Cinema: confira nossa resenha da ficção científica Oblivion

12 de abril de 2013

 

Cinema: confira nossa resenha da ficção científica Oblivion

O mundo acabou (de novo) nas telonas. E Tom Cruise é um dos poucos seres humanos que continua vivendo na Terra após o apocalipse. Estamos falando de Oblivion, blockbuster que chega hoje aos cinemas brasileiros… e não tem nenhuma ligação com The Elder Scrolls!

Embora o tema já esteja um pouco saturado, Oblivion dá uma pegada diferenciada ao fim do mundo: após uma sinistra invasão alienígena que destruiu nada menos que a Lua (?!), a humanidade contra-atacou com bombas nucleares, o que quase acabou com o planeta.

Para piorar, sem a Lua, as marés ficaram malucas, e boa parte do planeta foi inundado por terríveis tsunamis. Como diz o protagonista do filme, “ganhamos a guerra, mas perdemos o planeta”.

Dezenas de anos depois deste caos, quase toda a humanidade está vivendo em uma das Luas de Saturno. O restante está no Tat, uma gigantesca nave que monitora o que restou de atividade humana.

Cinema: confira nossa resenha da ficção científica Oblivion

Nesta Terra devastada, Jack Harper (Tom Cruise), é praticamente o Wall E (aquele mesmo, da Pixar), em versão galã: em parceria com sua companheira Victoria (Andrea Riseborough) seu objetivo é “limpar a sujeira” e manter as coisas funcionando por aqui.

Jack e Vika (apelido de Victoria) são “um time eficiente” por ser condicionado a fazer basicamente a mesma coisa todos os dias. Porém, Enquanto faz seu trabalho, Jack é atormentado por sonhos recorrentes que mostram ele em Nova York, passeando com uma garota que ele nunca viu (Olga Kurylenko).

Isso é muito anormal, pois os humanos tiveram suas memórias apagadas, e aquilo sequer pode ser uma memória, pois Nova York não existe mais. Porém, seus sonhos e o carinho que nutre pelo planeta tornam Jack um personagem muito mais passional, enquanto Victoria se mantém rigidamente sistemática e fiel às regras.

Cinema: confira nossa resenha da ficção científica Oblivion

Apesar do planeta estar praticamente deserto, ainda há muito o que fazer: existem imensas máquinas drenando a água de nossos oceanos para transformar em energia, mas os aliens remanescentes (apelidados de saqueadores) vivem destruindo estas máquinas para roubar suas peças.

Para cuidar destas máquinas gigantes existem os drones, robôs sentinelas que mantém os saqueadores longe. O trabalho de Jack é basicamente consertar estes drones, fazer patrulhas, enfim… manter tudo nos eixos.

Porém, seu mundo vira de cabeça para baixo quando, em uma de suas patrulhas, ele vê uma nave realizando um pouso de emergência. Como isso é muito anormal, ele decide ir até o local do acidente investigar, e o que ele encontra lá “o fará questionar tudo o que sabe e colocará o destino da humanidade em suas mãos” (o trecho entre aspas foi extraído da sinopse oficial do filme).

Cinema: confira nossa resenha da ficção científica Oblivion

Vale ressaltar que o elenco ainda conta com Morgan Freeman e Nikolaj Coster-Waldau (o Jaime Lannister, da série Game of Thrones). Complicado falar dos personagens deles, mas digamos que eles representam um outro lado do que restou da vida humana.

Na verdade, é difícil falar mais sobre Oblivion como um todo sem entregar detalhes importantes da história. O filme conta com algumas reviravoltas bacanas, e se eu entregar qualquer detalhe aqui, já estaremos entrando no perigoso terreno dos spoilers.

Sem entregar demais, porém, posso afirmar que este filme joga com muitas ideias que já vimos em outras obras de ficção, tanto filmes quanto games. A autossugestão se faz presente por todo o tempo, como no filme A Vila e no game Portal: afinal, existe mesmo o bolo, ou é isso que GlaDOS quer que a gente pense?

Cinema: confira nossa resenha da ficção científica Oblivion

Por falar em Portal, é incrível como o visual de alguns robôs parece fortemente inspirado pelo game da Valve. Observe o drone na imagem acima: a forma arredondada, as cores, o “olho” vermelho (não aparece direito na imagem, mas é vermelho)… não parece que ele saiu diretamente de um laboratório da Aperture Science?

Já outra personagem bem importante do filme parece uma mistura de Clap Trap (de Borderlands) com o famoso HAL 9000, inteligência artificial robótica do clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço. Em se tatando de personalidade, porém, Sally poderia muito bem ser a própria GlaDOS, mas aí já seria querer demais.

Claro que nem só de robôs se faz o visual do filme, que é incrível: da “mansão” futurista em que Jack e Vika vivem (quase acima das nuvens) às belas paisagens em que vemos o que restou do planeta, Oblivion é um filme que se apoia muito no visual, e qualquer coisa que eu escreva aqui não fará jus à beleza quase melancólica que o nosso planeta (destruído) apresenta na telona, cortesia do talento do diretor Joseph Kosinski e do fotógrafo Claudio Miranda.

Cinema: confira nossa resenha da ficção científica Oblivion

Só para você ter uma ideia de como os tsunamis foram tensos, em uma determinada cena, Jack vai até o topo do Empire State Building (o emblemático prédio mais alto de Nova York)… e ele faz isso ANDANDO, pois todo o prédio está debaixo de toneladas de lama/terra, e só o que ficou de fora é sua ponta.

Igualmente grandiosa é a trilha sonora, assinada por Anthony Gonzalez (cujo pseudônimo é M83): marcante, comovente e intensa, a música deste filme faz com maestria o trabalho de conduzir o espectador e suas emoções. É daquelas para ouvir no MP3 player, e se quiser ter uma prévia, pode curtir diversas músicas do filme neste link.

Voltando às referências do roteiro, se deixarmos a imaginação fluir, veremos que o filme também lembra um pouco a ficção científica A Ilha, e até um pouco do final do game Enslaved: Odyssey to the West.

Cinema: confira nossa resenha da ficção científica Oblivion

Essa salada de referências pode não ser evidente para todos, mas qualquer espectador com um mínimo de bagagem cinematográfica/gamer/cultural vai perceber que, embora seja um bom filme, Oblivion vez ou outra deixa uma sensação de déjà vu.

Isso não é um problema se considerarmos que ele se ampara em ótimas referências, mas deixa a impressão que o diretor (que também assina o roteiro) Joseph Kosinski se dá melhor ao entregar um filme que impacta mais os sentidos do espectador do que o cérebro.

Ainda assim, as já mencionadas reviravoltas são bacanas, e uma delas realmente surpreende, mudando drasticamente a maneira como Jack (e o espectador) enxerga os misteriosos saqueadores.

 

No mais, embora não seja um daqueles filmes que explode a cabeça da gente (como A Origem, por exemplo), Oblivion é uma ficção científica competente e muito bem produzida. Pode faltar um pouco de identidade no meio de tantas referências, mas é fato que o filme vai conseguir prender sua atenção ao longo de seus 125 minutos.

Sei que esta resenha ficou um pouco vaga e confusa, mas, como eu disse, mais informações acabariam se tornando spoilers. Sugiro que você vá ao cinema assistir Oblivion para ver que reviravoltas são essas que mencionei, para depois voltar aqui e nos dizer o que achou do filme. Só tente maneirar nos spoilers, ok?

Oblivion estreia nos cinemas do Brasil inteiro hoje, dia 12 de abril, em salas comuns e IMAX.

21 Respostas para “Cinema: confira nossa resenha da ficção científica Oblivion”

  • 12 de abril de 2013 às 08:57 -

    Daniel Zimmermann

  • Parece ser um filme pós-apocalíptico, com vários elementos da boa ficção científica, e com um visual insano (aquela cachoeira entre dois prédios abandonados!), então já está valendo! Ótima análise, passou a ideia do filme sem chegar nem perto de spoilers!

  • 12 de abril de 2013 às 09:10 -

    Renan do Prado

  • Tô querendo muito ver esse filme!!!! Nem que eu vá sozinho!!!!

  • 12 de abril de 2013 às 09:13 -

    leandro leon belmont alves

  • parece ser bom o filme…mas vou esperar o Homem de Ferro 3

  • 12 de abril de 2013 às 09:14 -

    Fábio Torres

  • O filme pode até ser bom, mas não vou negar a decepção que senti quando, há alguns meses, ouvi falar de um filme Oblivion e descobri que não era sobre TES. =P

  • 12 de abril de 2013 às 10:58 -

    João

  • Gostei. Curto muito o gênero ficção científica e este parece promissor. Vou ficar na expectativa.

  • 12 de abril de 2013 às 11:25 -

    Albert Dark

  • Espero que seja um bom filme de ficção, ultimamente o cinema está tão focado em estragar os super-heróis e filmes de mercenários que esse nicho está virando uma raridade

  • 12 de abril de 2013 às 14:37 -

    Fernando De Bom

  • Interessante. Gosto de filmes visuais também.

    • 12 de abril de 2013 às 14:48 -

      Guilherme Valnier

    • Vejo o nome desse filme e lembro do polystation que era o pirata do playstation pra enganar o povo, fico suspeitando se eles não aproveitaram o nome do jogo pro pessoal ficar curioso e ver o trailer pelo menos.

      • 12 de abril de 2013 às 13:27 -

        Rodrigo Pscheidt

      • Acredito que isso seja só coincidência.

        “Oblivion” significa “Esquecimento”. O título do filme faz alusão às memórias dos seres humanos, que foram apagadas.

        É tipo nome de música em inglês: existem várias músicas com nomes iguais – de artistas diferentes – mas uma não tem nada a ver com a outra. =)

    • 12 de abril de 2013 às 15:38 -

      Cesar Tancredo

    • Já viu Prometheus? Se quiseres, tenho aqui para ver, legendado.

    • 12 de abril de 2013 às 17:52 -

      Fernando De Bom

    • Opa é uma boa pedida tb cizar

  • 12 de abril de 2013 às 14:45 -

    Dayan Valente

  • Cara, até vou ver só pra matar a curiosidade, mas não tenho nenhuma expectativa… hehehehehehehe

  • 12 de abril de 2013 às 19:24 -

    Carlo Henrique

  • Eu assisti o filme hoje também, mas é porque fiz uma analise em vídeo sobre ele. É bem relaxante de ver e valeu a pena ter ido ao cinema.

  • 12 de abril de 2013 às 23:34 -

    Henrique Gonçalves

  • Parece um bom filme de ficcao cientifica repleto de referencias e inspirações de outras obras, ele não deve quebrar mundos e mudar o genero por completo. Mas quem disse que todos os filmes precisam ser deste jeito, um filme divertido e interessante já basta para saciar a vontade.

  • 14 de abril de 2013 às 01:27 -

    Róger

  • Algúem mais reparou nas referências as outros filmes do Tom Cruise? Uma das primeiras coisas que ele faz é colocar um boné do New York azul igual ao que ele usa no Guerra dos Mundos e mais tarde ele está segurando um óculos de sol que ele usou no filme Top Gun.

    • 14 de abril de 2013 às 16:24 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Eu reparei Róger, só não mencionei na resenha porque este é o tipo de coisa que é legal você perceber enquanto assiste. =)

      Além destas referências que você mencionou, naquela parte em que ele amarra uma corda na moto para investigar o buraco onde o drone caiu, tem uma cena que lembra MUITO a clássica “cena da cordinha” da série Missão Impossível.

      • 14 de abril de 2013 às 20:51 -

        Róger

      • Sim, agora que você mencionou eu me liguei, eu sabia na hora que aquela cena não em era estranha, mas não tava conseguindo ligá-la a outro filme.

      • 14 de abril de 2013 às 20:52 -

        Róger

      • Nao me* era estranha fix’d

    • 16 de abril de 2013 às 09:49 -

      Leonardo

    • Sem contar na corda que ele usa pra descer de um poço e fica suspenso nela (referência a missão impossível)

  • 16 de abril de 2013 às 05:05 -

    Edde Cavalcanti

  • Assisti hoje, muito bom. Mas não é um filme de ação, é de devastação, melancòlico as vezes. Achei incrivelmente realista, muito bem produzido

  • 24 de julho de 2013 às 17:04 -

    Alexsey San

  • …excelente…

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