FOXDIE, uma das armas mais mortais da história dos videogames

27 de janeiro de 2023
FOXDIE, uma das armas mais mortais da história dos videogames

Que tal você ter uma arma poderosa, capaz de aniquilar seu inimigo sem muito esforço, mas derrubando-o de forma quase instantânea? Armas desta natureza são entregues nos games seja como prêmio após uma longa jornada, ou via trapaça, com códigos ou Game Shark.

Mas o mundo dos games viu, em 1998, uma arma mortal, capaz de aniquilar alvos apenas com o contato próximo. Era, na verdade um vírus, e um vírus bem especial. Estou falando da FOXDIE, o famoso vírus que está em Solid Snake desde o início de Metal Gear Solid, e que é um dos temas principais de todo o game.

Antes de qualquer coisa, é claro, vem o aviso: SPOILERS ABSURDOS de Metal Gear Solid, como franquia, serão falados aqui. Então se ainda não jogou, vai lá curtir a experiência e depois você volta.

Desenvolvido pela DIA, agência subordinada ao Departamento de Defesa dos EUA, a pedido do Pentágono, o retrovírus foi desenvolvido e programado para matar pessoas específicas. Segundo a professora de biologia Lana Magalhães, “retrovírus é um tipo de vírus que contém como material genético o RNA associado à enzima transcriptase reversa”. No universo de Metal Gear Solid, a FOXDIE é um vírus que mata pessoas específicas, programado para agir apenas em um DNA específico, causando parada cardíaca no indivíduo.

A ideia da FOXDIE vem de muito antes dos incidentes em Shadow Moses, lá em 1976, através de Zero, fundador dos Patriots. Mas para o game de PlayStation, o desenvolvimento do vírus foi liderado pelo então major da DIA, Richard Ames (que agiu por baixo dos panos em MGS e depois morreu de forma curiosa aos alvos da FOXDIE em MGS2), sob ordens dos Patriots e supervisão do presidente George Sears, o Solidus Snake.

Em 2003, no entanto, a famosa doutora Naomi Hunter se uniu ao projeto, finalizando o processo e batizando a vírus com o famoso nome: FOXDIE. Antes da invasão de Shadow Moses, Solid Snake receberia o vírus, em uma injeção que recebeu, porém sem saber do que se tratava. Os DNAs programados para receberem o vírus mortal eram todos os membros renegados da FOXHOUND, além de Kenneth Baker, presidente da ArmsTech, que estava no local também.

Assim, a missão de Snake seria bem diferente da qual ele imaginava que seria. Pois, ao invés de neutralizar seus alvos usando de métodos convencionais (e explosivos), o agente solitário mataria silenciosamente, e até sem saber, alvo por alvo, até garantir o resgate do Metal Gear REX de forma intacta. O primeiro alvo a sucumbir ao vírus, no game, foi Decoy Octopus, especializado em disfarce, e que na ocasião se fazia passar por Donald Anderson, o chefe da DARPA, que Snake descobriria que já estava morto bem depois.

Em seguida, Kenneth foi contaminado pelo vírus, enquanto falava com Snake sobre a situação do local. Ele até tentou avisar o agente sobre a situação, mas sucumbiu antes de dizer o que queria. Ele sabia do FOXDIE, assim como Liquid Snake, que sabendo que era um alvo, incluiu uma vacina para o vírus entre suas demandas.

Baker foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Metal Gear REX, porém através de subornos, já que ele se sentia lesado pela ArmsTech ter perdido a oportunidade de negócios com a Defesa dos EUA. A FOXHOUND o manteve prisioneiro por causa do projeto, enquanto os Patriots queriam sua cabeça (ou neste caso, o seu infarto) por causa de divergências quanto ao desenvolvimento do REX.

Mas, curiosamente, dois alvos que também foram contaminados morreram em conflito e não por infarto: Psycho Mantis e Sniper Wolf. Isso aconteceu pelos dois usarem medicamentos anti-ansiedade, como o famoso Pentazemin, e tais medicamentos atrasavam a progressão do vírus no organismo.

Liquid acabou sem vacina e morto pelo FOXDIE. E até Snake, que não teria nada a ver com o assunto, também foi contaminado. Pois Naomi, buscava vingança pela morte de seu irmão adotivo, Frank Jaeger, que retornaria ao game como o Ninja Gray Fox. Entretanto, o vírus é totalmente manipulado, e o que estava em Snake foi definido para ser ativado de forma aleatória. Por isso mesmo ela, que havia manipulado o vírus, não sabia quando Snake poderia sucumbir ao vírus.

Daí vem a famosa frase “Viva, Snake”.

Vale lembrar também que, mesmo Solid Snake sendo irmão gêmeo clonado de Liquid Snake, seus DNAs não são idênticos, o que confirma que o sólido não era o alvo da vez, e sim o líquido.

Após os incidentes, Natasha Romanenko, aquela que dava dicas para Snake, mas que estava na missão por ser “os olhos dos Patriots” no incidente, recebeu um disco com todos os registros da FOXDIE, dados por Ames, seu ex-marido, e que havia chefiado o projeto no passado. Ele fez isso para protegê-la, e tal conteúdo acabou rendendo um livro, que narrava os verdadeiros eventos em Shadow Moses, diferente da versão levada ao público pelo governo.

A FOXDIE voltaria em Metal Gear Solid 2, mas como um vírus digital, feito pela irmã de Otacon, Emma Emmerich, para interromper o tão falado GW do Arsenal Gear do game. E, assim como o vírus “físico”, ele também foi manipulado, desta vez pelos Patriots, para ocultarem tudo o que fosse relacionado a eles.

Nove anos depois de Shadow Moses, nos eventos de MGS 4: Guns of the Patriots, o FOXDIE (voltamos ao biológico) presente em Snake começou a sofrer mutações, devido ao envelhecimento acelerado do agente. Tal mutação se tornaria em algo ainda pior, pois Snake não seria mais um transmissor pontual da morte, e sim um agente total, pois essa mutação fez com que o vírus perdesse a capacidade de atacar DNAs específicos e poderia até se tornar uma mortal pandemia global.

Isso ia totalmente contra ao princípio original do vírus, pois a FOXDIE foi desenvolvida apenas para atacar alvos específicos. Quando o vírus chega a um indivíduo, ele faz uma espécie de “check-in”. Se o DNA do alvo for confirmado, infarto. Mas se o contaminado não estiver na “lista” dos Patriots, o próprio vírus agia como um protetor, impedindo que inocentes morressem.

Mas o potencial “caos” em forma de soldado não aconteceria, pois uma versão atualizada da FOXDIE, injetada por Drebin, interrompeu a mutação do vírus original. Snake, então, voltaria a matar alvos pontuais, sendo neste caso um “ponto final” ao que havia sido iniciado lá em Metal Gear Solid 3: Big Mama, Liquid Ocelot e Big Boss. Mas adivinha? O famoso vírus sofreria mutação mais uma vez, porém tal perigo não era iminente, e viveria tanto quanto Snake.

Em um game onde os personagens usam as armas mais letais, e em um universo de games onde há várias armas, das mais destrutivas, é um vírus manipulado em laboratório que consegue ser das mais eficientes, a ponto de seu transmissor nem saber que possuía “tal capacidade”, além de conseguir acabar com seus alvos na base do “hit kill”, sem dar a eles nenhuma chance de escapar da morte iminente.

Falando em Metal Gear Solid, também é curioso ver que um vírus, que só é visto em microscópio, foi mais letal do que qualquer Metal Gear construído, sendo eles os responsáveis por acabarem com alvos tão específicos, como o próprio Big Boss.

Uma resposta para “FOXDIE, uma das armas mais mortais da história dos videogames”

  • 27 de janeiro de 2023 às 22:14 -

    Helinux

  • Metal Gear Solid do PS1 merece um filme…valeu!!!!

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