O Dio também tem um “We Are The World”, mas com estrelas do metal: Stars

3 de março de 2024
O Dio também tem um "We Are The World", mas com estrelas do metal: Stars

Nos anos 1980, enquanto iniciativas de caridade como o “USA For Africa” e o festival Live Aid ganhavam destaque, unindo música com caridade, o lendário vocalista Ronnie James Dio percebeu uma coisa: músicos de heavy metal eram frequentemente excluídos desses esforços beneficentes. Por isso, ele resolveu se mexer e o resultado foi um projeto chamado Hear ‘N Aid e seu icônico single “Stars”, que se tornou a versão heavy metal dessas ações solidárias.

Wendy Dio, viúva e ex-empresária de Ronnie, revelou no documentário Dio: Dreamers Never Die que havia um preconceito velado contra artistas de metal em iniciativas de caridade mais amplas. Ela expressou a vontade de Ronnie de participar desses esforços, apesar do estigma associado ao heavy metal na época.

Lançado em 1986, o Hear ‘N Aid tinha como objetivo angariar fundos para instituições de caridade na África. O projeto lançou apenas uma música, “Stars”, que contou com a colaboração de artistas como Rob Halford, Geoff Tate, Eric Bloom, Don Dokken, Kevin DuBrow, Dave Meniketti e Paul Shortino, ao lado da banda Dio.

Em maio de 1985, 40 artistas do cenário do metal se reuniram nos estúdios da A&M Records para criar o single “Stars”. O projeto, liderado por Ronnie James Dio, reuniu embros de bandas como Mötley Crüe, Judas Priest, Iron Maiden, Quiet Riot, Twisted Sister e até Spinal Tap se uniram, doando tempo e talento para a nobre causa, que arrecadou US$ 3 milhões para a causa.

A lista é grande e contou com grandes nomes do metal na época:

Vocalistas:

  • Ronnie James Dio (Dio)
  • Dave Meniketti (Y&T)
  • Rob Halford (Judas Priest)
  • Kevin DuBrow (Quiet Riot)
  • Eric Bloom (Blue Öyster Cult)
  • Paul Shortino (Rough Cutt)
  • Geoff Tate (Queensrÿche)
  • Don Dokken (Dokken)

Backing vocals

  • Tommy Aldridge (Ozzy Osbourne)
  • Dave Alford (Rough Cutt)
  • Carmine Appice (Vanilla Fudge/King Kobra)
  • Vinny Appice (Dio)
  • Jimmy Bain (Dio)
  • Frankie Banali (Quiet Riot)
  • Mick Brown (Dokken)
  • Vivian Campbell (Dio)
  • Carlos Cavazo (Quiet Riot)
  • Amir Derakh (Rough Cutt)
  • Buck Dharma (Blue Öyster Cult)
  • Brad Gillis (Night Ranger)
  • Craig Goldy (Giuffria)
  • Chris Hager (Rough Cutt)
  • Chris Holmes (W.A.S.P.)
  • Blackie Lawless (W.A.S.P.)
  • George Lynch (Dokken)
  • Yngwie Malmsteen
  • Mick Mars (Mötley Crüe)
  • Michael McKean (personagem do Spinal Tap)
  • Vince Neil (Mötley Crüe)
  • Ted Nugent
  • Eddie Ojeda (Twisted Sister)
  • Jeff Pilson (Dokken)
  • Rudy Sarzo (Quiet Riot)
  • Claude Schnell (Dio)
  • Neal Schon (Journey)
  • Harry Shearer (personagem do Spinal Tap)
  • Mark Stein (Vanilla Fudge)
  • Matt Thorr (Rough Cutt)

Solos de guitarra
Primeiro solo:

  • Craig Goldy (Giuffria)
  • Eddie Ojeda (Twisted Sister)

Segundo solo:

  • Vivian Campbell (Dio)
  • Brad Gillis (Night Ranger)

Terceiro solo:

  • Neal Schon (Journey)
  • George Lynch (Dokken)

Quarto solo:

  • Yngwie Malmsteen
  • Vivian Campbell (Dio)

Quinto solo:

  • George Lynch (Dokken)
  • Carlos Cavazo (Quiet Riot)

Sexto solo:

  • Brad Gillis (Night Ranger)
  • Buck Dharma (Blue Öyster Cult)

Guitarra rítmica

  • Dave Murray (Iron Maiden)
  • Adrian Smith (Iron Maiden)

Baixo

  • Jimmy Bain (Dio)

Bateria

  • Vinny Appice (Dio)
  • Frankie Banali (Quiet Riot)

Teclado

  • Claude Schnell (Dio)

O mais interessante é que, apesar de seguir o mesmo formato do We Are The World, a música não era só uma colaboração de vozes, já que estamos falando de metal. Foram seis solos que se uniram às vozes e faziam os cabelos compridos da época chacoalharem, com até um espaço para as baterias mostrarem sua raiva (ainda mais a de Frankie), garantindo uma “música dos sonhos” para todo fã de metal.

“Stars” não apenas arrecadou fundos, mas também se tornou um apelo pela unidade na luta contra a fome global. Apesar de não ter atingido o mesmo impacto midiático que outras iniciativas de caridade da época, o Hear ‘N Aid deixou um legado duradouro na cena do heavy metal e reafirmou que o metal também podia ser uma força positiva na sociedade.

Embora lançada em 1986, a música “Stars” continua a ser lembrada como um marco da solidariedade no universo do heavy metal, mostrando que, mesmo em um gênero muitas vezes estigmatizado, os artistas podem se unir por causas humanitárias e fazer a diferença. Além de ser um episódio que eleva, ainda mais, o status de lenda do saudoso Dio.

E se você gosta do Dio, confira sua autobiografia, Rainbow in the Dark, disponível na Amazon.

Uma resposta para “O Dio também tem um “We Are The World”, mas com estrelas do metal: Stars”

  • 3 de março de 2024 às 22:28 -

    Helinux

  • Lembro de achar esse video mesmo que sem querer querendo…fiquei surpreso na época!!!! Mas o termo ¨Heavy Metal¨ era odiado até pelo Ozzy, lembro…ele sempre dizia que Sabbath era Hard Rock!!!! Até David Coverdale uma vez achou ruin saber que a suas músicas já foram colocadas na categoria Heavy metal!!!! Já vi uma entrevista em que Adrian Smith dizer que apenas Bruce e Steve Harris consideram o som do Iron Maiden como banda de Heavy Metal, isto é…sáo os únicos integrantes que dizer ser metaleiros!!!! Até no meio leigo isso acontece, lembro de alguém dizer que Supla era Death Metal e assim vai…acredito que a falta de informação, preconceito e a mídia em si não ajudam muito no quesito divulgação!!!! E o mais rídiculo de todos é quando dizem que Heavy metal é coisa do capeta…sendo que o próprio Homem é o capeta em forma de gente!!!! Valeu!!!!

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