momentos específicos como para testes de perícias tais como carisma, força e destreza. Nessas situações mais específicas, os atributos de cada personagem influenciam no resultado, bem como um arremesso de dados que pode decidir o destino da missão!

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Como comentei mais cedo, a comparação com Demeo é impossível de não ser feita. Mas aqui vale ressaltar que Table of Tales veio antes de Demeo, tendo sido lançado em 2019. O problema é que como este tinha exclusividade para o PlayStation VR, poucos puderam experimentá-lo na época. Já Demeo surfou na onda de popularidade do Quest 2, tendo ainda uma versão para PC sem a realidade virtual. Em contrapartida, Table of Tales chegou recentemente ao Nintendo Switch, em uma versão (obviamente) sem VR.

Mas vale ainda ressaltar que, enquanto o jogo se torna muito mais acessível para o público em geral e bem menos denso de ser apreciado por conta das suas regras simplificadas, essa superficialidade (proposital) das regras pode deixar a experiência dos RPGistas mais exigentes um pouco incompleta, ou rasa.

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Imersão ainda mais incrível no Meta Quest 2

Table of Tales já havia sido um acerto e tanto para amantes de RPG lá em 2019, quando fora lançado para PSVR. Com essa nova versão do game disponível para Quest 2 temos toda a experiência excelente de antes, com a possibilidade de experimentá-la em um novo hardware e com novas tecnologias, como o hand tracking. Para amantes de RPG, temos uma experiência fantástica em mãos, um ótimo pontapé para quem ainda não experimentou essa tecnologia.

Além disso, toda a atmosfera de fábula do título que conversa muito bem com seu visual e trilha sonora, trazem uma atmosfera fantástica que encanta qualquer um. Seja você amante de RPG ou não. Por fim, Table of Tales também é um dos melhores jogos para iniciantes na realidade virtual, por conta de possuir um grau baixíssimo de enjoo por movimento (cinetose).

Table of Tales – The Crooked Crown foi lançado inicialmente para PlayStation VR em 2019, chegando ao Quest 2 no último dia 14 de julho de 2022. O game também está disponível na loja virtual do Ninendo Switch e para PCs via Steam VR em alguns países.

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