RetroArkade: Emulação já era conversa na Super Game Power em 1999

8 de novembro de 2020
RetroArkade: Emulação já era conversa na Super Game Power em 1999

Nos dias de hoje, a emulação de games passa por uma fase muito completa. Além dos tradicionais emuladores, existem dispositivos exclusivos para a emulação. E até as gigantes dos games lucram com o recurso, lançando coletâneas para consoles atuais, ou com as versões miniaturas de seus consoles no passado.

Mas o assunto não é tão recente quanto muitos podem pensar. Foi apenas a Internet ter um mínimo de capacidade de compartilhamento entre várias pessoas, que a emulação já começou a ser compartilhada. E o tema foi motivo de matéria especial na Super Game Power #59, de fevereiro de 1999.

A matéria abordava o momento atual da emulação. O que era possível emular, como a comunidade começou a surgir, e os primeiros movimentos das empresas de games, em um combate contra a distribuição de ROMs pela Internet, que dura até hoje.

“Muitos dos games ficaram só na memória”

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A matéria começa lembrando dos 25 anos de Pong, naqueles dias. As máquinas de jogos disponíveis nos anos 70 e 80, já custavam uma pequena fortuna em 1999. Dois anos antes da publicação da matéria, em 1997, nasceu o MAME, o já bem conhecido Multiple Arcade Machine Emulator. Era, nas palavras da SGP, um “programa que finge ser uma placa de arcade e assim, pode rodar seus jogos”.

A revista também menciona que, apesar de trazer de volta velhos clássicos, também é a permissão de “jogar videogame sem colocar a mão no bolso”. Assim, apesar de, já naqueles dias, ser a “última mania” entre quem gostava de videogame, e tinha um mínimo de acesso à Internet, ou possibilidade de compartilhar arquivos com amigos, também era algo que trouxe polêmica, por questões de direitos autorais.

Do arcade, diversos outros sistemas começaram a popularizar na Internet, com emuladores para consoles como Mega Drive, Master System, e tantos outros.

Em 1999, emulador já era algo bem comum

RetroArkade: Emulação já era conversa na Super Game Power em 1999

Já haviam muitos emuladores disponíveis. A Super Game Power destacou alguns, incluindo o link de acesso. Claro, para a época. A título de curiosidade, fui acessar o link do Stella, emulador de Atari, no endereço divulgado: http://classicgaming.com/stella/index.html. Ao clicar, fui direcionado para o site da IGN Brasil. Isso acontece por, atualmente, o domínio classicgaming.com pertencer a proprietária da IGN nos EUA.

Além do Stella, também foi apresentado o Genecyst, de Mega Drive, o Callus, emulador de arcade, mas focado na CPS-1 da Capcom, O ZSNes, emulador de Super Nintendo que está disponível até hoje, o VGB, de Game Boy, o BRSMS, emulador de Master System e Mega Drive feito por um brasileiro, e o NEO RAGE, que rodava os games de NEO GEO.

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Hoje em dia, alguns emuladores ainda existem, outros foram superados por projetos mais eficazes. Mas, destes mencionados, o Stella ainda está. disponível, e com suporte ao Windows 10. O Genecyst deu lugar para o Kega Fusion, como emulador definitivo de consoles SEGA entre os 8 e 16 bits. O MAME se consolidou entre os grandes emuladores, enquanto o ZSNES, apesar de ainda estar disponível, conta com a “concorrência” do Snes9x EX, que conta até com versão para Android.

O fato é que o mundo da emulação mudou muito de 1997 até hoje, com projetos cada dia mais completos, e com mais sistemas alcançados. Atualmente, até o Nintendo Switch, e o Playstation 4, são emulados. O que deixa os departamentos jurídicos das empresas sempre alertas.

A “cruzada” para tirar os jogos do ar vem desde os anos 90

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Se você já leu alguma notícia sobre determinada empresa brigando na justiça contra sites que compartilham ROMs de jogos, saiba que a luta é antiga. Em 1999, alguns meses antes da famosa briga da indústria da música contra serviços como o Napster, os games já encaravam essa situação com a emulação.

O IDSA, ou Interactive Digital Software Association, e que anos depois se tornaria a ESA (Entertainment Software Association), organização que reúne gigantes do mundo dos games, afirmava na ocasião que o problema não era o software que emulava um sistema, e sim os games. Assim, a luta começou não pela proibição de emuladores, mas sim contra os sites que compartilhavam as ROMs.

A SGP cita que as empresas de games encaravam o compartilhamento de ROMs de maneira idêntica à pirataria tradicional da época, que consistia em pessoas que copiava jogos e os vendia ilegalmente em lojas e bancas de camelô. Mas desde aqueles dias, uma empresa já era temida nesta queda de braço: a Nintendo.

Desde 1999, a Big N já se empenhava em retirar do ar sites que compartilhava seus games. Quem lembra do encerramento das atividades do EmuParadise, em 2018, por causa da Nintendo, talvez não imaginasse que a companhia era pulso firme ainda nos anos 90. Mas, a revista afirmava que a briga da Nintendo se dava apenas nos EUA.

No Brasil, ainda não havia um “esquema preparado para este tipo de pirataria”. Tanto que a revista diz que a Tec Toy, que na época vendia o Dreamcast, o Mega Drive e o Master System no Brasil, não tinha uma “posição definida” em relação a esta situação.

Mas e hoje, para onde caminhou a emulação?

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De 1999 até hoje, a emulação não apenas evoluiu, como atingiu novas plataformas. Nascidos nos computadores, hoje a emulação atinge os smartphones, os consoles, com versões oficiais das produtoras (e algumas nem tanto), e até dispositivos chineses, que chegam até ao ponto de aceitarem ROMs, mas também cartuchos de consoles antigos. Lembrando, claro, das versões miniaturas de consoles do passado, que também emulam seus games.

E mesmo as fitas de videogame see tornaram emuladores. Graças aos flashcards, cartuchos com entrada para cartões microSD, que permitem a adição de centenas de games, para serem jogados nos consoles originais. E, com as patentes de hardware expirando, consoles que replicam sistemas clássicos, mas com funcionalidades novas como entrada HDMI e suporte à alta definição, colecionam histórias de sucessos e fracassos. Como a Analogue, que lança um projeto mais interessante do que o outro.

O fato é que, de novidade, e elemento comum na comunidade dos compradores entre o final dos anos 90 e meados dos anos 2000, os emuladores seguem vivos, evoluídos, e mantendo a história dos videogames preservada. Entre suas polêmicas, uma coisa é fato: são eles que mantém a memória dos videogames viva. Que garantem que games de qualquer geração, podem ser jogadas hoje, no emulador mais próximo de você.

7 Respostas para “RetroArkade: Emulação já era conversa na Super Game Power em 1999”

  • 8 de novembro de 2020 às 15:16 -

    Giovani Dactar

  • Sem emuladores. As gerações mais novas dificilmente saberiam como era e quem eram os jogos do passado. E mesmo os velhos de guerra, não teriam a chance de conhecer vários games que nunca chegaram no Brasil. Nem mesmo por fita pirata. O fato é que mesmo quem jogou na época, jogou muito pouco em relação a biblioteca completa de vários consoles. E isso foi resolvido pelos emuladores. Eles preservam a memória e mantém a cultura do videogame viva!

  • 8 de novembro de 2020 às 22:30 -

    Helinux

  • ¨Além do Stella, também foi apresentado o Genecyst, de Mega Drive, o Callus, emulador de arcade, mas focado na CPS-1 da Capcom, O ZSNes, emulador de Super Nintendo que está disponível até hoje, o VGB, de Game Boy, o BRSMS, emulador de Master System e Mega Drive feito por um brasileiro, e o NEO RAGE, que rodava os games de NEO GEO.¨!!!! Lembro de utilizar o genecyst do mega drive, bons tempos…O ZSNES que considero o melhor emulador para super nes, infelizmente roda com um leve lag ou tremedeira no windows 10…com o tempo encontrei o tal UOSNES que foi a salvação dos clássicos 16 bits snes,já que o Snes9x é outro que também apresenta lags em determinados pontos do jogo, mesmo utilizando a opção de compatibilidade qeu o Windos fornece!!!! Os emuladores antigos são bons mesmo nos Sistemas mais antigos!!!! A verdade é que graças aos emuladores posso jogar determinados jogos que nunca encontrava em lojas de eletrodomésticos e em locadoras da época…era muito limitado em termos de variedades de jogos nos anos 90, lembro!!!! Bons tempos de antigamente e da Revista SGP!!!! valeu!!!!

    • 8 de novembro de 2020 às 23:02 -

      Onigumo

    • Você lembra dos jogos de revista? 100, 200 jogos em um cd, muitos dos quais sequer funcionavam. Muitos eram ports ruins, outros vinham em idiomas estranhos e outros em emulação mesmo. Joguei muitos jogos de revista e jogos de disquete na infância.

      • 10 de novembro de 2020 às 22:46 -

        Helinux

      • Eu ainda tenho alguns cds nesse quesito!!!! A editora Digerati lançava muitas revistas que vinham com jogos e programas!!!! bons tempos!!!! valeu!!!

  • 8 de novembro de 2020 às 22:56 -

    Onigumo

  • No meu caso o neoragex foi um dos meus primeiros contatos com jogos mais “robustos”, ate então eu só conhecia jogos de disquete como carmen sandiego, pitfall, bubble bobble etc. Outro emulador que marcou minha infancia foi o de wonderswan, nao sei o nome do emulador que usava na epoca mas me recordo de passar varias horas jogando jogos com texto em japones.
    Concordo com o Giovani Dactar, emuladores sao a memoria dos jogos, e como uma biblioteca seria para os classicos da literatura, através deles recordamos os jogos do passado, conhecemos sistemas diferentes e encontramos tesouros ( e perolas) de outros tempos. Recentemente joguei metroid 2, bravely default e zelda BotW em emuladores, meu ultimo contato com um console da nintendo foi com o wii.

    • 10 de novembro de 2020 às 22:49 -

      Helinux

    • wonderswan era o video game lançado pela a bandai, lembro!!!! cheguei a jogar uns final fantasy nele…já existem roms traduzidas para o inglês, são poucos jogos traduzidos que existem!!!! Se não fosse os emuladores não saberia o que era o Wonderswan na vida!!!! valeu!!!!

  • 19 de novembro de 2020 às 13:28 -

    Carlos Alberto Tadeu Mazmanian

  • Eu tenho essa SGP, na capa era o Sonic Adventure. Acho mega estranho, hoje em dia a galera VENDENDO EMULADOR, de tudo que é jeito, e inclusive os sites de roms sendo sempre fechados.

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