Um milhão e meio de downloads depois, a Nintendo pediu para tirar o Pokémon Uranium do ar

15 de agosto de 2016

Um milhão e meio de downloads depois, a Nintendo pediu para tirar o Pokémon Uranium do ar

O fenômeno da semana passada saiu do coração de alguns fãs de Pokémon, que após nove anos de trabalho apresentaram ao mundo Pokémon Uranium, game que traz os bons momentos das aventuras de tempos atrás na praticidade do PC. A homenagem, que podia ser baixada gratuitamente, contou com 1 milhão e meio de downloads em poucos dias.

Porém, mesmo com o cuidado de se criar 150 novos monstrinhos, para não ter problemas com copyright, o jogo ainda recebe o nome “Pokémon”, o que fez com que seus criadores recebessem algumas notificações da Nintendo pedindo para que removessem os links de downloads. Mesmo com os nove anos de trabalho, a equipe decidiu respeitar o pedido da companhia e não é possível encontrar o jogo no site oficial do projeto.

“Depois de mais de 1.500.000 de downloads, recebemos vários avisos de advogados que representam a Nintendo of America. Embora não tenha sido contato pessoal, os desejos da Nintendo são evidentes. Vamos respeitar”, explica a nota no site oficial.

A nota também orienta os interessados: “Por isso, não vamos disponibilizar links de download do jogo através do site. Não temos qualquer ligação com os fãs que fizeram o upload para os seus servidores, e não podemos verificar se esses links de download são legítimos. Aconselhamos que tenham muito cuidado ao descarregar o jogo de fontes não-oficiais.”

E também aproveitaram para agradecer: “Ficamos surpreendidos com a resposta que o jogo recebeu. Queremos agradecer a todos pelo apoio fantástico.”

Um milhão e meio de downloads depois, a Nintendo pediu para tirar o Pokémon Uranium do ar

Este episódio deixa evidente algumas coisas: em primeiro lugar, sobre a capacidade que as pessoas tem de fazer um jogo, mesmo sem os recursos dos grandes estúdios. Se o pessoal “perdeu” os nove anos de trabalho, com certeza adquiriram muita experiência para lidar com jogos e desenvolvimento.

Também podemos ver que a Nintendo continua extremamente conservadora e rígida quando o assunto é direitos autorais; tudo bem que a companhia precisa proteger suas propriedades intelectuais e todas as iniciativas contra a pirataria merecem aplausos, mas um pouco de flexibilidade não faz mal a ninguém. Que pedissem para retirar o nome “Pokémon” do jogo e deixassem o projeto, que não tem fins lucrativos, continuar. 20XX bebe muito da fonte de Mega Man e não atrapalha em nada a Capcom em seus negócios: pelo contrário, ainda ajuda a divulgar de maneira gratuita o robozinho com matérias do tipo “conheça este jogo parecido com Mega Man”.

E por fim, podemos ver a força a Internet. Nem os advogados da Nintendo poderão deixar o trabalho desse pessoal deixar de existir, já que o jogo está com certeza em muitos locais de upload neste exato momento, sendo compartilhado em fóruns, chats e de várias outras maneiras. Não estamos querendo dizer o que é certo ou errado, mas não tem como negar o poder da Internet quando ela toma partido em uma questão e escolhe um lado para apoiar.

O outro jogo que virou notícia estes dias de maneira semelhante foi GoldenEye, que ganhou um remake de seu multiplayer, relembrando os bons tempos do Nintendo 64. Embora o jogo tenha sido endossado pela Nintendo na época, ele foi desenvolvido pela Rare, hoje na Microsoft, e a marca 007 para jogos pertence atualmente à Actvision, o que torna a questão mais complexa. Por isso, vamos ver então até onde o jogo consegue ir.

 

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