Vamos conversar sobre as previsões da Ação Games de 2001?

30 de agosto de 2018

Vamos conversar sobre as previsões da Ação Games de 2001?

Eu tenho uma coleção de revistas de videogames, o que inclui Gamers, Ação Games e SGP. Já falei sobre revistas de videogames em outra ocasião. Mas, desta vez, queria conversar sobre algo bem específico, que vi enquanto folheava uma Ação Games, para ser mais preciso, a de maio de 2001.

Nesta época, a revista de games da Abril estava comemorando seu décimo aniversário. E, como gostamos de fazer, buscaram prever o futuro. Assim, eles apostavam em como seria o cenário de games em 15 anos. Bom, 2016 (os 15 anos) já passou, então já passou da hora de ver o que eles acertaram e erraram nas previsões, não concorda?

Vamos conversar sobre as previsões da Ação Games de 2001?

Por isso, vamos voltar no tempo e conversar sobre estas previsões. A edição 163 trouxe, além desta matéria, games como Fear Effect 2: Retro Helix (PSOne), Conker’s Bad Fur Day (N64), e Onimusha: Warlods (de Playstation 2, e que vai ganhar remaster). Nesta época, a SEGA já não fabricava mais o Dreamcast, com Crazy Taxi chegando ao console da Sony. E o primeiro Xbox dava seus primeiros passos.

“Com a falta de criatividade, teremos versões jurássicas de Mario, Pokémon e Tomb Raider”

Vamos conversar sobre as previsões da Ação Games de 2001?

Sempre há lugar para mais um game do Mario

Bom, se olharmos a última E3, tivemos anunciados novos jogos de Mario, Pokémon e Tomb Raider. Sim, a indústria segue conservadora quanto a apostar em novos games, porém vimos, nestes “15 anos”, GTA crescer, The Witcher virar um fenômeno e a Ubisoft se estabelecer como uma gigante, com Far Cry, Assassin’s Creed, The Division e tantas outras franquias vendendo muito bem.

É claro que ainda vivemos a época do “um gênero faz sucesso e todo mundo copia”. Do mesmo jeito que os games de luta viveram uma época de muitos games, o mesmo aconteceu com FPS, os games “tipo GTA”, MOBA, e, mais recentemente, os Battle Royales.

Bom, esta previsão está certa, mas pela metade. Os mesmos games de sempre continuam, mas vira e volta, aparece ou um game diferente, que atrai os jogadores, ou um novo gênero, que vira fenômeno. Por isso, até que há uma certa criatividade sim.

Os psicólogos continuarão a debater os efeitos nocivos dos games

Vamos conversar sobre as previsões da Ação Games de 2001?

Nem precisa prever isso. Seja por falta de conhecimento, ou por vontade de se aparecer, muitos buscam “culpar os games” por problemas sociais. Já estamos cansados de saber que, em tudo na vida, exageros e falta de cuidados dos pais (em casos com os mais jovens), causam diversos problemas, independentes de termos ou não videogames na história.

Nós mesmos já noticiamos várias coisas malucas no passar dos anos. Como a garota que “se casou com uma fita de Tetris”. Um homem na Rússia que matou seu amigo por discussão sobre placas de vídeo. Ou este cara que foi preso por dirigir “igual aprendeu no Playstation”. Estes casos sempre aconteceram e sempre acontecerão. O problema é, por causa de visibilidade, as pessoas seguirem procurando “um culpado”, ao invés de buscar a solução de diversos problemas de ordem social, ou psicológica.

Personagens de videogame serão como “estrelas de cinema”

Vamos conversar sobre as previsões da Ação Games de 2001?

Nestes mais de 15 anos, o videogame mudou muito. Os games são mais aceitos na cultura, e dividem sim espaço com o cinema. Lançamentos de jogos contam com status de blockbusters no cinema. E personagens como Kratos, Ezio, Lara Croft e tantos outros, ganharam visibilidade além dos consoles. Lembre-se que no encerramento das Olimpíadas do Rio, o Mario apareceu, para saudar a ida dos Jogos a Tóquio.

Porém, não foram só os personagens de videogame que “viraram estrelas”. Desenvolvedores também ganharam mais status, aparecendo mais. Pessoas como Phil Spencer, Hideo Kojima ou Fumito Ueda também desfrutam deste novo patamar. E, mais recentemente, chegou a vez dos jogadores profissionais. Seja através de League of Legends, Counter Strike, ou F1, nomes como Faker, Pray, Coldzera, Fallen, ou Brendon Leigh, os melhores jogadores de vários games pelo mundo também dão autógrafos, fazem selfies com fãs e ações promocionais.

As notas de revistas não terão mais parâmetros

Vamos conversar sobre as previsões da Ação Games de 2001?

Um tema bem polêmico, mas real. Na matéria, uma brincadeira com o sistema de reviews da Ação Games mostrava um game com nomes doidos (Mario Croft 2S — e o próprio Mario fez parceria, posteriormente, com Sonic e Rabbids). Notas ultra-exageradas em gráficos e sons, com nota máxima de 2 (?!) mostra mesmo a falta de critérios que se utilizam atualmente para falar de um game.

Este tema gera diversas situações. Como a recente descoberta de plágio de um grande site em Dead Cells. Ou os Youtubers que foram pagos para falar bem de Shadow of Mordor. Goste você ou não, acontece que a Internet ampliou os formatos e as vozes. Assim, muitas pessoas, de diferentes formas, falam de games. E, com isso, pode sim acontecer que várias situações inusitadas aconteçam. Por isso, cabe a imprensa de games seguir firme em levar conteúdo de qualidade, independente de seu formato. E ao leitor (ou expectador) ser mais criterioso no que consome.

“A SEGA não morreu”

Vamos conversar sobre as previsões da Ação Games de 2001?

Não é bem uma promessa, mas trata-se de uma matéria interessante na mesma revista. Era uma época de incertezas na SEGA, afinal, o Dreamcast havia sido “asfixiado”. O curioso é que, logo no início da matéria, eles acertam uma: “Teremos um game Mario & Sonic“? Bom, inegavelmente, a história respondeu que sim!

Nesta Ação Games, que conta sobre as estratégias da SEGA na época, temos o plano, na ocasião ainda inicial, sobre os games para outras plataformas. Inicialmente, Playstation 2 e Game Boy Advance receberiam os games, e, posteriormente, chegariam a vez de Xbox e GameCube. A insegurança se dava em respeito a qualidade dos jogos, uma vez que a companhia desenvolvia apenas para seus consoles.

Logo de cara, as mudanças deram resultado. Surpreendentemente, as ações da companhia valorizaram 80% após a novidade e foram o “sinal verde” para esta nova fase. É bem verdade que, no começo, a SEGA não conseguia emplacar grandes sucessos, mas “pagava suas contas em dia”. Porém, com o sucesso dos games Yakuza e Sonic Colors, e o atual momento da empresa, que conta com games em plataformas móveis, diversas coletâneas, Sonic Mania, a série Yakuza que segue muito bem, provam isso.

Além do mais, o licenciamento de Streets of Rage 4 foi a cereja do bolo em um momento que prova que, a decisão de 2001 foi a mais acertada possível. A SEGA nunca morreu. Mas é fato que, através de ótimas decisões, a SEGA voltou! E voltou com tudo, entre as grandes do videogame.

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