Um sofrimento chamado Mortal Kombat 3 de Master System

23 de novembro de 2023
Um sofrimento chamado Mortal Kombat 3 de Master System

Quem viveu os anos 90 lembra muito bem: toda vez que um novo Mortal Kombat era lançado, tínhamos dois grandes momentos de euforia. O primeiro era quando o game chegava nos fliperamas, sempre mais violento, mais veloz e com mais pedaços de gente voando pelos cenários. E o segundo, era quando o jogo chegava nas locadoras.

Seja quem tinha o Mega Drive ou Super Nintendo, ou quem ia jogar por hora nas locadoras, sempre era muito divertido poder curtir estes clássicos dos jogos de luta. Mas como videogame sempre foi uma coisa muito cara no Brasil, nem sempre a gente tinha acesso as melhores versões. MK II, por exemplo, chegou a ter uma versão para o primeiro PlayStation, porém era algo praticamente impossível de se ter, lá por volta de 1995.

Mega Drive e Super Nintendo, apesar de serem mais populares e acessíveis (e já contarem com fitas nos camelôs, além das locadoras), também não eram disponíveis para todas as famílias. O que levava a muita gente (incluindo este que vos escreve) a depender de amigos, parentes ou locadoras. Ou do meu bom e velho Master System.

Diferente do NES, que teve que lidar com fitas “alternativas”, a boa presença da Tec Toy representando a SEGA garantiu que seu veterano 8-bits recebesse ports feitos para ele. Como o Master System havia parado de receber novos games em 1991, coube a empresa brasileira a missão de trazer jogos da Europa, adaptar games ou fazer ports do Game Gear, para seguir mantendo o antigo console ativo, justificando sua venda como console de entrada.

Um sofrimento chamado Mortal Kombat 3 de Master System
Você se sente solitário com essa tela-título

E isso rendeu os três primeiros Mortal Kombat para o console. O primeiro game é o bom e velho arroz com feijão que, mesmo com limitações, divertiu. O segundo é, dentro dos padrões do console, realmente muito bom. Mas o terceiro… meu Deus como é ruim. Tudo bem que a Tec Toy merece aplausos por trazer um jogo “hypado” desses para o seu console, em um movimento que seria mais ou menos como trazer o novo Mortal Kombat 1 para o PS2, mas que negócio mais tosco.

O que mais fica na cabeça de quem jogou esta “jóia” é o “framerate”. Em tempos nos quais muita gente enche o saco por causa de 30 ou 60 FPS, esse MK III de Master System deve ter 2 FPS e olhe lá. A animação parece aqueles cadernos que a gente desenhava várias poses e ficava folheando rápido para ver o desenho se animando. Mas o desenho no caderno tinha framerate melhor.

Só isso já é um fatality no jogo, que tinha na velocidade um dos seus elementos mais importantes. Tudo bem que o Master System era limitado e jogos de luta não eram os mais indicados pra ele. Mas, este jogo conseguiu se superar em tudo, ao contrário.

Um sofrimento chamado Mortal Kombat 3 de Master System
Na hora do “corte”, sobraram a dupla Kano/Sônia e cinco novos lutadores (incluindo o Sub-Zero sem máscara)

Os outros dois Mortal Kombat eram decentes, mesmo limitados. Os poucos botões eram suficientes e dava para tirar algum lazer. Mas esta terceira versão chegou até a adicionar corrida e “soco fraco”, mas sem nada funcionar direito. Além disso o jogo era escuro e os cenários eram feios. E feios no padrão do próprio console, já que não só os outros games eram melhores, como o console tem cenários do quilate de Aladdin, Streets of Rage II e Phantasy Star.

O jogo até tentava trazer a essência do original, com oito lutadores, um “novo chefão” e até um lutador secreto. Prometia (e não cumpria) na embalagem uma “surpreendente resolução gráfica”, trouxe os Kombat Kodes do arcade, e fatalities, babalities e golpes secretos, todos difíceis de se fazer, já que nada envolvendo golpes funciona direito aqui. Seria o mesmo que dizer que o chute não funcionou direito em um jogo de futebol.

O Master System teria poucos jogos de luta, mas até que a Tec Toy fez a sua parte, trazendo alguma opção, mesmo que do Game Gear. Mas é uma pena que eles trouxeram este game, apenas pelo nome, deixando de fora um outro game realmente muito bom, que saiu para o portátil e poderia ter desembarcado por aqui: o Fatal Fury Special, um jogo que surpreende qualquer desavisado. Pelo menos, quem não aguentou jogar muito este MK III bizarro, ao menos foi recompensado com o digno (não excepcional, mas honesto) Street Fighter 2 feito pela própria Tec Toy, para um dos consoles mais importantes da história do nosso país.

9 Respostas para “Um sofrimento chamado Mortal Kombat 3 de Master System”

  • 23 de novembro de 2023 às 17:46 -

    Ricardo

  • Meio óbvio q para os mimizentos de 2023 o jogo é ruim, mas na época inovou e chamou atenção pela façanha de tentar. Provavelmente o rapaz q escreve tb acha jogos de Atari e Odyssey ruins, então, por favor novinho, nos poupe. :)

    • 23 de novembro de 2023 às 18:37 -

      Junior Candido

    • O rapaz que escreve joga Enduro até hoje, ama Frostbite e Keystone Kapers, adorou os outros dois MK para o Master System (que foram portados pela Probe e fizeram direito o trabalho, ao contrário da terceira versão) e tem o direito de não gostar deste, que já não gostei desde quando joguei pela primera vez, em 1997. Como você tem o direito de gostar e achar o que quiser dele, até porque na época, pra muita gente (eu incluso), era o que tinha. E pode ter certeza que não iria até o seu comentário com essa “raivinha”. Aliás, ser antigo não é “desculpa” para o jogo ser ruim, já que outros jogos nesta época também eram “antigos”, mas tinham qualidade naquela época como Streets of Rage 2 no Master ou Mighty Final Fight no NES, e posso incluir até jogos não-oficiais de NES, como aquele Street Fighter II chinês que era bem divertido. Isso sem falar nos citados jogos de Atari que eram bons antes e continuam bons até hoje.

    • 25 de novembro de 2023 às 11:44 -

      Osiel

    • Muito ruimmm

  • 23 de novembro de 2023 às 21:58 -

    Helinux

  • ¨O que mais fica na cabeça de quem jogou esta “jóia” é o “framerate”. Em tempos nos quais muita gente enche o saco por causa de 30 ou 60 FPS…¨!!!! A verdade que no dia que entendi o que era o tal FPS, acabou com a minha infância…fui enganado pelas as empresas de games da época!!!! Lembro de jogar Golden Axe na casa de um amigo que tinha o Master system, lembro que o jogo tinha uma leve ¨tremedeira¨ na movimentação dos personagens e sprites, isso não me incomodava na época…só queria jogar!!!! Hoje em dia vejo detalhes e dependendo do detalhe me incomoda e me afasta de determinado jogo e assim vai!!!! Em termos de jogos de luta nem o Nes e Master System eram bons, mas lembro dos jogos de Beat ‘em up que ambos os sistemas tinham: Double Dragon é um deles, também posso citar o clássico jackie Chan do Nes e Might final Fight!!!! Era bom demais aqueles tempos de ouro, valeu!!!!

  • 25 de novembro de 2023 às 08:28 -

    Fabiano

  • Esse rodava a 30 FPM. Mais lento que desenhar no bloquinho e passar as folhas

    • 28 de novembro de 2023 às 14:44 -

      Aisha campbell sloan

    • Kkk com certeza mas dá pra jogar com um golpe só matando todos os lutadores com os mesmos golpes até chegar no shao khan,kkk,o jogo é horrível mesmo,e travado,não faz os golpes não é como no md,snes e arcades,q vc fazia várias combinações diferentes de golpes e fazia ótimos ataques!!!!!!!!

  • 28 de novembro de 2023 às 10:29 -

    Aisha campbell sloan

  • Eu pedi este jogo pra minha mãe em 96 e ganhei. Eu gostava do jogo na época mas não gostava do fato dele não realizar os golpes.Achei fraquinho,os jogos q eu jogava no fliperama lógico q eram melhores,não tem nem comparação com os de fliperama,e eu jogava streeet fighter e virtua fighter,lógico que não tem como comparar pois as marcas de vídeo games são diferentes, mega drive e super nintendo são 16 bits e Master 8.E os fliperamas mto mais bits também. Mas,comparando com os jogos de hoje,claro o jogo era péssimo e não envelheceu bem.Mas,pra época foi mto esperado e q prometia entregar o q não entregou. Dava pra engolir,só pelos personagens q ela tinha,era um atrativo,pra querer jogar.E eu gosto do Odyssey,mas,não do Atari…….e gosto do master e do mega drive,pq foram os q eu tive…….

  • 28 de novembro de 2023 às 19:53 -

    Leandro

  • Falou besteira e das grandes, este MK3 de Master System não inovou em nada, de longe o pior da trilogia, o MK2 sim era uma obra-prima, um dos melhores jogos de Master System enquanto este MK3 é um dos piores e quem afirma isto não é um “novinho”, mas um tiozinho que jogou isto na infância e mesmo assim esta aberração não conseguiu agradar a um moleque de 10 anos, pois o framerate é tão absurdo de lento que nada funciona bem neste jogo.

  • 30 de novembro de 2023 às 09:40 -

    Cassio

  • A gente era feliz…qualquer coisa fazia felicidade da moçada. Agora temos tanta tecnologia nas mãos e so serve pra fofoca

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