Análise Arkade: Entregas e mistérios chegam aos consoles em Cloudpunk

19 de outubro de 2020
Análise Arkade: Entregas e mistérios chegam aos consoles em Cloudpunk

O mundo Cyberpunk chama atenção de muita gente. A ideia de se viver com IAs controlando tudo e todos, andróides convivendo com pessoas, e carros que andam pelos céus igual acontece nos Jetsons, faz parte do imaginário de muita gente, que pode render boas histórias. Cloudpunk, que já estava disponível nos computadores, mas agora também chega aos consoles, é fruto deste rico universo.

Desenvolvido pelo estúdio alemão ION LANDS, Cloudpunk é, basicamente, um game de entregas. Com uma proposta parecida com Death Stranding, o game tem sua história desenrolada conforme sua protagonista, Rania, interage com os moradores de Nivalis, e se aprofunda nos acontecimentos da cidade. Mas, sua personagem não apenas andará. Ela terá um HOVA, um carro voador, à sua disposição para locomoção.

Análise Arkade: Entregas e mistérios chegam aos consoles em Cloudpunk

O game tem forte foco na narrativa. Tem sua história acontecendo em apenas uma noite, e uma noite muito agitada. Rania vê, literalmente, de tudo em Nivalis. Tudo acompanhada pelo “Control”, figura que faz a ponte entre a entregadora e a Cloudpunk, serviço clandestino de entregas. As conversas entre os dois, lembra, de certa forma, as conversas de Snake com Campbell em Metal Gear Solid.

Nem espere por muita ação. O negócio é “pegue o pacote no ponto A, e leve para o ponto B”. Eventualmente, uma emergência. Chegando no local, é preciso encontrar o estacionamento, guardar o HOVA, e procurar a pé o local de destino. Como a noite é estressante, uma passada em seu apartamento, ou uma parada para o café também são bem-vindas.

Análise Arkade: Entregas e mistérios chegam aos consoles em Cloudpunk

Com muito mistério, e questões que vão sendo apresentadas ao pouco para o jogador, você ainda tem um gameplay bem interessante: o jogo lembra, muito, os antigos games de Playstation. Isso não significa que o jogo seja ruim, longe disso. Apenas significa que, todos aqueles elementos que fomos “mal”-acostumados nos últimos anos, não existem aqui.

Não há viagens rápidas, nem marcador de mapa. Há apenas um ponto indicado no mapa caso você inicie uma missão, e você precisará chegar lá, sem GPS, só com seu conhecimento do mapa e seguindo a direção do ponto. É algo bem “raiz”, digamos assim. O visual, mesmo lembrando um pouco o que vemos em Minecraft, também remete um pouco a aura dos 32-bits, fazendo do game um título que nos faz lembrar, em vários momentos, como era jogar videogame nos anos 90.

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A história, também, é toda focada nos diálogos. Não há nenhuma cutscente, nenhuma CG, nada. É tudo focado nos textos e vozes, bem interpretados por sinal, e que conseguem prender o jogador. Não é nenhuma história mirabolante, ou como costumamos dizer hoje, “épica”. Mas é sim muito boa, e consegue fazer o que um bom conto consegue: prender a atenção do jogador, que vai querer ver o que acontece. Com direito a escolhas que, se não são tão profundas como outros games, também garantem o andar da narrativa.

Além disso, várias situações vão acontecendo pela noite. O que não deixa o jogo cansativo. Pois, enquanto Rania vai descobrindo mais sobre a sua nova cidade, várias questões vão acontecendo ao seu redor. Entre entregas, caronas, pequenas ajudas e grandes decisões, temos um game bacana para quem gosta de uma história competente.

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E o jogo é bem simples, é preciso falar: simples a ponto de não existir a opção Quit Game, caso queira sair pra puxar um novo save game. Também faltam coisas básicas, como configuração de controle. Além disso, por não ter um marcador e nem ensinar o jogador o básico dos fundamentos do game (tudo vai sendo descoberto por intuição), muitos não terão o interesse de fazer as missões secundárias.

Mas, no geral, é um game muito interessante. Simples, com toda a certeza. Mas caprichado. Dentro das possibilidades, a ION LANDS trouxe um game que, se não tem o mesmo brilho de produções AAA, e até mantém uma certa “aura 32-bits” no seu gameplay, prova que grandes elementos não são necessariamente fundamentais para se fazer um game competente.

Cloudpunk agrada por trazer uma história instigante, um mundo cyberpunk bem concreto, personagens interessantes, trilha sonora bacana e é o típico game que “vale a jogada em um final de semana”.

Cloudpunk está disponível para PC, e ganhou no dia 15 de outubro versões para Nintendo Switch, Playstation 4, e Xbox One.

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