RetroArkade – Relembre o sucesso de O Máskara, nos quadrinhos, cinema, TV e nos games

10 de novembro de 2019
RetroArkade - Relembre o sucesso de O Máskara, nos quadrinhos, cinema, TV e nos games

O Máskara é um daqueles elementos que tem “cara de anos 90”. Presente em todos os lugares, após o sucesso do filme estrelado por Jim Carrey, o personagem doido da máscara verde estava em tudo quanto é lugar. Mas a história do personagem é muito mais antiga do que o filme.

Por isso, vamos relembrar hoje, não só o filme e o game, mas tudo o que teve a cara do personagem durante os anos 80 e 90, tudo o que envolve o Máskara, e, claro, o game, baseado no filme, que fez o seu sucesso.

No começo, os quadrinhos

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Pouca gente sabe, mas o Máskara, nasceu, assim como vários outros produtos de mídia que fizeram sucesso, nos quadrinhos. O personagem nasceu na mente de Mike Richardson, e foi publicado entre os anos de 1982 e 1985. As histórias foram publicadas pela Dark Horse Comics, que também tem em seu catálogo Hellboy, Sin City, e também publicou nos EUA mangás como o de Akira.

Nos quadrinhos, temos como protagonista a própria máscara, que é vudu. Diferente do filme, que diz que a máscara é viking. Stanley Ipkiss, que seria vivido por Jim Carrey no cinema na década seguinte, é apenas o primeiro portador da máscara, que, a cada edição, ia parar na cara de outra pessoa. A máscara, permitia ao usuário realizar todos os seus objetivos, sem medo das consequências. Richardson criou o Máskara como uma mistura entre o Coringa, e o Rastejante, de Steve Ditko.

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Assim como outras HQs, como as das Tartarugas Ninja, as histórias dos quadrinhos eram muito mais pesadas e violentas. Óbvio, pois estamos falando de uma história envolvendo uma máscara que dá a seu portador a possibilidade de ser “invencível”, e realizar todos os seus sonhos. O personagem saiu primeiro em uma publicação amadora, feita por Mark Verheiden, depois foi publicada pela Dark Horse, e em 1989, voltou a ser publicada. Foi cancelada após quatro edições, e retornou em 1991, com um antagonista, Walter, um fortão mudo.

Em 1997, já com o filme nas locadoras, o personagem ainda voltaria em um crossover, com o Lobo, na DC Comics. E, em 2000, mais um crossover marcaria uma das últimas aparições da máscara nos quadrinhos. Aqui, a máscara mágica caiu na mão de ninguém mais, ninguém menos, do que o Coringa. O Máskara só retornaria em 2014, em uma série mais infantil, com situações non-sense, publicadas pela mesma Dark Horse.

No cinema, a consagração do Máskara e de Jim Carrey

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Chuck Russell, que havia dirigido nos anos 80 A Hora do Pesadelo – Os Guerreiros dos Sonhos e A Bolha Assassina, recebeu a missão de dirigir o filme do Máskara. Russell, entretanto, queria fazer um filme baseado no que ele já conhecia bem: terror e humor negro, bem “fiel” aos quadrinhos. Mas, os produtores, querendo alcançar mais público, e temendo que a massa não entendesse a proposta, resolveram retirar toda a violência, transformando o filme em uma comédia, com algo mais baseado no cartoon.

O filme foi o sucesso que foi, arrecadando 351 milhões de dólares. O filme não só colocou Jim Carrey no topo, que ainda estrelaria Debi e Lóide, e Ace Ventura, como também deu destaque a uma outra atriz, que faria muitos filmes de sucesso em seguida: Cameron Diaz, que tinha 21 anos na época, e que quase viveu Sonya Blade, no filme de Mortal Kombat, lançado um ano depois. A atriz faria outros filmes de sucesso, como Quem Vai Ficar com Mary, As Panteras, entre outros.

Em 2005, o filme ganhou uma sequência, chamada O Filho dO Máskara. Assim como nos quadrinhos, a nova história nada tem a ver com os eventos do filme de 1994, focando em Tim Avery, um cartunista que vê seu filho ganhar os poderes da máscara, atirada no final do primeiro filme. O longa foi massacrado pela crítica e pouca gente se lembra de sua existência.

Desde então, nunca mais houve nada sobre o personagem no cinema. Mesmo nesta era de remakes.

Na TV – embarcando na onda do sucesso do filme

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Um ano depois, para explorar o sucesso do filme, uma animação do Máskara estreou no CBS Kids, e depois foi transferida para o Cartoon Network. Durou três temporadas, e teve 53 episódios. No Brasil, a série passou na Rede Globo e depois no SBT. E, em 1998, foi tema de Tazo, ganhando tazos temáticos e o famoso “pega-tazo”, você se lembra?

Os episódios funcionavam como uma espécie de sequência, focando nos personagens principais do filme: Stanley Ipkiss, Peggy Brandt, e Charlie Schumacher, além do antagonista, Dr. Pretorius, um ciborgue cientista do mal, que ocasionava os problemas os quais Stanley e o Máskara deveriam resolver.

O desenho tinha suas particularidades, como o fato de que a máscara funciona a todo momento. No filme, pelo fato de a máscara ser ligada a Loki, o deus nórdico da trapaça e das travessuras, ela só funciona à noite. Os personagens foram adaptados para encaixar melhor na animação, e os episódios, claramente, eram mais infantis. Curiosamente, os três sucessos de Jim Carrey se tornaram desenhos: além de O Máskara, Ace Ventura e Debi Lóide também tiveram suas séries animadas.

O jogo – Divertido, porém estranho

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O game chegou em 1995, também para aproveitar o sucesso do filme, uma vez que nos anos 90, os sucessos do cinema duravam mais tempo, por causa do acesso mais difícil aos filmes, se compararmos hoje. Também não havia a cultura do “hype do próximo grande filme da última semana que ninguém vai falar mais semana que vem”.

Assim, a Black Pearl Software desenvolveu o game, que foi distribuído pela THQ. Aqui, o Máskara conta com diversas animações, baseadas nas suas ações nos cinemas. Estas animações eram os especiais, sendo o mais famoso, aquele monte de arma que ele tira do paletó. O game, elogiado pelas animações, recebeu críticas pelo seu level design.

As fases, sete no total, são baseadas em locais dos filmes. Mas, funcionando como um “Metroidvania”, você tinha um labirinto para explorar. O problema é que o game não tinha essa intenção, sendo um jogo de plataforma. Era comum se perder nas fases confusas, que ainda contavam com um grau de dificuldade exagerado, para a proposta do game. Pra piorar, os que terminavam o jogo, ainda tinham que encarar um dos piores finais de games já produzidos: apenas uma dança entre o Máskara e Tina Carlyle. E só.

O game só saiu para o Super Nintendo, bem diferente do comum naquela época, com filmes deste estilo saindo, mesmo com versões diferentes, para diversos consoles. E, devido ao seu desempenho fraco nas vendas, nunca mais tivemos um Máskara distribuindo bagunça nos games. Será que valeria a pena um jogo do Máskara, com os padrões atuais?

Perguntei isso no Twitter, e o resultado foi bem interessante:

De fato, o lugar do Máskara hoje, em um potencial caso de games, é no mundo indie. O game, através da liberdade criativa dos estúdios independentes poderia mostrar até um pouco mais das raízes dos quadrinhos, e brincar de maneira legal com os elementos do filme.

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