Uma semana com o Nokia 110: Como é usar um celular básico em 2021?

30 de junho de 2021
Uma semana com o Nokia 110: Como é usar um celular básico em 2021?

Atualmente, tudo o que queremos em nossos smartphones são ideias que vão ao infinito e além. Telas mais completas, mais espaço e maior poder para os aplicativos, sejam eles games ou redes sociais estão entre as maiores demandas dos consumidores. Situação que não era muito comum, não há muito tempo atrás.

Durante os anos 2000, com a ascensão dos celulares, tais dispositivos serviam apenas para fazer ligações, mandar um SMS uma vez ou outra e, conforme a possibilidade, jogar alguns games. Havia desde o lendário “jogo da cobrinha”, até, com a evolução da época, a chegada de alguns games simples, mas com melhor potencial visual e técnico. Até Street Fighter II ganharia uma versão para celulares.

E, hoje em dia, o que mais temos disponível são smartphones cheios de recursos. Mas, e a ideia de usar um aparelho, em 2021, que signifique apenas “enviar mensagens e fazer telefonemas”? Para alguns, uma ideia “impossível”, afinal, a ultraconectividade faz parte do dia a dia destes. Mas, para outros, faz total sentido.

Assim, para sentir como é, nos dias atuais, viver com um aparelho com características de quase 20 anos atrás, a Nokia Brasil gentilmente cedeu, para testes, o Nokia 110. É com este pequeno aparelho que passei uma semana me desconectando, o máximo possível, para tentar compreender se faz sentido, afinal, dar pelo menos uma pausa nos aparelhos inteligentes de hoje em dia.

Conhecendo o Nokia 110

Uma semana com o Nokia 110: Como é usar um celular básico em 2021?

Se você já era vivo e usava celulares em 2003, então vai reconhecer bem o jeitão do Nokia 110. Ele é, basicamente, o mesmo celular desta época, atualizado. Daqueles tempos temos o tamanho, pequeno demais para um celular atual, teclas numéricas, para você relembrar como era enviar SMS usando este teclado para digitar palavras, uma saída de fone de ouvido e entrada para o SIM card.

Já para os dias atuais, ele conta com carregador MiniUSB, expansão de cartão microSD de até 32GB, rádio FM integrado e versões atualizadas de games como Ninja Up, Football Cup, além do eterno Snake, o “jogo da cobrinha”, que tive o prazer, em 2015, de entrevistar seu criador, Taneli Armanto.

O aparelho também vem com bateria, removível, que, de acordo com a Nokia, aguenta até 27 horas de reprodução de música, além de falar o dia todo com uma carga apenas. Possui também uma boa pegada, com materiais resistentes, que garantem a fama de “aguentar tudo” que a Nokia propõe, desde a era de seu “Nokia tijolão”, que rende memes até hoje por ser bem resistente e aguentar muita pancada.

Uma semana com o Nokia 110: Como é usar um celular básico em 2021?

Seu funcionamento é dentro do esperado: tudo muito básico, tudo muito simples. Não há nenhum aplicativo, por mais simples que pudesse ser, que traga mais conectividade. Não tem Wifi, não tem WhatsApp acessível por rede, nem Facebook, muito menos Instagram. Não tem nem um navegador, que poderia ser acessível com a forma que era acessado por via móvel antigamente.

O que é possível fazer é: fazer telefonemas, ouvir músicas, enviar SMS e jogar os games instalados. E só. Há utilitários como um gravador de voz e uma câmera, que não é das melhores, mas é o que se espera num aparelho destes.

De acordo com Junior Favaro, o diretor de vendas de marketing da HDM Global no Brasil, a representante da Nokia, “os telefones básicos continuam sendo muito relevantes no mercado global, principalmente para as pessoas que buscam por aparelhos mais acessíveis e por continuar conectadas mesmo assim – ou até mesmo para aqueles que querem fazer um “detox” das redes sociais e mesmo assim, permanecer em contato com quem amam”.

E como é usar um Nokia 110, em 2021?

Uma semana com o Nokia 110: Como é usar um celular básico em 2021?

Bom, o “detox” foi bem interessante. Estamos acostumados a, todo momento, checar os aparelhos. E, checar um celular que não te trará as informações das redes sociais é uma boa, para quem se sente extremamente dependente destas conexões. Em uma semana, notificação, email e redes sociais foram feitas apenas por computador.

Quanto ao reprodutor de música, gosto de fazer caminhadas ouvindo podcast e, mesmo tendo que baixá-los e colocar manualmente como nos velhos tempos, caminhar “fora do padrão”, ou seja, com celular chamando a atenção quase toda hora (no meu caso, eu desativei todas as notificações, mas você sabe do que estou falando), é bem interessante.

Mas o que mais agradou, neste tempo todo, além de ficar mais distante do celular, foi ter que carregá-lo umas duas vezes na semana, sem aquela neura de ficar a vários momentos preocupado com recarga. Um dos grandes problemas que a evolução dos smartphones trouxeram foi a necessidade de dar energia a tanto processo e memória. Assim, sim, é muito bom ficar longe do carregador.

É difícil ficar longe das redes sociais a todo momento, sem falar das outras questões que também nos exige atenção: aplicativos de banco, notícias, vídeos e tudo o mais.

Mas tem lugar para este celular, hoje?

Uma semana com o Nokia 110: Como é usar um celular básico em 2021?

Bom, temos que entender, primeiro, que há várias necessidades, que exigem várias soluções. Pra mim, por exemplo, este celular já desempenha um papel fundamental: ser o celular dos finais de semana. Trocar o SIM Card de meu celular atual e colocar no Nokia 110, e usar o smartphone via Wifi apenas em necessidades extremas e necessárias.

Gostaria muito de ver soluções como o eSIM presentes em aparelhos básicos como estes, para facilitar o processo de troca de chip, mas ainda não é a realidade. E também gostaria muito de ver a Nokia evoluindo este segmento, trazendo recursos novos e se posicionando, de vez, como um celular para quem quer, ou precisa, fazer “detox digital”.

Uma opção interessante (mas cara, e inacessível para o Brasil) é o Light Phone, que roda uma versão customizada do Android e trabalha com a minimalização de funções. Se por um lado, o produto propõe apenas o essencial, como ligações e SMS, por outro, possui recursos importantes e que não são “sugadores de atenção”, como GPS e player de música, e tela E-ink, a mesma presente nos Kindle. Gostaria muito de ver uma opção neste sentido feita pela Nokia.

Entretanto, pelo preço sugerido do celular, R$ 169, o Nokia 110 é uma grande opção para quem quer um celular simples, para algum fim específico. E há muitos: de contato para pequenas empresas, até pessoas que, de alguma forma, querem ou precisam de um detox digital, sem necessariamente se desconectar completamente do mundo. Suas funções dão conta do recado e a longa capacidade de ouvir música também agrada muito.

4 Respostas para “Uma semana com o Nokia 110: Como é usar um celular básico em 2021?”

  • 30 de junho de 2021 às 19:42 -

    Kevin Leite

  • Que matéria bacana!

    Recentemente eu adquiri um Nokia Asha 201 para fins de estudo (No quesito Interface de Usuários) e obviamente para jogar!
    Quem sabe um dia desses eu não pegue um Nokia n95 que tem tela Oled e pode se conectar à uma Tv para transmitir a tela?…

  • 30 de junho de 2021 às 19:47 -

    Kevin Leite

  • Correção ao meu comentário anterior**

    O Nokia n95 não tem tela Oled, mas sim o n85!
    Acabei confundindo os números.

    Comissão organizadora do Arkade, é possível adicionar a edição de comentários ao site? Acho fundamental.

  • 2 de julho de 2021 às 22:20 -

    Helinux

  • Bons tempos do jaspion!!!! valeu!!!!

  • 6 de julho de 2021 às 14:55 -

    Andrujo

  • Também pode usar só ao sair de casa, pra ter música no bolso e caso seja roubado, ter um “rombo” irrisório!

Deixar um comentário (ver regras)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *