Preview Arkade: Jogamos Destiny, o MMOFPS dos criadores de Halo, e ele está incrível (PS4, PS3, XOne, X360)

Por 4 dias, a Bungie permitiu que jogadores de todo o mundo experimentassem um pouco de Destiny, seu ambicioso novo IP. A Arkade testou o jogo e te conta tudo na sequência!

Durante a E3 na semana passada, a Bungie Studios – famosa por ter criado e concebido os primeiros jogos da grandiosa franquia Halo — apresentou mais alguns detalhes sobre Destiny, seu novo jogo de tiro em primeira pessoa.

A surpresa para todos foi a liberação de uma versão Alfa para que os usuários do PlayStation 4 testassem o jogo. Ela ficou disponível entre os dias 13 e 16 de junho e a Arkade marcou presença nos testes!

SINOPSE

Destiny se passa 700 anos no futuro, época onde os seres humanos passaram a colonizar outros planetas e o universo todo vive numa era de paz e prosperidade tecnológica conhecida como a Era Dourada.

No entanto, um evento chamado de Colapso quase leva os humanos à extinção. Eles são salvos por um entidade chamada Viajante, cuja presença possibilita a criação dos Guardiões, um grupo de guerreiros defensores da Terra contra os Decaídos, raças alienígenas hostis que estão se espalhando pelo universo. Os Guardiões, com o auxílio do Viajante, podem utilizar um poder chamado simplesmente de Luz, que lhes concede novas habilidades para enfrentarem os alienígenas.

Uma história bem piegas, mas que serve basicamente como pano de fundo para estimular o jogador a explorar os cantos mias longínquos do universo, cumprindo missões com seus amigos e salvando novos planetas da ameaça dos Decaídos.

Como já deve ter ficado óbvio, o jogador assume o controle de um Guardião com um papel fundamental nessa guerra pela sobrevivência dos humanos. Os Guardiões podem ser de três raças — Humano, Awoken (uma espécie de elfo alien) e Exo (seres cibernéticos de origem desconhecida) — e se dividem três classes: Titã, Arcano e Caçador, cada uma com suas habilidades distintas.

Na prática, Titã é o clássico supersoldado, forte e resistente; o Arcano combina armas com superpoderes mágicos e o Caçador é especialista em reconhecimento e armas de longo alcance. Você começa escolhendo a raça, o sexo e a classe do seu personagem, e então pode customizar o visual dele como preferir.

A VERSÃO ALFA

Quando a Bungie liberou a versão Alfa (sim, alfa com “f”, pois o game já chegou traduzido!) para os jogadores do PS4, era difícil saber o que viria, apesar da ansiedade, afinal Destiny será um dos principais jogos da nova geração de consoles, e já bate recordes de jogo mais caro, custando cerca de 500 milhões de dólares.

Mesmo sendo uma versão Alfa, Destiny já se mostra um jogo bastante avançado. Os gráficos são belíssimos e incrivelmente detalhados, mostrando a potência dos novos consoles. A jogabilidade também já está bem robusta e precisa, se levarmos em conta que estes são os primeiros testes.

A jogabilidade é muito similar a de outros FPS, mas traz algumas novidades interessantes e outras mais inusitadas. Uma característica inédita é a possibilidade do jogador “invocar” o seu veículo (uma estilosa motoca voadora) a qualquer momento, tornando o traslado entre uma área e outra algo bem mais simples e rápido do que o normal. A pilotagem rola em terceira pessoa e funciona bem, mas fique ligado, pois seu personagem NÃO está invulnerável enquanto pilota.

Outra novidade que Destiny traz é a habilidade especial concedida pela Luz, que é utilizada ao apertar R1 e L1 ao mesmo tempo, o que resulta em um ataque devastador capaz de causar dano em vários inimigos ao mesmo tempo. Cada classe possui um poder diferente, ele leva um certo tempo para carregar (e recarregar), mas se torna um grande trunfo em situações que você está em minoria.

A característica mais inusitada, no entanto, tem a ver com o direcional digital. Cada direção dele faz com que o personagem faça um gesto diferente (com a câmera passando para a terceira pessoa): para cima, você acena; para esquerda, você aponta para um colega de equipe ao estilo “you’re the man!”; para baixo, você senta; e para direita, seu personagem faz uma dancinha bem ridícula, lembrando um pouco as de World of Warcraft, saca só:

Talvez isso não permaneça no jogo final, mas como vivemos em uma era onde a zoeira não tem limites, essa característica deixou Destiny bem mais leve e divertido.

MODOS DE JOGO

A versão disponibilizada para testes trouxe algumas missões que apresentaram um pouco de cada modo de jogo de Destiny. A primeira missão se passava num árido cenário aberto (chamado de Antiga Rússia), onde o jogador pode fazer o que quiser, podendo testar todas as funcionalidades do jogo e enfrentar pequenos grupos de Decaídos que se escondem pelo mapa.

Este trecho contava com uma missão onde o jogador pode enfrentar uma Feiticeira — uma categoria mais poderosa de Decaído capaz de flutuar pelo cenário. Logo após isso, você era transportado de volta para sua nave, onde era possível customizar o personagem e melhorá-lo, em caso de level ups. Entre uma missão e outra, aliás, o jogo nos brinda com um belo vislumbre da nave, com a superfície da Terra ao fundo.

Outro local que pudemos visitar foi a Torre, uma colônia humana num satélite que serve como o “lobby” de Destiny, e permite que você treine suas habilidades, compre novos equipamentos e encontre amigos para partidas online.

O lado positivo da Torre é a visão em terceira pessoa, para que possamos ver toda a customização feita ao personagem. Também era possível voltar para a Antiga Rússia e explorá-la mais um pouco, pois outras missões menores podiam ser acessadas em certos pontos do mapa.

Além dessas áreas, também tivemos um gostinho do temível Covil dos Demônios, uma difícil missão onde os jogadores tinham que se defender de hordas de inimigos para acessar uma nova área e enfrentar dois chefes: o Batedor Demoníaco, um enorme robô gigante (cuja aparência lembra a de um inseto) e o Sepiks Prime, uma enorme bola de espinhos voadora que solta lasers e pode se teleportar pelo cenário.

Em ambos os casos, além do chefe em si (que já é bem poderoso), o jogador precisava encarar ainda pequenos grupos de inimigos que eram convocados pelos chefes. A ação é caótica, o desafio é alto, mas o nível de diversão também é enorme, especialmente se você está jogando com os amigos.

Por fim, a Bungie também disponibilizou o Crisol, uma área exclusiva para a matança PvP, com dois mapas (um na Terra e outro na Lua) onde 12 jogadores eram divididos em duas equipes e deveriam tomar controle de pontos específicos do mapa, uma variação do manjado modo “king of the hill”.

O gameplay funciona exatamente da mesma maneira que estamos acostumados, e as partidas são bem frenéticas e empolgantes. No Alfa não pudemos testar outros modos de jogo PvP, mas é certo que eles virão na versão final do jogo.

Alguns feitos também rendem ao jogador as misteriosas “Cartas de Grimório” (foto acima), mas no Alfa ainda não conseguimos descobrir qual a utilidade dessas cartas. Já os pontos de reputação podem garantir badges, medalhas e outras honrarias.

O LADO MMO

Embora tenhamos evidenciado aqui somente o lado FPS de Destiny, seu lado MMO já pode ser experimentado de leve. O jogo sempre tenta te conectar com outros jogadores antes de cada missão — todas as missões podem ser concluídas em trio — e temos ainda algumas surpresas que deixam o jogo bem imprevisível.

Tal qual MMORPGs como Guild Wars, Destiny conta com “Eventos Públicos”, que do nada podem acontecer, e quem estiver por perto pode participar. Durante nossos testes, fomos surpreendidos pela aparição surpresa de um chefe gigante (o mesmo do mapa Covil dos Demônios), e a mensagem “Evento Público Iniciado” surgiu na tela. Imediatamente outros jogadores foram surgindo nos arredores, todos unindo suas forças para derrubar o inimigo.

Esse tipo de acontecimento deixa o jogo muito empolgante, estimulando o trabalho em equipe mesmo entre jogadores que não se conhecem. Não sabemos qual será a capacidade máxima de jogadores em uma mesma “sala” de Destiny, mas as possibilidades desse tipo de evento são bem promissoras para tornar o game ainda mais interessante.

Outro fator bem RPG do game está na customização e melhoria de armas e equipamentos. Você pode mudar praticamente todas as partes do traje de seu Guardião, e muitos equipamentos só poderão ser utilizados depois que seu personagem estiver em um determinado nível. Conforme sobe de nível, seu personagem também vai ganhando novos poderes e habilidades.

Enquanto exploramos os diferentes mapas do Alfa, também foi comum vermos outros jogadores aparecerem e desaparecerem do mapa, e foi muito divertido se juntar a eles para cumprir pequenas missões aleatórias. Há um persistente instinto de cooperação no jogo que torna esses encontros com outros jogadores muito natural.

CONCLUSÃO

Esses poucos dias que tivemos para experimentar um pouquinho de Destiny deixaram uma coisa bem clara: a Bungie acertou de novo. Aproveitando seu know how em FPS, a empresa ousou ao trazer elementos de outros gêneros, mas conseguiu unir tudo isso de maneira bem equilibrada. Destiny traz o melhor do multiplayer de Halo com uma pitada de Guild Wars, e essa é sem dúvida uma combinação poderosa.

Com uma jogabilidade acessível e um universo extremamente rico e detalhado, Destiny tem tudo para se tornar absurdamente viciante e se ele for tão enorme e vasto quanto parece, poderá oferecer infinitas horas de diversão e receber expansões que acrescentam novas regiões a serem exploradas e novos perigos para serem derrotados, como acontece nos MMOs.

Apesar de algumas instabilidades nos servidores, Destiny mostrou que sua mescla de MMO com FPS pode funcionar muito bem e a versão Alfa certamente foi mais curta do que a gente gostaria, deixando um gostinho de “quero mais” em todos que puderam experimentá-la.

Difícil vai ser esperar até 9 de setembro para conferirmos o jogo completo, que terá versões para Playstation 4, Xbox One, PlayStation 3 e Xbox 360.