O Auge da Cultura Pop – as aventuras nostálgicas de He-Man e os Mestres do Universo

24 de maio de 2014

O Auge da Cultura Pop - as aventuras nostálgicas de He-Man e os Mestres do Universo

Os Animes impressionam por ter uma grande facilidade para entrar para a cultura nerd. Mas alguns desenhos animados de décadas passadas também tinham esse poder, como é o caso de He-Man e Os Mestres do Universo, que conseguiram entrar para a cultura pop da mesma forma. Relembre deste clássico com a gente na sequência!

A história dos Mestres do Universo começou em 1982, quando a gigante dos brinquedos Mattel conseguiu licença para fabricar bonecos do filme Conan, o Bárbaro, lançado na mesma época. Porém, vender produtos relacionados a um filme considerado violento para as crianças poderia se tornar um grande fracasso comercial, então se decidiu lançar uma linha de brinquedos livremente inspirada no universo do Conan.

Por causa da semelhança, a Conan Properties chegou a processar a Mattel, mas a causa foi perdida quando o designer Roger Sweet mostrou documentos provando que já trabalhava com os conceitos do He-Man desde 1980. Assim ele alegou não ter realmente se inspirado no filme, mas certamente pegou emprestados alguns elementos dos gibis do cimério, que já existiam há várias décadas.

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Roger mostrou a seus superiores três bonecos: Um He-Man astronauta (?!), um com roupa de soldado e outro com visual de bárbaro, que acabou sendo o escolhido. Esse primeiro protótipo tinha várias diferenças em relação ao que acabou sendo lançado, a mais notória delas era o cabelo preto.

Abaixo você confere este (nem tão) famoso He-Man moreno:

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Quando lançados originalmente, cada boneco da linha He-Man tinha consigo um mini gibi que contava a história deles, conceito que a Mattel criou em 1976, quando rejeitou uma cara licença para produzir brinquedos do Star Wars. Havia também muitas diferenças entre as histórias em quadrinhos e o que veio a ser o desenho de grande sucesso em 1983.

Ao invés de ter uma identidade secreta como o príncipe covarde e preguiçoso Adam, o He-Man original (das HQs) era apenas um bárbaro de uma tribo em Etérnia, que aliás, não era um planeta, mas sim um reino. Esse reino havia se recuperado de uma grande guerra de onde remanesceram diversas armas e tecnologias de ponta, mas só quem sabia disso eram algumas pessoas que participaram ou foram coadjuvantes desse conflito.

A Feiticeira (que no desenho protegia o castelo de Etérnia), vivia no castelo de Grayskull, e concedeu a Adam a metade de uma dessas armas da guerra, a Power Sword, para proteger Grayskull do vilão Esqueleto, que tinha a outra metade da espada. Em um dos gibis, He-Man chega a se unir ao Esqueleto, combinando as duas espadas para vencer um inimigo em comum.

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Para alavancar a venda dos bonecos, a Mattel encomendou da Filmation uma série animada baseada nos brinquedos e nos gibis. Assim surgiu a série Os Mestres do Universo. O desenvolvimento do desenho animado teve pouco diferencial aos outros da época, mas houve um detalhe curioso: ele era todo feito com a técnica de rotoscópio,ou seja, os movimentos dos personagens eram desenhados por cima de filmagens de atores reais.

O desenho animado dirigido por Hal Sutherland teve duas temporadas de 65 episódios cada. Para desenvolver a trama, muitas liberdades em relação aos gibis tiveram que ser tomadas. Para liberar seu poder e se transformar, Adam devia dizer as célebres palavras “Pelos poderes de Grayskull… Eu tenho a força!” . Ele também tinha um tigre de estimação covarde chamado Pacato, que podia transformar no valente Gato Guerreiro. Nada disso acontecia nos gibis.

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Outra diferença: ao invés de serem duas metades de uma mesma arma, no desenho havia duas espadas especiais, e elas são dadas a Adam e sua irmã gêmea Adora — que anos depois ganhou seu spin off She-Ra: A Princesa do Poder. Com o poder do Castelo de Grayskull, He-Man, Gorpo, Feiticeira, Mentor e Teela protegiam o castelo das investidas de Esqueleto, Maligna e outros vilões.

No final de cada episódio havia uma “lição de moral” relacionada ao episódio exibido, mostrando o foco que o desenho animado tinha no público infantil (e que recentemente deu origem ao popular meme Conselhos do He-Man). Outro detalhe curioso: as lutas eram mais focadas em agarrões do que socos, chutes e espadadas, justamente para serem menos violentas. Apesar desse cuidado, os capítulos em que o Esqueleto aparecia foram censurados na França por exibir sua imagem considerada “horrenda” e “pavorosa” pelos políticos.

O sucesso do desenho causou não apenas elogios por parte da crítica e o surgimento de um público fiel, mas em 1987 a Cannon Films produziu o live action Masters of the Universe, com o brucutu Dolph Lundgren no papel do He-Man. O filme foi um fracasso, muito mais agressivo que o desenho. Não existia o príncipe Adam, e o herói atacava com socos, lasers (?!) e sua espada.

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No final do filme, He-Man derrotava o Esqueleto atirando-o num poço de líquido fervente. Após o fim dos créditos, o vilão emergia do fundo do poço e dizia “Eu Voltarei!”. Mesmo com o fracasso da tentativa, a Mattel resolveu insistir em derivações e lançou em 1990 a linha The New Adventures of He-Man, também acompanhada por um desenho animado.

Nesta versão, He-Man viajava para um planeta futurístico chamado Primus, sua armadura e espada foram redesenhadas e Esqueleto descobriria mais adiante que o herói e Adam eram a mesma pessoa (?!). Infelizmente nem a linha de brinquedos e nem a versão animada conseguiram repetir o sucesso dos episódios originais.

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Em 2002 foi feito um remake de Mestres do Universo, trazendo um enredo que buscava amarrar melhor o presente e o passado do universo de Etérnia. A história foi recontada desde o começo, mas tentando expressar melhor o que a Filmation “quis dizer” em 1983. Por exemplo, o príncipe Adam ganhou uma aparência mais adolescente, intenção dos desenhistas antigamente. A única bizarrice é que mais adiante na história é revelado que Grayskull foi um antepassado de He-Man que viveu milhares de anos antes dele.

Dez anos depois, em 2012, a DC Comics publicou seis edições de um gibi que dava uma nova versão à história de He-Man, mostrando uma pegada mais ao estilo aventura. Adam era um lenhador que devia começar uma jornada para descobrir quem ele realmente era e consequentemente deter o Esqueleto.

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De todas as tentativas que a Mattel fez para trazer Os Mestres do Universo de volta, a única que realmente chamou a atenção foi o spin off da She-Ra: A Princesa do Poder, o que não significa que o seriado obteve o mesmo sucesso. Na prática, a série original do He-Man foi a mais bem sucedida, ofuscando até mesmo os brinquedos que ele foi criado para promover. Continua na memória dos fãs, sejam saudosistas ou não, como eram bons os antigos episódios do He-Man.

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Seguindo as lições de moral do desenho, “aprendemos nesta edição da coluna” que não é preciso ser um anime para ter sucesso na cultura pop; bons desenhos com muita ação também podem virar referência. Uma pena que hoje as empresas só querem trazer o nome de volta para ganhar dinheiro, e não se importam em realmente produzir desenhos com a mesma qualidade de antigamente, ou mesmo propor ideias de uma série totalmente nova capaz de conseguir o mesmo sucesso que Os Mestres do Universo conseguiram.

Enquanto isso não acontece, só o que podemos fazer é lembrar com carinho das grandes aventuras que He -Man e Os Mestres do Universo viveram em nossa infância.

7 Respostas para “O Auge da Cultura Pop – as aventuras nostálgicas de He-Man e os Mestres do Universo”

  • 24 de maio de 2014 às 15:54 -

    Paulo Dias

  • Eu assisti aquele filme do He-Man no cinema. Só não foi pior que Superman 4.
    Mas, de fato, deixou todos os fãs da série frustrados!

  • 24 de maio de 2014 às 20:24 -

    leandro leon belmont alves

  • a ultima foto…os coadjuvantes com olhar de paisagem enquanto Heman e o Esqueleto lutam….tinha que ser dos anos 80, a era dourada da humanidade.

    eu não era fã do personagem, mas eu tinha um boneco do He-man, mas gostava mais a do esqueleto que era do meu irmão. e ao menos, as lições de moral era bastante uteis, quem sabe se ainda passasse o desenho, menos crianças aceitariam encontros as escondidas via Facebook ou não aderirem as drogas, por exemplo.

    apenas sei, que a relação entre o Principe Adam e a Sheera era MUITO suspeita. e não apenas eu que acha isso…

    • 26 de maio de 2014 às 01:49 -

      Babiro

    • Na verdade ainda passa, no canal Gloob, passa He-Man e logo depois passa She-Ra, ano passado passei uns meses assistindo e ainda continua bem legal. De vez em quando assisto quando não tem nada pra fazer. Lembro que a primeira vez que assisti He-Man, lá pros anos de 2001, foi quando fui na casa do meus avós e passava He-Man e Speed Racer e se não me engano Caverna do Dragão, adorava assistir e passei a ver toda vez que ia na casa dos meus avós!!

  • 26 de maio de 2014 às 09:52 -

    Edimartin Martins

  • Mesmo usando rotoscopia. As animações do desenho do He-man eram péssimas. Era parecido com Thundercats.

    • 28 de julho de 2016 às 11:03 -

      EU MESMO

    • DE FORMA NENHUMA! ATÉ HOJE NENHUM DESENHO É TÃO BEM FEITO COMO O HE-MAN E A PROVA DA ANIMAÇÃO SER ÓTIMA É O SUCESSO QUE FEZ!

  • 27 de maio de 2014 às 10:15 -

    Sidnei S.

  • Esse marcou muito minha infância, assisti demais a versão original, nostalgia pura, gostava muito quando a Sheera fazia participações nos episódios do He-Man, tinha uma quedinha por ela …kkkkkkkkkkk ……….. muito obrigado pela matéria, não conhecia as reedições, nem sequer essa mais recente da DC COMICS, vou ver se encontro na net pra dar uma conferida.

  • 30 de janeiro de 2016 às 19:09 -

    Leon Denis Silva

  • He-man foi e, continua sendo, na minha opinião, o melhor e mais bem- feito desenho animado de todos os tempos. Anatomia dos personagens é muito bela, sem dizer os background lindos. SHOW

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