Brasileiros na Estônia buscam flexibilidade e desenvolvimento de carreira

11 de outubro de 2023
Brasileiros na Estônia buscam flexibilidade e desenvolvimento de carreira

A Estônia, como já falamos em outra oportunidade, é considerado o “país mais digital do mundo”. Desde sua independência, em 1991, os estonianos avançaram em políticas envolvendo tecnologia e apoio a startups, fazendo com que hoje, a nação báltica com cerca de um milhão de habitantes, e membro da União Europeia, seja um local procurado por muitos estrangeiros, incluindo brasileiros.

Atualmente, há cerca de 700 brasileiros vivendo na Estônia, e para entender um pouco mais dos que lá vivem, o hub Startup Estonia, uma iniciativa governamental para impulsionar o ecossistema de startups na Estônia, compartilhou os resultados de uma pesquisa conduzida com brasileiros que vivem no país europeu. De acordo com o levantamento, os brasileiros escolhem o país principalmente pelas oportunidades de emprego em grandes empresas de tecnologia.

Os participantes da pesquisa avaliaram positivamente todas as características relacionadas ao mercado de trabalho na Estônia, incluindo avanço digital, desenvolvimento de carreira, flexibilidade e visão global. Quase metade dos entrevistados souberam das oportunidades de trabalho na Estônia por meio de amigos, e a maioria recomendaria o país para outras pessoas e está satisfeita com a mudança.

“A Estônia desperta muito interesse, especialmente entre aqueles ligados à tecnologia, por ser um país totalmente digitalizado e que trabalha continuamente para atrair mais startups e talentos globais. Programas como o Startup Visa e o Work in Estonia ajudam na divulgação de vagas e no processo de obtenção de visto, que é rápido e fácil. O país também valoriza o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, apresentando uma qualidade de vida pouco observada em outros lugares. Por exemplo, não prezamos por longas jornadas de trabalho como em outros centros tecnológicos, e a lei estoniana exige um mínimo de 28 dias de férias anuais remuneradas”, destaca Annika Järs, gerente do programa Startup Estonia.

Brasileiros na Estônia buscam flexibilidade e desenvolvimento de carreira
Annika Järs, gerente do programa Startup Estonia

No primeiro semestre de 2023, mais de 340 fundadores globais e funcionários de startups receberam vistos e autorizações de residência temporária na Estônia. As principais origens incluem Brasil, Nigéria e Filipinas. Cerca de 18% das startups na base de dados da Estônia foram fundadas graças ao Startup Estonia.

Embora pequena, com uma população de 1,3 milhão de habitantes, a Estônia abriga dez unicórnios e é líder global em número de startups per capita. Entre os unicórnios estonianos estão Wise, Skype e Pipedrive.

No mundo dos games, o país também contribuiu com bons jogos: como Mushroom Wars e o premiado Disco Elysium, um dos games mais falados de 2019, que tem como seu grande nome o estoniano Robert Kurvitz, e que recebeu diversos prêmios, sendo inclusive o mais premiado da edição de 2019 do TGA, o The Game Awards.

Os brasileiros que se mudaram para a Estônia mencionaram tecnologia e inovação como surpresas agradáveis após a mudança. Além disso, destacaram as características do país, como dias longos de verão, a combinação de modernidade com arquitetura histórica, qualidade de vida, natureza, baixa burocracia, transporte público gratuito em Tallinn e segurança, incluindo crianças se deslocando sozinhas.

A pesquisa também abordou o que os brasileiros sentem mais falta em seu país de origem, destacando a família, a comida brasileira e o clima como motivos de saudades. Quanto às comidas, feijoada, brigadeiro, coxinha, churrasco e pão de queijo foram citados como pratos que apresentariam a amigos estonianos.

Além das oportunidades de trabalho, a Estônia proporcionou novas experiências aos brasileiros, como o primeiro contato com a neve, o ato de admirar a aurora boreal, aproveitar o verão na praia com fogueira, nadar no inverno, ir à sauna, esquiar e praticar squash e padel.

A pesquisa foi realizada com quase 100 brasileiros residentes na Estônia por meio de um formulário online, abrangendo uma comunidade de 600 brasileiros no país.

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