Tecnologias da nova geração de consoles prometem mudar o futebol – confira

A indústria do entretenimento digital, isto é, dos jogos eletrônicos, se tornou a principal fonte de dinheiro dentro do mercado do entretenimento – com faturamento de $180 bilhões de dólares em 2021, o investimento em novas tecnologias que prometem aprimorar a experiência dos jogadores é constante e a chegada de novas gerações de consoles despertam o interesse do público que busca saber quais serão as mudanças em suas categorias de jogos favoritas.

Agora, em 2022, com a disponibilidade dos novos consoles PlayStation 5 e Xbox Series X/S em mais países e com preços levemente mais acessíveis, jogadores começam a apostar no investimento em um novo videogame e procuram experiências que justifiquem a compra de uma nova plataforma. Apesar da grande pluralidade de estilos diferentes de jogos atualmente, em grande parte pelo esforço de desenvolvedores indie, é impossível negar que os jogos de esporte são e sempre foram alguns dos mais atrativos para o público: das partidas em estilo arcade no Super Nintendo até recriações fotorrealistas de todos os jogadores de uma seleção no PlayStation 5, os jogos de futebol estão sempre listados entre os campeões de venda tanto para o público mais casual quanto para jogadores experientes. A nova geração oferece diversas novidades tecnológicas para elevar a experiência dos jogos de esporte independentemente da plataforma escolhida pelo jogador. Confira.

Conexão online no esporte

Uma das grandes mudanças nos últimos anos que tem afetado tanto os jogos eletrônicos, quanto o consumo de esportes em si, é a internet de alta velocidade. De acordo com a pesquisa da ExpressVPN, os brasileiros já são extremamente acostumados a consumir suas partidas através do streaming online, e se incluirmos a compra de camisetas e acessórios, apostas e discussões sobre as partidas, a internet já domina o mercado do esporte – na verdade, em 2022, a Copa do Mundo terá sua transmissão em qualidade máxima apenas pela internet, superando a televisão a cabo. Para os games, a conectividade é ainda mais importante – praticamente abandonamos a jogabilidade lado a lado com tela dividida, e a substituímos por partidas online e bate-papo por voz. Além disso, jogos esportivos modernos incluem vários mecanismos como passes de batalha e lootboxes, que apesar de gerar controvérsia, movimentam o dinheiro dos jogadores e dependem da conexão online.

Neste ponto, os principais avanços da nova geração incluem a propagação das conexões de fibra óptica no Brasil e a crescente presença de servidores nativos no país, ambos fatores que reduzem drasticamente a latência. Novas técnicas desenvolvidas para engines de jogos do estilo battle royale que suportam 100 jogadores simultâneos também podem ser usadas em jogos de futebol para melhorar a eficiência dos 22 jogadores em campo, com rumores de que novos lançamentos incluirão até mesmo simulações mais precisas para auxiliares, gandulas, e torcedores.

Reconstrução de imagem (DLSS e FSR)

Um conjunto de técnicas que está gerando grandes avanços e novidades no mundo dos jogos são os algoritmos de reconstrução de imagem. Atualmente, televisores e monitores 4K estão caindo de preço e se tornando mais acessíveis, enquanto modelos de jogadores estão se tornando cada vez mais realistas e com alto número de polígonos em tela, com detalhes precisos de barba e cabelo, suor e até mesmo texturas do tecido das camisetas. O problema é que a maioria dos computadores e consoles de videogame com preços razoáveis lançados no mercado não seriam capazes de suportar uma alta resolução e o nível de detalhe esperado do campo e dos jogadores simultaneamente. Portáteis como o Nintendo Switch e Steam Deck sofrem ainda mais com o atraso técnico, tornando alguns efeitos visuais impossíveis nessas plataformas.

A tecnologia DLSS da Nvidia e a FSR da AMD prometem resolver este problema usando técnicas avançadas de aceleração de rede neural ou reconstrução temporal para fazer o impossível: criar uma imagem de alta resolução baseada em um jogo que está rodando em baixa resolução. E o resultado é assustador: imagens de 4K criadas pela última versão do algoritmo DLSS, por exemplo, são quase indistinguíveis da resolução original, mas são geradas rodando o jogo em resoluções muito mais baixas e, em placas modernas, até mesmo com taxa de quadros reduzida sendo transformada em 60 ou 120 FPS em tela. Isso significa que os desenvolvedores serão capazes de criar gráficos ainda mais realistas, já que os consoles serão capazes de rodar o jogo e manter a taxa de quadros estável, e o uso inteligente dessas técnicas permitirá que jogos avançados cheguem aos modelos portáteis com menos sacrifícios para sua fidelidade visual.

Ray tracing em tempo real

O Ray Tracing é considerado a característica mais avançada – e mais antecipada – da nova geração de jogos eletrônicos. A técnica tem sido usada há décadas para criar filmes de animação 3D por estúdios como Pixar e DreamWorks, no entanto, foi considerada muito computacionalmente cara e lenta – chegando ao ponto de levar dias para completar um único frame – impedindo seu uso em jogos. Agora, placas gráficas projetadas especificamente para acelerar este processo estão disponíveis, principalmente através da linha RTX da Nvidia, e os resultados são de tirar o fôlego.

O processo de ray tracing permite criar iluminação realista, sombras e reflexos simulando fisicamente o caminho dos raios de luz em uma cena, bombardeando todo o ambiente do jogo com “raios de luz” virtuais e analisando sua trajetória. Isso significa que a luz viajando através da camisa semi-transparente de um jogador, sendo refletida pela chuva ou gotículas de suor, ou mesmo lançando sombras em cada lâmina de grama no campo, será representada com precisão absoluta e qualidade de imagem realista. Exemplos de gráficos gerados por ray tracing nas engines da próxima geração mostram que os próximos cinco anos serão marcados por gráficos que são inacreditáveis em seu realismo.

Todas estas novas técnicas gráficas serão finalmente alinhadas com novos avanços na inteligência artificial – principalmente através de algoritmos acelerados diretamente na GPU, resultando em jogadores se movendo de forma mais realista, colisões mais precisas e até mesmo melhorias na física da trajetória da bola e na interação com os aspectos meteorológicos. O futuro dos jogos de futebol é extremamente brilhante, e os jogadores estarão cada vez mais próximos da experiência de assistir a uma partida real controlada por suas próprias mãos.