Análise Arkade – Breakers Collection corrige injustiça e dá nova chance a dois bons jogos de luta

10 de janeiro de 2023
Análise Arkade - Breakers Collection corrige injustiça e dá nova chance a dois bons jogos de luta

O Neo Geo é um oásis quando o assunto é jogos de luta. Tem tanta coisa boa em seu sistema, que todos aqueles que passam da ponta de seu iceberg, com Fatal Fury, The King of Fighters e Samurai Shodown, continuam encontrando bons jogos do gênero. Entre eles, a série Breakers. Desenvolvida pela Visco Corporation, o primeiro game da série chegou em 1996 e o segundo, em 1998.

Como todo jogo de luta contemporâneo, Breakers e Breakers Revenge tentaram seguir as tendências dos “cabeças” de seu gênero, ao mesmo tempo que propuseram suas próprias ideias para somar no gênero. O tempo não foi muito amigável com a série, já que passou desapercebida, em meio a diversos outros jogos de luta que chegaram em sua época. Mas felizmente, estamos em uma época na qual jogos como estes podem ter uma segunda chance.

Quem viu oportunidade no game foi a QUByte, que se tornou conhecida do gamer brasileiro após o 99 Vidas – O Jogo, mas que entre jogos novos, como Project Colonies: MARS 2120, também tem dedicado tempo para trazer jogos clássicos para nova geração. Já haviam iniciado essa tendência com Vasara Collection, estão preparando uma coletânea de Top Gear e nesta semana, apresentam o Breakers Collection.

A coletânea traz os dois games. Breakers, de 1996 e que saiu para arcades e Neo Geo, e Breakers Revenge, jogo apenas de arcade, lançado em 1998. Eles são, em sua essência, aquilo que um jogo de luta de sua época é: um game simples, com golpes, golpes especiais e mecânicas que propõem combates interessantes, sejam contra a máquina, ou contra pessoas, no versus.

Nos consoles atuais, apesar do visual antigo, ambos os games ainda divertem bastante. São simples de se jogar, fácil de se pegar o jeito e mostra como a indústria foi injusta com eles, por não ganharem o mesmo destaque de outros jogos comtemporâneos. Ele conta com um gameplay realmente muito divertido, com combos legais, sistema de dashes e é fácil soltar os seus golpes especiais.

Vale lembrar, no entanto, que Breakers Revenge é uma espécie de “Super Street Fighter 2” para o game. Ou seja: mais uma evolução do que uma sequência. Há novos personagens, algumas correções, mas nada além disso. São, essencialmente, jogos de luta com personagens grandes, com muito do “jeitão SNK” de se jogar jogos de luta, ou seja, com o padrão ABCD de botões, onde temos soco forte e fraco, além de chute forte e fraco.

Os golpes especiais seguem o estilo Street Fighter, com meia lua e soco e sequências semelhantes, além de cada personagem contar com três Supers, que pode dar boas vantagens para quem conseguir dominar todos. Há um menu com todos os golpes disponíveis. É aquele jogo que você vai ir jogando, até descobrir o personagem que mais se adapta a você e aprender a dominá-lo mais e mais.

Falando em personagens, não espere por nada mais do que Ryus, Blankas, Yuris e outros personagens “levemente inspirados” em Street Fighters e The King of Fighters dos anos 90. Algo que pode ter atrapalhado o game em seus dias de lançamento, pois muita gente pode ter torcido o nariz para ele, achando que se tratava de um “clone genérico”, não observando o seu gameplay que é caprichado e muito divertido.

Dito tudo isso, vamos para o port, que merece destaque, pelo capricho da QUByte no trabalho. Na coletânea de Top Gear, já tínhamos reparado que os jogos não foram simplesmente “jogados” de qualquer forma. E em Breakers Collection vemos também um cuidado especial por parte do estúdio. Foi adicionado, por exemplo, opções de versus online, com ranked e netcode via rollback. Mas é claro que há o versus local também, fique tranquilo.

O jogo conta com Team Battle, Training Mode e galeria de artes de fãs. Isso mostra que, na medida do possível, o estúdio brasileiro buscou trazer novidades ao game. Não é completo, pois faltam coisas comuns a coletâneas recentes, que vão do save state até o ato de retroceder. Mas, pra ser sincero, um jogo desses nem precisa disso. E como o game tem continue infinito, o Quick Resume do Xbox (onde joguei), garante o “save” entre um jogo e outro.

Nada disso tira o bom trabalho da QUByte Interactive, que mais uma vez mostrou o devido respeito com um jogo clássico, fazendo o que podia para manter os aspectos originais, mas trazendo melhoras pontuais, que não faz o jogo perder em nada a sua essência, porém se tornando acessível para as novas gerações de consoles.

Breakers Collection chega em 12 de janeiro, e contará com versões para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC.

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